treze

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O apartamento é preenchido por risadas femininas

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O apartamento é preenchido por risadas femininas. A amiga da Teri, Cheryl, se não me engano, tem uma risada escandalosa que no final se transforma naquele barulho que os porcos fazem. Já a gloriosa risada da minha colega de apartamento, além de alta e exagerada, faz parecer que ela está se divertindo muito depois de ter fumado um tanto considerável de maconha e ter ficado alegrinha demais. Mas a parte interessante é que não me incomoda. Acho que, depois de alguns meses, eu já estou acostumado com todo esse barulho. Porque todos os dias são assim com a Teri por perto: animados.

Nem consigo acreditar que já fazem três meses que consegui sobreviver à Teri Grace. Isso me faz querer escrever um manual de sobrevivência — certamente sou melhor com palavras escritas do que faladas. Mas nossa convivência foi melhorando aos poucos. Ou talvez eu só tenha me acostumado com Teri e seu jeito maluco de ser. De qualquer forma, agora é menos ruim do que no início. Eu não suportava olhar para a cara dela, estava sempre com raiva porque achava que ela tinha roubado algo que era meu, mas estou começando a aceitar que nós dois somos vítimas de uma armadilha.

Eu sou um pouco cabeça dura. É difícil para mim dar o braço a torcer. Mas estou tentando trabalhar melhor nisso, ser mais gentil com ela… Eu não sou um cara grosseiro, apesar da sinceridade nua e crua e do pavio meio curto, mas não posso negar que eu estava tentando ser desagradável para fazer Teri sair correndo da minha vida, porém, isso parece incentivá-la ainda mais a ficar, então não vejo mais sentido em continuar com essa picuinha de jardim de infância. 

Não tem muita coisa para fazer em um apartamento em um dia de sábado, então enquanto Teri e sua amiga fazem seja lá o que estejam fazendo no quarto, eu decido cozinhar um pouco. Tem comida congelada no freezer, mas prefiro comer algo fresco sempre que tenho a oportunidade. Preparo uma lasanha de frango que espalha um cheiro delicioso por toda a cozinha, e isso só se comprova quando Teri adentra a cozinha acompanhada da sua amiga, dizendo: 

— Hummmm. Eu não sabia que estava com fome até sentir esse cheiro. 

Olho para ela e fico paralisado por um instante. Continua sendo a Teri Grace que eu conheço, mas agora há algo de diferente… É difícil olhar para ela quando a mesma veste todas aquelas roupas extravagantes que roubam toda a atenção, mas agora ela está usando apenas um macacão jeans que parece um tanto surrado e uma camiseta amarela. Tão simples que nem parece ser ela. O cabelo está preso em um daqueles coques frouxos que deixam alguns fios rebeldes caírem ao redor do rosto e há manchas de tinta nas bochechas e nos braços e até mesmo na própria roupa. Ainda é a minha colega de apartamento, uma mulher de beleza física discreta, mas agora um pouco mais… visível. 

Volto à realidade quando Teri espia dentro da travessa descaradamente. 

— Lasanha! — comemora com o maior dos sorrisos. — Eu amo lasanha!

Limpo a garganta, me recuperando do momento de choque. 

— Vocês já terminaram com o quarto? — pergunto, olhando para a amiga da Teri. 

Amor à segunda vista • COMPLETOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora