O Coração da Sentinela

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O coração de Aria quase parou. Ela não acreditava no que tinha acabado de fazer. Ela simplesmente tinha concordado em se entregar para a HIDRA. Ela se sentiu como um cordeirinho indo para o abate. Mas ela precisava fazer aquilo. Era o único jeito de salvar Bucky de morrer asfixiado.

Aria voltou para dentro. Sua expressão vazia não indicava nada, mas indicava várias coisas. Ela ignorou os outros, passando por eles, sem ao menos encará-los. Não queria que vissem o estado em que ela se encontrava. Ela se sentiu mal por eles. Eles a ajudaram tanto, se sacrificaram tanto por ela, algo que ela com certeza faria por eles sem pensar duas vezes. E agora, depois de tudo o que passaram juntos, foi tudo em vão. A HIDRA a teve sob controle o tempo todo.

A HIDRA sabia que o que Aria sentia por Bucky. E claro, alguma hora iriam usar isso a favor deles. Todo esse tempo, esses três anos em que Aria ficou longe da HIDRA, eles poderiam fazê-la voltar a qualquer momento. Estavam apenas brincando com ela. Fazendo-a acreditar que estava livre, quando na verdade nunca esteve. Ela se sentiu derrotada quando descobriu a verdade.

Ela voltou para o laboratório com o coração apertado. Bucky ainda estava no oxigênio, e Bruce examinava o dispositivo desconhecido. Aria se aproximou lentamente, tão quieta que parecia até um fantasma. Ela fitou Bucky por vários segundos, vendo cada feição dele. Mesmo adormecido, ele ainda parecia com dor. Ela tinha que fazer aquilo parar. Ela se voltou para Bruce, para poupá-lo do trabalho de conhecer o dispositivo, já que ela sabia o que era.

—Dr. Banner, eu sei o que essa coisa é. – Aria disse, em um tom monótono. Bruce a encarou, curioso.

—E o que isso seria? – Bruce perguntou, entusiasmado.

—É coisa da HIDRA. Instalaram esse dispositivo nele para sufocá-lo até a morte... – Aria respondeu, com dificuldade. – Precisamos tirar isso dele o mais rápido possível.

—Sim, claro, vou preparar o laboratório para uma cirurgia de emergência. – Bruce respondeu, se levantando, agitado. Porém, diminuiu o ritmo depois de um tempo. – Espere um pouco... como você sabe que isso é invenção da HIDRA.

Aria não podia contar que havia falado com Strucker. Se qualquer um soubesse disso, iriam impedi-la de fazer a loucura que estava prestes a fazer. E se ela não fizesse isso, Bucky iria morrer. Então, ela teve que improvisar.

—Bem... quem mais colocaria um dispositivo sufocador nele? – Aria perguntou, tentando soar irônica.

Bruce a encarou, franzindo a testa, como se estivesse a analisando. Tudo bem, aquilo foi estranho, mas o que ela disse fazia um certo sentido.

—Certo... J.A.R.V.I.S., poderia avisar ao Tony que precisamos de cirurgiões na Torre? – Bruce pediu.

Agora mesmo, Dr. Banner. — J.A.R.V.I.S. respondeu.

—Espere um pouco, vai trazer médicos aqui? Não seria arriscado? Quer dizer, ele é procurado... – Aria tentou fazer Bruce desistir da ideia.

—Não se preocupe com isso. Tony e eu temos a equipe certa, e eles são sigilosos com praticamente tudo o que fazemos. O Sr. Barnes vai ser só mais um segredo entre vários. – Bruce respondeu.

Aria olhou para Bucky novamente. Continuava adormecido e com expressões dolorosas. Ela também reparou que o peito dele lutava cada vez mais para subir e descer, o que significava que ele estava com cada vez mais dificuldades para respirar. Aquilo só a fez ficar ainda mais apreensiva.

Ela caminhou até a cama em que ele estava deitado e sentou ao seu lado. Ela segurou sua mão humana, sentindo o quanto estava encharcada pelo constante esforço. Ela só conseguia olhar para ele e desejar que ele não morresse. Ela não aguentaria perdê-lo. Foi quando ela sentiu uma leve pressão em sua mão. Bucky parecia estar acordado e querendo segurar a mão dela com mais força. Porém, infelizmente, não era um bom sinal.

O eletrocardiograma começou a apitar mais rápido, indicando batimentos cardíacos acelerados. No segundo seguinte, Bucky abriu os olhos e começou a sufocar. Aria entrou em desespero e a sua reação automática foi chamar Bruce. Bruce correu até o leito de Bucky e percebeu na hora o que estava acontecendo. Ele não queria, mas naquele momento, usar a ajuda de Aria era completamente necessário.

—Aria, segure-o! Preciso dar um sedativo antes que ele piore! – Exclamou Bruce, correndo para pegar a seringa.

Bruce lutava o máximo que podia, mas o estresse daquele momento estava começando a fazer efeito. Ele constantemente mudava o tom de pele de verde para normal. Logo, voltou com duas seringas, aplicando uma em Bucky, que não demorou a estabilizar.

—Para que duas? – Aria perguntou, ainda aflita. – É tão grave assim?

—A outra é para mim! – Bruce respondeu, aplicando o conteúdo da seringa em si mesmo. Logo, começou a se acalmar. – Vou aumentar o fluxo do oxigênio enquanto os cirurgiões não chegam.

—E se ele tiver outra crise dessas? – Aria perguntou.

—Não vai. – Bruce respondeu. – Os médicos já estão chegando.

Bruce recebeu um aviso de J.A.R.V.I.S., dizendo que os cirurgiões estavam prestes a chegar. Ele, então, saiu do laboratório para recebê-los, instruindo Aria a chamar por ele caso Bucky tenha outra crise. Contudo, assim que Bruce saiu, o walkie-talkie no bolso de Aria começou a chiar.

Isso foi só uma pequena amostra do que iremos fazer com o seu tão querido Soldado caso você não cumpra sua promessa! — A voz de Strucker disse. – Daqui a meia hora, na cobertura. Não ouse nos enganar, Sentinela.

𝐎 𝐒𝐎𝐋𝐃𝐀𝐃𝐎 𝐄 𝐀 𝐒𝐄𝐍𝐓𝐈𝐍𝐄𝐋𝐀 | bucky barnesOnde histórias criam vida. Descubra agora