A fraqueza da Sentinela Vermelha

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Era madrugada e eles já estavam na estrada há horas. Aria ainda estava ferida e fraca. Estaria morta se Natasha não tivesse tirado a bala e estancado o sangramento a tempo. Ela usava uma tipoia improvisada no braço ferido agora. Mesmo assim, Aria estava em estado febril. Com frio, ela se encolhia constantemente dentro dos braços de Bucky, que fazia de tudo para confortá-la, já que não podia tirar nem sua dor e nem a febre.

Tiveram que revezar para dirigir, pois todos estavam cansados e precisavam dormir pelo menos duas horas. Steve e Sam pegaram dois turnos cada, enquanto Natasha apenas saiu do lado de Aria para deixar os dois descansarem. Bucky não deixaria Aria por nada nesse mundo.

Eles chegaram ao esconderijo em Manhattan perto do amanhecer. Steve ajudou Bucky a carregar Aria para cima, já que a mesma se encontrava em um estado quase vegetativo, se já não estivesse delirando por causa da febre. Assim que entraram no apartamento, a levaram diretamente para a cama. Ela se encolheu pelo frio causado pela febre. Steve foi até o armário e pegou um cobertor, colocando-o sobre Aria.

—Mamãe? – Aria perguntou, em meio aos delírios. – Mamãe, eu juro que não comi chocolate antes de jantar...

Steve e Bucky se entreolharam, antes de redirecionarem seu olhar de volta para ela. Aria parecia cansada, pálida e estava suando frio. Steve temia que ela piorasse. Pois se algo pior acontecesse com ela, era muito capaz de Bucky não aguentar. E se Bucky não aguentasse, Steve perderia seu melhor amigo novamente. Talvez para sempre.

—A Natasha disse que tem alguns remédios para febre no armário do banheiro. – Disse Steve, porém, Bucky não desviou seu olhar de Aria. – Bucky...

—Eu não quero perdê-la, Steve. – Disse Bucky, sem tirar os olhos dela. – Ela é... ela é o motivo de eu ter resistido à HIDRA. Ela fez com que eu começasse a me lembrar do meu passado, incluindo você. Eu simplesmente... não posso perdê-la.

Steve colocou sua mão no ombro de Bucky, em um gesto amigável. Ouvir aquelas palavras vindas de Bucky era algo estranho. Quem o visse não diria que ele era o mesmo Bucky dos anos 40, que namorava todas as meninas sem nunca ter se apaixonado por nenhuma delas. Se Bucky estivesse apaixonado por Aria, então essa garota era realmente especial.

—Você não vai perdê-la, amigo. Ela vai ficar bem logo, você vai ver. – Disse Steve, em um tom amigável. – Mas você precisa cuidar dela. Faça-a tomar os remédios e limpe o ferimento de vez em quando.

—Vocês vão até o cientista? – Perguntou Bucky.

—Vamos sim. Precisamos ver o que ele pode fazer com a fórmula do soro, para impedir que a HIDRA controle a Aria novamente. – Respondeu Steve. – Falando nisso, se a HIDRA atacar... não lute. Apenas pegue a Aria e fuja. Fuja antes que eles consigam controlar vocês dois.

Bucky assentiu. Porém, ele realmente esperava que a HIDRA não os encontrassem ali. Não seria capaz de lutar contra eles, nem de proteger Aria. Se fugisse, alguém iria ativar o Soldado Invernal, e ambos, ele e Aria, estariam nas mãos da HIDRA. Ele voltou a mirá-la, e a viu em uma tentativa em vão de abrir os olhos.

Steve foi embora, junto com os outros, para encontrarem Bruce Banner, e posteriormente, Tony Stark. Enquanto isso, Bucky seguiu as instruções de Steve e sentou Aria na cama, para conseguir lhe dar o remédio. Foi difícil, ela não conseguia parar de tremer, mas depois de muitas tentativas, ela finalmente colaborou.

Depois de tomar o remédio, Bucky trocou o curativo do ombro dela. Aria gemeu um pouco, pois não era um ferimento realmente leve. Ela sentia uma coisa gelada passando pelo ferimento, e aquilo lhe causava calafrios, fazendo-a suspirar baixinho. Ao mesmo tempo em que Bucky estava preocupado com ela, ele não pode deixar de "ser afetado" pelos pequenos suspiros dela. Ele tentou afastar esses pensamentos, pois não era hora de pensar nisso com ela correndo perigo. Infelizmente, seu corpo estava falando mais alto, então era necessário um nível muito alto de concentração para não agarrá-la ali mesmo.

*~*

Enquanto subiam o elevador da Torre Vingadores, Steve, Natasha e Sam mantinham-se calados e com expressões preocupadas. Eles já tinham conversado no carro sobre como iriam explicar toda aquela história para Banner, e posteriormente, aguentar o humor sarcástico de Stark. Porém, agora a situação parecia assustadora.

—É muita furada... – Comentou Sam. – Como vamos convencê-lo a trabalhar em uma fórmula que ele nem sabe a origem?

—Eu cuido do Banner. – Respondeu Natasha. – Steve, você lida com as piadinhas do Tony.

—Por que eu sempre fico com a pior parte? – Perguntou Steve, ironicamente.

A porta do elevador se abriu e os três caminharam para dentro da cobertura. Continuava grande e bastante luxuosa, algo bem esperado de Tony Stark. Eles não caminharam nem dois passos sem ouvirem a voz de J.A.R.V.I.S, o assistente pessoal de Tony.

Capitão Rogers, agente Romanoff e senhor Wilson. — J.A.R.V.I.S os reconheceu. – Sejam bem vindos de volta. Irei avisar ao senhor Stark que estão aqui agora mesmo.

𝐎 𝐒𝐎𝐋𝐃𝐀𝐃𝐎 𝐄 𝐀 𝐒𝐄𝐍𝐓𝐈𝐍𝐄𝐋𝐀 | bucky barnesWhere stories live. Discover now