Capítulo 19.

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Jhonatan.

-Ta arrependido já?-A Vitória abriu os olhos, me encarando, e eu neguei com a cabeça.

-Não, tô pensando só.-Tirei o cabelo dela do rosto e bati o olho nela. Tava deitada de bruços entre mim e o encosto do sofá, a manta tava cobrindo só dá cintura dela pra baixo, mema fita comigo.

-Hum...-Ficou me olhando e eu já sustentei o olhar dela, que riu e virou a cabeça pro outro lado.

-Vai pro lado aí, tô caindo pô.-Ela foi mais pro lado e eu cheguei perto dela.

Ele virou de lado e puxou a manta mais pra cima, pra cobrir o peito dela. Enfiei minha mão por debaixo do lençol e coloquei na cintura dela, ela já arrepiou na hora. Dei um sorrinho de lado e neguei com a cabeça.Vitória é foda.

Estiquei meu braço embaixo da cabeça dela e ela deitou em cima dele. Encostei meu peito nas costas dela e ela colocou a mão por cima da minha e puxou meu braço mais pra frente do corpo dela.

-Foi gostoso.-Falei só isso e ela olhou pra mim de canto de olho.

-Foi?-Perguntou toda inocentezinha e eu ri. Mó sequência de socadão e ela vem me perguntar se foi, só rindo mesmo.

-Foi, Vitória.-Ela deu um sorrinho de lado e virou pra frente, deitando direito.

-Pra mim também, Jhon... Pra mim também.-Fiquei em silêncio só tentando não ficar de pau duro de novo e não pensar em nada que remetece a sexo e senti ela ir pesando. Vi que ela tava dormindo e já apaguei também.

Não sei nem se era pra mim sentir essas paradas, mas eu tava até mais leve. Não leve por ter transado, consciência leve memo. Minha neurose nem tava mais batendo como antes... tava pegando, lógico, mas tava mais suave. Dormi tranquilo, suavão.

-Jhonatan? Acorda, meu Deus... É hoje que eu morro. Jhonatan!-Senti me chacoalharem e abri o olho, vendo a Ayuli em cima de mim.

-Que foi?-Sentei no sofá rápido e ela puxou o lençol de cima de mim e foi levantando enrolada nele, não sem antes dar uma conferida do caralho em mim.

-Jhonatan, é nove horas da noite, a gente dormiu até agora. Eu nem avisei meus pais e nem nada, vou morrer.-Foi catando a roupa que eu tinha emprestado pra ela e foi vestindo, tentando ao máximo não mostrar o corpo.

-Cê tá se escondendo de quem? Já vi tudo o que você tem aí.-Cocei meu olho e ela fez cara feia, mas acabou rindo.

-Vai se arrumar, vai. Você precisa me levar em casa.-Levantei do sofá e catei minha cueca. Virei de costa pra ela e vesti, quando eu virei ela tava olhando, mas já disfarçou.

-Eu vi.

-Cala a boca.-Dei uma risada e me estiquei, tava meio dormindo ainda, seloco. Vai pensando que sexo não é exercício, cansa da mesma forma. Ainda mais esse aqui que a gente teve, bagulho foi cabuloso.

Vesti o short que tava jogado no chão, do lado do sofá e subi pra pegar uma blusa. Peguei já duas blusas de frio e entreguei um pra Vitória, São Paulo mó bagulho de louco, do nada esfria.

Entrei no carro com ela e já catei o rumo pra outra ponta de Paraisópolis.

-Tem um monte de mensagem dos meus pais.

-Fala que a gente ficou assistindo filme e acabou dormindo, terror nenhum.-Parei no semáforo e olhei pra ela.

-Soninho bom que a gente teve.-Meteu o deboche pra cima de mim e eu virei o rosto pro lado da janela e ri. Tô todo fudido aqui e achando graça de tudo, depois tomo no cu e não sei o porquê.-Meu pai vai xiar.

-Quer que eu desça pra falar com ele?-Virei pra ela de novo e ela negou com a cabeça.

-Não, eu me viro.-O sinal abriu e eu continuei dirigindo pra casa dele.

Nem entrei no assunto e nem nada. A gente não precisava muito conversar pra se entender não, raciocínio batia. Ela tava tão ligada quanto eu que o que aconteceu ficava entre a gente, no sigilo. Por enquanto é essa fita. Se vai acontecer de novo ou não, vamo ver né.

Mas que foi dahora foi, a gente encaixou sem erro.
Sem igual, bagulho foi diferenciado memo.

-Cê não vai surtar e se afastar de mim de novo não, né?-Olhei pra cara dela e só neguei com a cabeça.-Vai acontecer de novo?

-Cê quer que aconteça?

-Eu perguntei primeiro.-Soltei uma risada fraca e já entrei na rua da casa dela.

-Não vou falar que sim, mas também não vou falar que não. Falei tanto que não tinha chance de nada acontecer e olha aí o que que a gente acabou de fazer, né? Deixa rolar, quem sabe...-Ela concordou com a cabeça e eu parei o carro na frente da casa dela, destranquei a porta e ela juntou a roupa dela no colo e me olhou.

-Bom... O que eu tinha que correr atrás eu já corri, se você quiser, cê sabe onde me encontrar.-Soltei meu cinto e ela virou de lado e abriu um pouco a porta, já segurei no braço dela e ela me olhou.

-Ganho beijo não?-Ela ficou me olhando e se inclinou pra trás, na minha direção. Deu um beijo na minha bochecha e eu já troquei um olhar com ela, antes dela descer do carro. Esperei ela entrar em casa e já parti pra casa de novo.

Eu e meu talento-nato pra me envolver em cilada... O foda é que essa cilada transa bem, e é a pior de todas.

EM SP NÃO EXISTE AMOR.Where stories live. Discover now