Capítulo 55.

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⚠️Maratona ⚠️
(4/?)

Ayuli.

Jhonatan foi lá no banco tirar um dinheiro e eu já botei o som alto e fui terminar de arrumar a casa.

Varri, passei pano, lavei roupa na nossa máquina que chegou, estendi roupa e ainda fiz comida. Tava só o pó da rabiola, mas nada melhor do que nossa casa cheirosinha, né? Eu amo!

Desliguei o fogo e corri lá pra cima pra tomar um banhozinho pra ir almoçar, nada melhor!

Tomei meu banho só pensando que mais tarde eu teria que ir lá fazer minha inscrição na facul. Pensei bem e eu acho que eu vou fazer é administração. Eu que lute pra estudar tanto.
Tava em dúvida entre essa e medicina veterinária, mas escolhi essa mesmo, dó demais de ver os bixinhos doentes. Mas eu sou apaixonada por animal, inclusive saudade demais do Teodoro, falei com a minha mãe esses dias por chamada de vídeo e ela logo me mostrou ele. Tá enorme meu bebê, eu fico toda chorosa de não poder trazer ele pra cá pra ficar comigo.

Jhonatan quer saber de trabalhar não pelo jeito, diz ele que é empresário. Do tráfico, só se for.

Mas por mim, ele que sabe. Ele botou o ap e a casa dele pra alugar, a Bianca foi lá na casa e tirou as coisas dele pessoais, colocou tudo num depósito segundo as ordens dele. A mobília ficou, quem entrou já chegou com meio caminho andado né.

O apartamento a gente nem chegou a mobiliar, mas o inquilino fez o primeiro contrato de um ano, daí o Jhonatan deu carta branca pra ele fazer o que ele quiser lá de acordo com os gostos dele. Dinheiro entrando é isso que importa.

Tirando os dinheiros da boca que mesmo toda vez dando um surto nele, é um dinheiro bom entrando também. Eu vivo pensando nas pessoas que são usuários, sabe? É um bagulho foda, se parar pra pensar eu sou até hipócrita porque penso, mas não faço nada a respeito. Mas eu também não posso chegar e falar pra ele se desfazer da boca dele porque aí eu sei que vai ser uma briga do caralho, disso ele não vai se desfazer, tenho certeza.
Eu sou acostumada com essas coisas, primeiro pela família que eu tenho e segundo por ter morado em favela, vivia vendo isso. Só que é foda pelo lado de pensar que muitas dessas pessoas usam as coisas e se afundam não porque elas querem, mas sim porque elas não tem força pra sair desse mundo. Fora que até adolescente se envolve com essas paradas, gente que tá começando a vida agora e já tá começando meio errado. Por essa questão eu fico com o coração bem apertado, assim, sabe? É complicado.

Mas enfim, espantei esses pensamentos e botei a primeira roupa que eu achei e que erw fresquinha, calor demais! Desci lá pra baixo, coloquei minha comida e sentei pra comer. Fiquei olhando pra minha mão vendo alguma coisa estranha e já lembrei da aliança que eu tirei pra arrumar a casa.

Ave Maria, deixei a comida de lado e corri pra achar essas alianças, se eu perco o Jhonatan surta, não tem nem três dias que eu ganhei elas.
Falando nisso, eu nem amei meu pedido, né? Nossa, fiquei boba. Achei babadeiro!

Já tava ficando nervosa quando eu rodei a metade da casa e não achei, passei de novo pela cozinha e tava lá aquele caralho em cima do armário. Graças a Deus, aleluia arrepiei.

Coisa mais linda, né? Eu achei tudo.

Voltei a almoçar enquanto assitia uma novela que tava passando lá e o bonito entrou em casa.

-Conseguiu?

-Consegui, foi fácil até.-Concordei com a cabeça e ele veio dar um beijo na minha cabeça e já arrancou a blusa. As costas tudo arranhada, eu faço um trabalho lindo.-Oloco, Strogonoff.

-Pega lá, tá quentinho ainda, acabei de fazer. Tem Coca na geladeira, amor.

-Ta bom.-Ele foi indo pra cozinha e depois voltou com o pratão dele. Jhonatan tem fome de 7 leões.

A gente comeu conversando e eu levei os pratos lá pra cozinha. A louça do almoço hoje é dele, ja arrumei a casa inteira. Aqui é assim, não moro sozinha, ele ajuda em tudo sim! A gente reveza pra não pesar pra ninguém.

Voltei pra sala e ele já tava fumando o belo cigarro dele na porta.

-Mas gosta de fumar.-Deitei no sofá e ele riu e soltou a fumaça.

Jhonatan.

-É o vício.-Olhei pra cara dela e ela tirou o cabelo da frente do rosto.

-Cê devia tentar parar com esse vício.

-Devia memo.

A campainha tocou e eu olhei pra cara dela.

-Ta esperando alguém?

-Eu não.-Peguei a chave em cima do sofá e saí lá pra fora. Abri o portão e dei de cara com aquele cuzão lá que tava dando em cima da Vitória.

-Oi, tudo bem?

-Eae.-Soltei a fumaça do cigarro e fiquei olhando pra cara dele.

-Então, eu vim aqui ver se o correio deixou minha conta aqui, as vezes eles confundem. Deixaram?

-Sei não, acabei de chegar. Vou ver com a minha mulher.-Fui entrando lá pra dentro e ele veio vindo atrás. Já dei mó encaradona nele mas nem falei nada, vamo ver até onde ele vai.

Parei na porta e a Vitória já olhou.

-O correio deixou carta aqui hoje?

-Deixou, aquelas ali.-Apontou pras cartas e eu fui pegar.

-Oi.-Ele falou pra ela e ela só deu um sorrisinho de lado.-Ta calor, né? Aqui deve ser difícil pra vocês que eram do Brasil.

-Não, no Brasil era calor também.-Ela falou e eu já joguei as cartas onde tava e fui na reta dele.

-Tem nenhuma sua não.-Parei de frente dele na porta e ele concordou com a cabeça. Cuzão.

-Tá bom então, tchau moça.

-Tchau.-Vitória falou e ele já foi saindo comigo atrás.

-Deixa eu te falar um bagulho.-Ele parou no portão e me olhou.-Eu tô sacando você dando em cima da minha mulher, viu?

Já ficou sério na hora, tentando se justificar, falando que não era.

-Vem dar papo torto não, eu não sou cego. Só que é o seguinte, você não me conhece não e muito menos conhece ela. Cê tá vendo que ela é casada e tá nessas, corta teu papo com ela, vou falar de novo não. Próxima vez o bagulho vai ser mais pra frente. Entendeu?-Ele ficou quieto e eu segurei no portão.-Entendeu ou não, caralho?

-Entendi.-Falou só isso e foi indo embora na mesma. Euein, vou virar esse mano do avesso já já pra ele acordar pra vida. Tá fácil né.

EM SP NÃO EXISTE AMOR.Where stories live. Discover now