Capítulo 31.

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Vitória.

Peguei um Uber com o Jhonatan depois dele falar com meu tio Leonardo avisando por cima o que tinha acontecido e a gente já foi pra casa do meu tio. Tava geral lá na casa dele, aí o Jhonatan achou melhor cair por lá.

A gente saiu do Uber e já foi entrando, já tomei foi um susto, parecia uma boca de fumo, um monte de macho com cara de bandido tudo reunido no mesmo lugar.

-Ô caralho, que susto da porra em.-Meu tio Leandro já veio na direção da gente e eu falei com eles por cima, depois sentei e fiquei vendo o Jhonathan contar o que tinha acontecido. Meu pai tava com mó carona pra mim, me deu uma olhadona.

Meu tio Fernando esticou uma garrafinha de coca pra mim e eu já peguei da mão dele. Deve ter visto que eu tava despombalecida.

-E a Ayuli foi? É doida mesmo.-Escutei meu pai falando e parei de beber o refrigerante, pra olhar pra ele falando com os meus tios.

-O homem me ligou falando que não era pra falar pra ninguém se não ele ia fazer isso e aquilo, eu ia fazer o que?

-Contar, ligar pra alguém. Irresponsabilidade sua, se acontece alguma fita nois nem sabe.-Gente, o velho tá atacado.

-Culpa não é dela também não, Victor. Manéira, pô. Se não fosse ela sei nem o que ia rolar, eles tavam na maldade memo.-Jhonatan já tomou a frente eu concordei com a cabeça discretamente. Pelo menos alguém entende que eu só tava ajudando, né?

Meu pai tá um porre, tá super desconfiado aí fica tratando os outros mal. Eu tenho certeza que ele sabe que eu tava mentindo. E tá super incomodado, com razão, né? Até porque eu nunca fui de mentir pros meus pais assim, é a primeira vez.

Eles continuaram conversando lá e eu mandei mensagem pra minha mãe e pra Bianca contando o que tinha acontecido.

-Vamo Ayuli, bóra pra casa que eu ainda tenho que resolver umas paradas com o cara do carro.-Meu pai descruzou os braços e eu levantei do sofá e fui me dispedindo de geral, até ir na reta do Jhonatan.

-Valeu aí, tá? Agradece, menina.-Susurrei um "nada" e passei pra braços pelo pescoço dele, ele já passou os dele pela minha cintura e me apertou. Nem prolongamos muito como eu gostaria, até pra não ficar meio estranho pra quem tava vendo.

Meu pai se despediu e eu já fui me saindo com ele. Entrei no banco de carona do carro e a gente foi em silêncio por metade do caminho, até ele começar a falar de novo.

-Cê nunca mais faz um negócio desse, tá me ouvindo, né? Tua sorte foi que eles foram suave, tem uns que pega pra judiar memo. Nunca mais, Ayuli!

-Ja entendi, pai.-Falei baixo.

-"Já entendeu"... Eu que não tô te entendendo, cê tá muito estranha. Tá acontecendo alguma fita que você não quer me contar, mas eu sou teu pai, Ayuli, eu te conheço e não é de hoje não.-Fique em silêncio, olhando pra janela.-Tô te dando a chance de tu me contar o que tá rolando, não vai falar?

Vi ele olhando pra mim pela janela e neguei com a cabeça devagar.

-Não tem nada acontecendo não.-Olhei pra ele e ele só concordou com a cabeça e mordeu a boca, puta da vida. Eu tava com muita vontade de falar, coração chega tava apertado. Mas eu sei que ele não seria suave, eu conto e ele me pega pra cristo aqui nesse carro. Eu não posso com meu pai não, e muito menos posso falar sem conversar com o Jhonatan primeiro. Não rola.

-Quero que tu esteja fazendo coisa errada aí, quero muito. Tu tem dezoito anos, viu? Já pode ir presa, já pode assumir pelos teus atos se tu tiver agindo na vacilação. Te criei pra ser comédia não, Ayuli. Cê nunca foi de me esconder as paradas, começa com essa fita agora não

Concordei com a cabeça e fiquei quieta na minha. Ele também não falou mais nada, quieto estava e quieto ficou.

Entrei em casa toda xoxinha, cheguei e ainda tive que escutar minha mãe falar a beça no meu ouvido o quanto eu fui imprudente.

Eu posso ter sido irresponsável memo, posso ter sido. Mas eles não entendem, o que eu sinto pelo Jhonatan é um bagulho forte demais.
Fui e iria mais quantas vezes fosse preciso pra ver ele bem. Independente de qualquer, não me arrependo de nada relacionado a ele. Eu tô viva, tô vivendo minha vida da forma que eu acho certo e da forma que me faz feliz. Sem machucar e sem fazer nada de errado com ninguém.

Jhonatan nem me ligou, não mandou mensagens e nem nada, já ia mandar quando eu lembrei que a gente nem saiu com telefone nenhum dele de lá do barraco. Ou o cara levou ou a gente esqueceu por lá mesmo, não sei.

Tomei um banhão na intenção de descarregar toda aquele peso que eu tava sentindo no coração, mas nem adiantou de muita coisa. Fui dormir super pra baixo, mas amanhã é um outro dia.

EM SP NÃO EXISTE AMOR.Unde poveștirile trăiesc. Descoperă acum