vinte e quatro

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Tudo está quente quando eu acordo

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Tudo está quente quando eu acordo. A luz do sol que adentra as janelas é agradável. Mas… por que a cama está tão dura? 

Demora alguns bons segundos para perceber que não estou com metade do corpo sobre o colchão, mas sim em cima de uma parede de músculos. Ergo a cabeça com cuidado, encontrando um Tyler de cabelo desgrenhado, expressão serena e respiração tranquila. Rolo com cuidado e ocupo o espaço vago na cama. Cenas da noite anterior preenchem minha cabeça. 

Preciso piscar algumas vezes para acreditar que tudo aquilo realmente aconteceu. Tento conter um sorriso idiota, mas falho miseravelmente. Levo a mão aos lábios como se eu ainda pudesse sentir o sabor dos seus beijos e da chama estranha que se espalhou pelo meu corpo a cada vez que ele me tocou. Meu coração ainda palpita como se eu estivesse presa naquele momento, revivendo aquela sensação em um loop infinito.

É insano pensar que tudo isso realmente aconteceu. Quem diria que eu, Teri Grace, sentiria algum tipo de afeto por alguém que eu julgava tão irritante a ponto de odiar? Sinto o meu estômago afundar de repente. Parece que estou em conflito comigo mesma. O que acontece agora? E se aqueles momentos foram apenas uma situação momentânea? Se ele disser que tudo aquilo não se passou de um erro, eu poderei conviver com isso e fingir que nada aconteceu? Que eu não estou me sentindo um tanto… vulnerável? 

Decido levantar. Pensar demais está me deixando com uma leve sensação de enjoo. Saio da cama com cuidado, temendo acordar Tyler; por sorte, ele nem se move. Olho para ele novamente na cama; nem se parece com o homem que eu conheço: sempre impaciente e irritado. Mais um sorriso bobo teima em surgir. É melhor eu parar com isso agora antes que eu arranje um baita problema. 

Vou para o meu quarto. Troco a água de Theodor antes de ir para o banheiro tomar um banho. Enrolada em uma toalha, volto para o quarto e olho para o dia lá fora: ainda úmido, mas não está chovendo. Hoje é domingo e eu não tenho para onde ir; estou brigada com a minha família, enquanto Cheryl tem um almoço com a dela e, bom, não tenho mais um namorado… O que significa que, se eu não arranjar algo para fazer, terei de ficar o dia inteirinho na presença de Tyler e provavelmente enfrentar um clima meio estranho entre a gente. 

Talvez ficar no quarto o dia todo fingindo que estou fazendo algo de útil seja uma boa ideia, mas percebo que não é algo promissor quando o meu estômago começa a roncar de fome. Sou obrigada a ir até à cozinha e preparar o café da manhã. Penso que dará tempo de fazer um prato e levar para o quarto onde é seguro, mas Tyler surge na cozinha justamente quando estou tentando fugir… sem camisa

Engasgo. Por que ele está sem camisa? Ele não estava sem camisa antes. 

Preciso de um instante para recobrar o equilíbrio, mas fica difícil quando meus olhos me traem e miram apenas no tanquinho bem definido, seguido por um peito firme, braços forte e… não, não, NÃO! Eu não posso ficar encarando…

— Oi — ele quebra o silêncio, adentrando a cozinha despreocupadamente.

— Oi…

Tyler abre a geladeira antes de lançar um olhar por cima do ombro.

Amor à segunda vista • COMPLETOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora