Capítulo 37.

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Jhonatan.

-A gente tá junto, Victor. Eu e a Vitória tamo junto.-Ele já bateu o olho em mim e olhou pra cara da Vitória que não tava nem conseguindo olhar na cara dele.

-Seis tão o que? Cê tá me dizendo que você tá se envolvendo com ela?-Fiquei quieto olhando pra cara dele e ele virou pra ela de novo.-É A SUA SOBRINHA, SEU DOENTE! EU CONFIEI EM VOCÊ NESSA PORRA E VOCÊ VEM ME DIZER QUE TÁ COM ELA?

-Ela já tava de maior quando começou a rolar, eu nunca desrespeitei ela, nunca vi ela com outro olho.

-EU CONFIEI MINHA FILHA COM VOCÊ E VOCÊ TAVA SE APROVEITANDO DELA, JHONATAN?

-EU NÃO ME APROVEITEI DE NINGUÉM, VICTOR! Tu tá se passando, escuta!

-Pai, pai ele não teve culpa, pai.-Ela foi na reta dele e ele já empurrou ela pro chão com tudo. Porra, já fui pra cima dele na hora, empurrando ele pra cima dela.

Escutei um soluço dela e já virei um soco nele que bateu com tudo na parede e já veio pra cima de mim. Ele virou um soco na minha boca e eu já senti na hora que tinha quebrados um dente, nariz dele tava escorrendo o melado já.

-Para, pelo o amor de Deus. Para... Jhonatan!-Eu escutava a Vitória gritar mas nem tinha como fazer muita fita, tava trocação com o Victor, tava num ódio do caralho.

Virei uma joelhada na barriga dele e ele já caiu pro lado, subi em cima dele e já virei um soco no olho dele, ele virou a cara pro lado com tudo e já segurou na minha blusa, tentando me empurrar pra trás.

-Para, porra! Deixa a gente te explicar, eu sempre respeitei ela, Victor. Aconteceu, ela já era de maior quando rolou já.-Me inclinei pra trás, tentando desviar dele que tava tentando me bater e o filho da puta arranjou força não sei de onde e me jogou pro lado com tudo. Bati a cabeça no chão e já deu uma latejada, vi tudo embaçado já.

Comecei a escutar a Vitória gritar e o filho da puta começou a me enforcar. Já segurei nos dois pulsos dele e tentei chutar ele, mas ele prendeu minhas pernas com as dele.

Comecei a puxar o ar na maior dificuldade e eu só escutava a Vitória gritar, mas tava abafadão. Cara dele tava toda vermelha, tava pintando sangue pra caralho na minha cara e o arrombado não soltava por nada.

Senti eu ir ficando mole e fui afrouxando a mão no pulso dele, vi a Vitória chorando pra caralho e batendo nas costas dele, tentando empurrar ele de cima de mim e ele nem se mexia, continuava na mesma.

Meu olho foi fechando e eu soltei os pulsos dele, vi alguém dando um mata-leão nele e puxando ele pra trás e eu caí pro lado tentando puxar a porra do ar, mas não vinha nem fudendo.

Comecei a escutar uma gritaria do caralho e a Vitória se jogou com tudo do meu lado.

-Respira, Jhonathan. Respira, meu amor, por favor, respira.-Ela segurou no rosto e eu virei a cabeça tentando olhar em volta pra entender a gritaria que tava tendo, mas nem consegui ver nada.

Agarrei no pulso da Vitória e ela puxou minha cabeça pro colo dela e passou o braço por cima do meu peito.

Vitória.

Comecei a chorar pra caralho vendo ele não conseguir respirar, desespero tomou conta total! Maior medo da minha vida eu senti hoje, não consigo nem pensar no que teria acontecido de meus tios não tivessem chegado na hora.

-Me ajuda, vô. Me ajuda, ele não tá conseguindo respirar direito.-Comecei a pedir ajuda desesperada quando meu vô subiu as escadas rápido com meu tio Dante e olhei pra baixo, vendo o Jhonatan puxando o ar com o olho arregalado, tentando olhar tudo ao redor.-Me perdoa, meu amor. A culpa é minha, desculpa, me desculpa...

Fiz um carinho com a mão toda trêmula na lateral do rosto dele e ele não esboçou reação nenhuma, só apertou meu braço com mais força ainda do que ele já tava apertando. Eu tinha certeza absoluta que ia ficar roxo, mas tava pouco me fudendo.

-Me ajuda!-Meu vô ajoelhou do lado dele e começou a falar com ele, tentar chamar a atenção dele.

Ele levantou o Jhonatan com o meu tio Dante rápido e eu fui me apoiando na parede pra levantar.

-Desce na frente, Ayuli. Abre a porta do carro, vai.-Meu tio falou alto e eu já fui descendo correndo pra abrir a porta. Passei correndo na sala e só vi de canto de olho alguém segurar meu pai no chão e ele gritando um monte de coisa horrível, que ele confiou no Jhonathan, que ele de aproveitou de mim... Muita coisa errada, muita coisa sem noção. Coisa que ele mais do que ninguém deveria saber que o Jhonatan jamais faria comigo e nem com ninguém.

Abri a porta do carro e já fui com eles levando o Jhonatan pro médico, ele já tava respirando com mais facilidade, mas tava com o pescoço todo roxo, o rosto pálido...

Ele a todo momento falando pro meu vô que ele não tinha feito nada de errado, que não era minha culpa, que não era pra me deixar sozinha com meu pai... Falando pra mim que não era minha culpa, que não era pra mim ficar chorando que ele não ia deixar nada acontecer comigo.

Meu tio e meu vô só olhavam, ninguém falava nada além de nós dois. E eu não tava nem aí, pra ser bem sincera. Se ele tivesse comigo não ia ter caô, nós dois contra o mundo.

EM SP NÃO EXISTE AMOR.Where stories live. Discover now