Capítulo 9.

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Ayuli.

-Eu amo seu cheiro.-Passei a ponta do nariz no peito dele e não resisti à tentação de dar um beijinho.

-Ama?-Concordei com a cabeça e ele beijou minha cabeça, levantei mais o rosto pra olhar pra ele e ele me deu outro beijo na ponta do nariz. Deixou o rosto na mesma altura que o meu e a gente ficou se olhando.

-Isso é tão errado, Ayuli.-A voz dele saiu rouca e eu senti meu coração acelerar.

-Você quer também, não quer?-Perguntei baixo e ele não me respondeu, só ficou me olhando.

-É errado!

-Eu sei...

-Eu queria tanto, Vitória. Caralho, como eu queria...

-Eu também.-Mordi a boca e ele me soltou e veio deitando por cima de mim, entre as minhas pernas, mas sem jogar o peso em mim.

-Cê quer?-Concordei com a cabeça e ele foi passando a mão do meu cabelo, até o meu pescoço, aonde ela parou. Ele enfiou o rosto no meu pescoço e começou a dar uns beijos e a chupar devagarzinho. Eu gemi baixinho quando ele apertou minha cintura forte e ao mesmo tempo chupou meu pescoço e ele voltou rápido ao jeito que ele tava, com o rosto no meu.

-Não geme assim não... Cê vai me deixar louco, menina. Que que eu faço com você, em?-Ele deixou a mão na minha bochecha e eu virei o rosto e dei um beijo nela. Ele ficou me olhando de um jeito que ele nunca tinha olhado antes, parecia que ele tava pegando fogo, sabe? Foi intenso pra caralho.

-Faz o que você tiver vontade.-Abri minha boca e chupei o dedão dele, sem desviar em nenhum momento o olhar.

-Foda-se.-Ele tirou a mão de minha boca e me beijou rápido, com força, me apertando e me puxando pra ele cada vez mais. Minhas mãos automaticamente foram pras costas dele, e arranharam de leve.

O beijo dele era quente, era forte. Tinha um gosto tão diferente, tão gostoso...

Gemi e cravei minhas unhas na cintura dele quando eu senti ele roçando forte em mim, a fricção entre nós dois foi tão gostosa que eu tive que me segurar nele pra não gozar ali mesmo. O tesão acumulado que eu sempre tive tava vindo a tona com tudo agora, e parecia que ele tava do mesmo jeito. A gente se apertava um no outro, parecia que nada era suficiente pra matar a vontade do outro.

Ele me beijou de novo e com uma mão ele subiu a minha blusa, enquanto a outra ele deixou na minha barriga onde ele espalmou cada cantinho...
A mão que tava na minha barriga foi descendo mais pra baixo e eu apertei mais forte os braços em volta do pescoço dele. O beijo em momento nenhum parou, parece que só ficou mais intenso. A gente se encaixava demais, era surreal.

Senti ele puxando a barrinha do meu short e mordi o lábio inferior dele devagar. A mão dele foi pra entrar por dentro da minha calcinha e eu acordei assustada, com o coração acelerado e totalmente perdida.

Caralho, que que eu tinha acabado de sonhar?!

Olhei pro lado morrendo de medo dele estar ali presenciando meu sonho erótico, mas graças a Deus, eu já tava sozinha.

Nem dei tempo de ficar pensando nada, até porque eu já tava nervosa o suficiente. Corri pro banheiro e tomei um banho gelado, pra espantar qualquer vestígio do meu corpo que me fizesse pensar no sonho que eu tive com o Jhonatan.

Já abri a janela e taquei o bom-ar, pra tirar qualquer cheiro de maconha que tivesse ficado no quarto.

Sabe aquela sensação de que quanto mais você tenta afastar o pensamento, mais ele fica na sua cabeça? Eu tava exatamente assim!
Quis até fazer um café da manhã mais elaborado, pra ficar com a mente ocupada.

Sentei no sofá pra comer e minha mãe  desceu as escadas e sentou também.

-Jhonatan foi embora já?-Olhei pra ela e concordei com a cabeça, terminei de engolir a comida e comecei a falar.

-Foi, ele não dormiu aqui não eu acho. Quando ele saiu eu já tava dormindo.-Ela concordou com a cabeça e riu. Desviei o olhar da tv e olhei pra ela.-Que foi?

-Nada, só tava pensando aqui... Vocês dois tem uma relação muito estranha, mas é uma coisa muito de vocês, sabe? Seis dois sempre foram grudados, mas parece que conforme você foi crescendo, se grudaram mais ainda.-Concordei com a cabeça e nem falei mais nada.-Cê gosta dele?

Ela perguntou baixo e eu parei de mastigar na hora e olhei pra ela de novo.

-Lógico, é o Jhonathan, né, mãe? Eu sou tão grudada nele porque a gente se dá bem, se gosta...

-Você entendeu o que eu quis dizer, Ayuli.-Neguei com a cabeça e dei um gole no suco de laranja natural que eu tinha feito.

-Não mãe, não pira.-Voltei a olhar pra tv e enfiei mais um pouco da omelete na minha boca.

-Por que você não me conta as coisas, mano?

-Não tem nada pra te contar, ué.

-Eu sou sua mãe, Ayuli.

-Exatamente, né?-Olhei pra ela e ela negou com a cabeça.

-Eu pensei que a gente conversasse tudo.

-E a gente conversa, mãe. Só que tem coisa que se nem eu sei, como eu vou te falar?

-Então isso quer dizer que você não sabe se gosta ou não?

-Eu não disse isso.-Neguei com a cabeça e meu pai desceu as escadas, a gente já mudou de assunto e eu fingi demência quando ele perguntou porque nós duas estávamos cochichando.
Dia começou bem demais, né?!

Fiquei fazendo um monte de coisa pra deixar minha mente ocupada, mas nem assim eu consegui parar de pensar no sonho.

Ao mesmo tempo que me dá uma sensação boa, me deixa meio assim. Ele não é meu tio, e não porque não é de sangue, mas porque eu não considero, sabe? Nunca tratei ele assim. Acho que a liberdade que a gente sempre teve um com o outro acabou me fazendo ultrapassar os limites.

O Jhonatan é um homem lindo, é super normal achar ele bonito e tal. Mas ter sonho com ele daquela forma, ter uns pensamentos errados e umas reações mais erradas ainda quando ele tá comigo que não é certo.
Pra falar a verdade eu nem sei mais o que eu sinto em relação a ele, é tudo muito confuso. Eu acabei passando de um limite que eu nunca deveria ter passado, porque com certeza isso não daria certo nem em outra vida. Caralho, como que minha família reagiria se soubesse que eu sinto tanta atração por ele? Seria foda demais, não gosto nem de pensar.

O único pensamento que vem na minha cabeça é que eu deveria me afastar, talvez isso esfriasse a atração ou sei lá. Mas quem disse que eu consigo? Nossa relação é complexa demais pra mim acordar num dia e decidir que é melhor eu me afastar dele, sem mais e nem menos.
E também acho que ele nem deixaria, o Jhonathan não é o tipo de mocinho de filme que abre mão de alguma coisa porque é o certo. Ele faz mais o tipo do cara que tá pouco se fudendo pro que vão pensar... Só que ao mesmo tempo ele também é MUITO consciente de tudo. E é exatamente por isso que eu nunca comentei com ele nada disso, e nem vou.

Moral da história:Estou sentindo que eu tô indo pelo caminho errado, porém continuarei indo.
Seja o que Deus quiser, né?

Só não vou falar que pior do que tá não dá pra ficar, porque sempre dá. Isso é uma lição que eu aprendi depois de quebrar tanto a cara com as pessoas.

EM SP NÃO EXISTE AMOR.Where stories live. Discover now