vinte e cinco

19.2K 2.3K 1.7K
                                    

— Não, mãe

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.

— Não, mãe. Ela não é a minha namorada. É apenas uma amiga. 

Estou cansado de repetir a mesma coisa ao telefone já faz quase meia hora. Acontece que decidi ligar para a minha mãe e avisar que teríamos visita no dia de Ações de Graça, e agora ela cismou que estou levando uma namorada para conhecer a minha família. Quando a minha mãe coloca algo na cabeça, é difícil fazê-la mudar de ideia. 

— Você não traria uma mulher para casa se vocês não tivessem algo — insiste. — Eu te conheço, querido; você é reservado demais para esse tipo de coisa. 

— As pessoas mudam, dona Alana — tento convencê-la. — Mas também, a Teri teve um problema com a família e não pode passar o dia de Ações de Graça com ela, por isso a convidei. 

— Ah, nossa, que chato. 

— Pois é. 

— Ok então… vou preparar o quarto de hóspedes… ou ela vai dormir no seu quarto? — alfineta. 

Acabo rindo silenciosamente. 

— Mãe! — repreendo em tom divertido. — Eu já disse que ela é apenas uma amiga e a senhora vai ter de lidar com isso. E… vamos ficar na minha casa, então não precisa se preocupar. 

— Mas eu quero netos! 

— Não apresse as coisas, mãe — digo com calma. — Em algum momento a senhora terá netos. 

— Mas você já tem 30 anos, querido! Não pode ficar para titio. Não me dê esse desgosto. 

Reviro os olhos. 

— A senhora está fazendo drama. 

— Não, eu só estou te alertando — retruca. — A vida é bela demais para se passar sozinho, meu filho. 

Mordo o lábio inferior. 

— Eu tenho tempo. 

— Sempre achamos que temos tempo, mas nunca sabemos, de fato, quando nosso tempo acaba; por isso é nossa obrigação viver o agora. 

— A senhora tem razão — concordo. — Mas eu estou tranquilo em relação a isso; não estou desesperado. Uma hora eu sei que vai aparecer alguém. 

Ela suspira. 

— Ok, ok, você venceu. 

Abro um sorriso vitorioso. 

— Ótimo. Eu preciso ir agora. 

— Mas já? — seu tom de voz triste me deixa aflito. — Suas ligações são sempre tão rápidas, meu filho. 

— Desculpa, mãe, mas eu realmente preciso voltar ao trabalho. 

— Esse é o seu problema: está sempre trabalhando quando deveria aproveitar a vida. 

Amor à segunda vista • COMPLETOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora