Capítulo 70.

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Ayuli.

Dois meses depois e as coisas finalmente tão melhorando... Ainda é difícil, eu ainda penso todos os dias no meu anjinho, mas eu tô seguindo.

Bianca voltou pra São Paulo, assumiu mesmo com a mulher que ela se envolveu. Tava realizada, tendo a vida de princesa que ela sempre sonhou, até aniversário em lancha a mulher deu pra ela, eu optei por não voltar e ela entendeu super. Tô muito feliz por ela, merece demais, meu amor!!!

Eu e o Jhonatan já conhecemos metade da Colômbia, nesse tempo ele fez de tudo e mais um pouco pra mim não me afundar na depressão, minha psicóloga que recomendou eu ter distrações pra não ficar remoendo nada.

Ela disse que eu precisava perdoar, porque mesmo que indiretamente eu tava culpando e guardando ódio da minha família. Liguei pros meus pais, tive uma conversa sincera e demorada, perdoei todo mundo do fundo do coração, mas também voltar pra lá eu não quero nunca mais. Aqui eu realmente me encontrei, me sinto bem, em casa.

Falando em casa, eu e o Jhonatan resolvemos comprar essa. O dono veio com uns papo de que queria vender porque ia comprar uma em outro lugar pra ele morar, mais pro interior. Devido a rapidez, ele fez por um preço melhor e a gente decidiu comprar. Na real o Jhonatan, né? Porque eu nem trabalhar, trabalho. Mas ele diz que o que é dele é meu, tanto que botou até a casa no meu nome, diz ele que é precaução, se algo acontecer com ele, eu não tô desamparada. Já cortei logo esses papo, Deus me livre!

O apartamento de SP tá rendendo uma grana muito boa também, a gente se apertou um pouco devido a compra da casa, mas tá aliviando cada vez mais, graças a Deus.

-Esse é feio demais, coisa horrorosa.-A gente escolhendo as cores pra pintar a casa, agora que é nossa a gente pode decorar do nosso jeitinho.

-Ai, jura? Eu achei tão bonito.

-Deus me livre! Você também só quer bagulho claro, vai ficar com cara de hospital.

-Que hospital, Jhonatan? Tem que ser claro porque assim fica mais iluminada, fica tudo! E essa?-Apontei pra um salmão e ele negou com a cabeça.

-Achei horrível.-Olhei de cara feia pra ele e ele riu.

-E esse aqui? Esse é dahora, vai? Azulzinho, pá... Cor de mar, vai combinar lá fora.-Olhei pra cor da tinta e fiquei pensando.

-Esse vai ficar legal mesmo.

-Graças a Deus. É esse mesmo então, vamo.-Me deu um selinho e saiu andando com a tinta na mão. Ninguém mais impaciente que o Jhonatan.

A gente pagou e foi almoçar hum restaurante. Tô aprendendo a gostar e me acostumar com as comidas daqui, é tudo muito bem temperado, eu gosto e o Jhonatan mais ainda. Melhor coisa que a gente fez foi ter escolhido a Colômbia mesmo, agradeço todos os dias pelo Jhonatan ter chutado o balde de vez, porque se fosse por mim era pra gente estar no meio do mato a essas horas. Não que aqui não seja também, mas é mais tropical, a praia é tudo, o clima é o que eu gosto...

Almoçamos na máxima paz, só conversando, tudo muito tranquilo.

-Vamo lá no Índio? Cê já leva o presente pro bebê.-Concordei com a cabeça já animada. Minha amizade com a Andréia só se fortaleceu mais e mais, me chamou até pra ser dinda do bebê que ela tá esperando.

Foi uma surtação coletiva quando ela fez o teste e deu positivo, não sabia quem tava mais chocada, ela ou eu. Não era uma coisa que ela esperasse, sabe? Na verdade, ela nem queria muito, mas agora tá ficando até mais animada com a ideia.

Se antes o Índio já era louco por ela, agora nem desgrudar ele desgruda mais. Até arrastou ela pra morar com ele.

A gente terminou de almoçar, pagou e foi. Foi uma tarde muito boa, muita tranquilidade, do jeitinho que eu gosto. A gente ficou lá até escurecer, daí viemos embora.

-Quer fazer o que amanhã?-Olhei pro Jhonatan e ele me olhou de volta. Tava na sacada fumando um cigarro.

-Amanhã tá moiado, preciso fazer umas transferências em relação a boca de Heliópolis, tem que ver se as conta tão batendo também... Vamo de praia no domingo, pode ser?

-Claro, vida.-Deitei na cama de bruços e ele já bateu o olho na minha bunda e olhou pra minha cara, enquanto ria e soltava a fumaça ao mesmo tempo.

-Tô cansada, nem vem.-Falei e ele riu, dando outro trago.

-Vitória?-Me chamou e eu só resmunguei um 'hum?", porque tava de olho fechado.-Cê não acha que tá na hora da gente conversar sobre o bebê?

Já fiquei tensa na hora, a gente nunca tocou no assunto, eu sempre cortei. Por mais que a terapia esteja me ajudando, ainda é difícil pra mim.

Respirei fundo e virei de barriga pra cima, ainda sem olhar pra ele.

-Tem o que falar?

-Tem, vida.-Senti a cama afundar do meu lado.

-Tipo o que?

-Tipo o que você tá sentindo, tipo você me contar o que você quiser. Olha pra mim.-Ele pediu e eu olhei.-Eu tô aqui, vitória. Eu não tava no momento, mas agora eu tô, conversa comigo. Cê não tem que aguentar tudo sozinha.

-Eu não tô, eu tô bem.

-Eu sei, e eu acredito em você. Só que você passou por muita fita que era pra gente ter passado junto, mas eu não tava. Agora se você quiser, eu tô aqui pra você botar pra fora, pra você me contar o que você tiver vontade.

Fiquei em silêncio por um tempo, só pensando o que eu devia falar ou não.

-Eu fiquei muito animada quando eu descobri.-Comecei falando e ele me olhava atento, minha garganta já até doeu.-Pensei que era o início da nossa família, que ia ser o passo definitivo pra gente começar do zero, pra gente ser uma família mesmo, sabe?

Limpei uma lágrima que escorreu e fechei o olho, respirando fundo.

-A gente pode tentar ainda, Vitória. Quando você tiver pronta a gente tenta de novo, minha vida.-Ele segurou no meu braço e eu mordi a boca.

-O problema é esse, Jhonatan. Eu não sei se algum dia eu vou estar pronta, não sei se eu vou poder te dar uma família um dia porque eu fiquei tão traumatizada com tudo isso... Que eu não suporto a idéia de ter outro bebê e perder ele de novo. Eu não aguento passar por isso de novo, Jhonatan. Não dá.-O choro saiu e eu coloquei a mão na frente do rosto. Ele me puxou pro colo dele e eu me encolhi, escutando ele fungar.

-Se você tiver pronta um dia, a gente vai ter quanto filhos você quiser. Se você não tiver firmeza também, Vitória. A gente já era feliz pra caralho só nós dois. Eu preciso de você, só de você. Eu por você e você por mim sempre... Tá tudo bem agora.-Eu chorei mais ainda ouvindo ele falar com a voz rouca de choro dele. Por mais difícil que o momento estivesse, pelo menos ele tava ali. No fundo eu precisava que minha ficha caísse, eu não tava mais sozinha, não precisava guardar tudo pra mim.

A gente ficou ali um tempão, só namorando e conversando sobre tudo o que eu não dei espaço pra gente conversar esses meses. Depois nós levantamos e fomos jantar, botei uma musiquinha do Djonga na tv e ele pediu japa. Jeito melhor de finalizar a noite não há!

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Minha vida💖

Na melhor companhia, n tem erro🔒

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EM SP NÃO EXISTE AMOR.Where stories live. Discover now