trinta e dois

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A noite cai e carrega consigo uma chuva violenta que se choca com brutalidade contra as janelas da casa

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A noite cai e carrega consigo uma chuva violenta que se choca com brutalidade contra as janelas da casa. Ficar perto da lareira acesa ajuda um pouco, mas parece que o fogo está em uma batalha árdua com a temperatura baixa. 

Bebo o último gole de vinho que preenche a taça e fico pensando em como o tempo passa rápido nos melhores momentos da vida. Faz quase uma semana que estou em Londres, e agora faltam pouquíssimos dias para eu voltar para a loucura de Nova York. Sinto saudades de casa, mas também não queria ir embora tão cedo. É um sentimento um tanto conflituoso. Mas a boa notícia é que já cumpri todas as tarefas da minha lista de pontos turísticos, faltando apenas passear de barco pelo Rio Tâmisa para fechar com chave de ouro. Sinto como se essa fosse a viagem da minha vida. 

Olho para as escadas. Faz um tempinho que Tyler subiu para tomar um banho, mas sinto como se fosse uma eternidade. Eu estava adorando poder me aconchegar nele e sugar o seu calor corporal. 

Decido me levantar e ir atrás dele. A porta do seu quarto está entreaberta, e posso ouvir "Never Call Me", da Jhené Aiko tocando baixinho; um volume completamente agradável. Adentro o ambiente, seguindo as batidas sensuais, tentando não me chocar com nenhum móvel com a baixa luminosidade do cômodo — apenas a luz do abajur ao lado da cama está acesa — e acabo me deparando com outra porta entreaberta. 

Não resisto a vontade de espiar por entre a fresta e fico fascinada com a imagem que se forma bem diante dos meus olhos. Tyler está sentado na banheira de porcelana, com uma camada grossa de espuma criando bolhas pelo ambiente sempre que ele se move, enquanto sua cabeça está inclinada para trás e seus olhos estão fechados. 

Tenho medo de dar mais um passo e escorregar na minha própria baba. Mas, para ser sincera, não consigo me mover. Estou paralisada diante da cena erótica, e quando tento engolir em seco, não encontro nenhum resquício de saliva na boca. 

Tyler vira a cabeça lentamente e abre os olhos, mirando diretamente em mim. Parece que ele sabia da minha presença todo esse tempo, porque os seus olhos parecem rubros de uma promessa pecaminosa que estou louca para descobrir. Aquele olhar… Sinto um arrepio profundo toda vez que ele me olha dessa forma, como se eu fosse a única coisa no mundo que importasse. 

Sem dizer uma só palavra, ele ergue a mão e me chama com o dedo indicador. Minhas pernas perdem força à medida que me aproximo da banheira, sentindo os aromas dos óleos de banho. Sinto como se simplesmente estivesse flutuando em sua direção. 

— A água está uma delícia — diz ele; a voz baixa e sensual. — Você deveria aproveitá-la comigo. 

Engulo em seco, me sentindo tímida de repente. Toda vez que transamos, estávamos envolvidos numa espécie de clima, aos beijos, arrancando as roupas… Ele nunca ficou parado lá olhando enquanto eu me despia, e me sinto um tanto hesitante agora. 

— Tire a roupa, Teri — sua ordem é suave. — Quero ver você. 

Levo minhas mãos trêmulas até a barra do moletom. É a primeira peça a sair. A camiseta branca é a próxima, e logo depois, o sutiã. Arrisco olhar para ele, e a sombra de um sorriso preenche os seus lábios cheios enquanto seus olhos me observam com ternura. 

Amor à segunda vista • COMPLETOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora