Amor à segunda vista • COMPLETO

três

— Ele é um pé no saco. Sério.

— Ah, vai. Ele não deve ser tão ruim assim.

Lanço um olhar cortante para Cheryl. Ela abre um sorriso divertido.

— Ele me olha como se eu fosse idiota — digo enquanto penduro mais um figurino na arara. 

— Convenhamos que você é um pouco idiota, sim — brinca. 

— Você não está ajudando, tá legal? — reclamo. 

Ela dá de ombros.

— Mas isso que você contou é mesmo verdade? Tipo, a garota estava mesmo gritando feito uma ambulância? 

— Foi horrível — faço uma cara de nojo. — Parecia um animal acasalando. 

— Poxa. Ele deve ser mesmo bom de cama — passa a língua pelos lábios, com uma cara safada que eu conheço bem. 

Rolo os olhos. 

— Me poupe, Cheryl. Ele só fez aquilo para me provocar — alego. — Eu até tentei ser legal com ele no começo. Juro que tentei.

— Ah, eu não duvido — concorda. — Você é a pessoa mais doce, extrovertida e incrível que eu conheço. Você é capaz de animar até um enterro.

Franzo o cenho.

— Que comparação horrorosa. 

Cheryl ri. 

— Ok, ok. Essa foi péssima — reconhece. 

— Ele está sempre de cara fechada, de mau humor — continuo com as reclamações. — Acredita que ele teve coragem de falar mal das minhas roupas? 

Quando Cheryl fica em silêncio, olho para ela.

— O que foi? — questiono. — Você tem algo para me dizer? 

Ela me olha com apreensão.

— Eu? Nada… É só que… às vezes, você… — gesticula para as minhas roupas. 

Olho para o meu próprio corpo.

— Eu o quê? — ergo o olhar para ela, sem entender. 

Cheryl balança a cabeça.

— Nada. Digamos que… você tem um estilo próprio. É isso. 

— Ah. 

— Mas e agora? — emenda ela. — O que você vai fazer? 

— Não sei ainda. Mas de uma coisa eu tenho certeza: isso não vai ficar assim — decreto. 

Cheryl ri. 

— Ah, Teri, esse lance de vingança não faz muito o seu estilo… Você é doce demais para isso. 

— Sempre tem uma primeira vez pra tudo — murmuro.