Capítulo 12.

21K 1.8K 1.5K
                                    

Ayuli.

-Porra, Jhonatan. Até o elevador disso aqui é bonito.-Ele riu e encostou na parede do elevador. Fiquei me olhando pelo espelho até chegar no nosso andar.-Que demora, em?

-Décimo primeiro andar, né, minha filha?-Olhei pra cara dele com uma sombrancelha arqueada pelo deboche do abusado, e ele riu.

-Cê tá feliz?

-Pelo ap?-Concordei com a cabeça e ele fez a mesma coisa.

-Tô, é uma conquista, né? O menor de oito anos que não tinha onde cair morto nem imaginava que um dia eu teria um apartamento no Morumbi. O mundo dá voltas pra caralho.

-Dá mesmo. E você merece cada volta que ele tá dando.-Ele sorriu de lado e eu fui chegando perto, até passar meus braços em volta da cintura dele e colocar a cabeça no pescoço. Ele me abraçou apertado também e eu levantei a cabeça de uma forma que dava pra ver ele.-Tô muito feliz por você!

Eu senti a respiração dele bater no meu rosto e meu coração já acelerou de leve. Ele tava tão pertinho, de verdade.
Ele não desviou o olhar do meu e nem eu do dele, senti quando ele enfiou a mão por dentro do meu cabelo e estremeci com o susto do "plim" que o elevador fez quando a gente chegou. As portas se abriram e eu me soltei dele, meio sem rumo. Fiquei até meio sem graça, mas ele ou disfarçou ou nem se afetou com nada, porque já foi saindo.

Eu fui atrás dele e ele destrancou a porta grande de madeira e abriu o apartamento, me dando a visão de uma sala do caralho. A janela de frente pra sala era grandona, toda de vidro; eu não sei nem explicar a vida disso aqui de noite, é a coisa mais linda do mundo.

O chão todo de porcelanato, daqueles pisos bem de rico mesmo, sabe?
A casa não tinha mobília nenhuma ainda.

-Caralho, Jhonatan. Só a sala é maior que minha casa inteira, e olha que minha casa é grande.-Ele riu e me estendeu a mão, eu peguei e ele foi me puxando pros outros cômodos. Era tudo maravilhoso, a casa toda branca, cheia de luzes e tal. Bem grande e arejada também.-Isso aqui é lindo!

-Tinha que ser, né? Vou parcelar a outra metade do preço em mil vezes sem juros.-Ele fez o drama básico dele e eu ri.

-Cê já pagou uma metade?

-Paguei. Juntei um tempão e dei entrada com um valor grande já.-A gente entrou na cozinha e eu já imaginei a cozinha toda plenejada, toda vermelha e preta. Aleluia, arrepiei!-Quero uma daquelas geladeiras grandonas, saca? Daquelas que sai até gelo da porta.

Concordei com a cabeça, rindo, e ja fui curiar. Abri uma portinha e vi que era a lavanderia, tinha só uns armários já grudados.

-E esses armários aí eu quero trocar também.

-Daqui de dentro? Mas ninguém vai nem ver, é a lavandeira.

-Mesmo assim, quero tudo novo. Escolhe algum bonito pra colocar aí.-Concordei com a cabeça e ele continuou me mostrando cada pedaço do apartamento. Tinha um lavabo meio que escondido por uma porta camuflada na sala, os três quartos tinha banheiro, sendo um quarto o maior, que seria o dele. Tinha até uma sala de jantar que ele disse que iria colocar uma sinuca, porque ele comeria no sofá ou no balcão. Mais Jhonatan impossível, né?

Aí tinha uma área grande onde tinha uma árvorezinha e umas plantas, a árvore ele disse que era pé de jabuticaba. Eu vi meu sonho ali, pena que não tava na época e não tinha uma mísera frutinha.

-Isso aqui é lindo, eu tô feliz demais por você, de verdade.-Ele encostou na grade do terraço e sorriu pra mim.

-Chega aí.

EM SP NÃO EXISTE AMOR.Where stories live. Discover now