dezesseis

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Encontro Tyler parado na porta do meu quarto no dia seguinte

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Encontro Tyler parado na porta do meu quarto no dia seguinte. 

— Está tudo bem? — pergunto. 

— Acho que eu deveria te fazer essa pergunta — ele retruca. 

Ah, sim. O coração partido. Olho para ele, sem humor. Acho que minha cara já diz exatamente como eu me sinto: um lixo. Passei metade da madrugada chorando, mas acho que acabei cochilando em algum momento. Pensei que colocar tudo para fora me faria sentir um pouco melhor pela manhã, mas eu estava errada. Além de cansada fisicamente, me sinto profundamente arrasada. Noah, minha família, minha vida medíocre… envolve uma série de coisas. 

— Tyler, está tudo bem — digo, apesar de, no fundo, saber que minhas palavras são uma mentira. 

— Eu fiz o café da manhã — diz ele, depressa. — Imaginei que estivesse com fome. 

Pisco, surpresa. 

— Ah. Obrigada. 

Faz-se silêncio por um tempo. 

— Então… — sua voz surge novamente. — Percebi que você não está indo trabalhar esses dias. Foi demitida? 

Retraio suavemente o canto da boca, quase um sorriso. 

— Você não sabe mesmo como consolar uma pessoa, não é? — Ele parece arrependido por um instante. Respondo: — O teatro está passando por uma reforma — eu explico. — Mas e você? Não deveria estar no trabalho? 

— Estou de folga hoje — coça a nuca. — Então eu achei que a gente poderia sair e fazer compras. 

Franzo o cenho. 

— A dispensa já está vazia? 

— Não esse tipo de compras — limpa a garganta. — Estou falando de roupas… 

Fico ainda mais confusa. 

— Por que eu faria isso? Quer dizer… por que você faria isso comigo? 

— Porque todo mundo gosta de comprar roupas — argumenta como se fosse óbvio. 

— Tyler, o que…? — paro e penso por um instante. — Entendi. Você está se sentindo culpado. 

Ele suspira. 

— Talvez. 

Acabo rindo, mesmo sem muito humor. 

— Tyler, é sério, está tudo bem. Você não fez nada de errado. 

— Ah, é? Então tenta dizer isso para a minha consciência — passa a mão pelo rosto, frustrado. — Por favor, só… só me deixa fazer alguma coisa para tirar esse peso dos meus ombros. E aí, depois, podemos voltar ao que era antes, mas… por favor. 

Sou pega completamente de surpresa; tanto que fico até sem palavras. 

— Mas mesmo que a gente fosse fazer compras, eu não teria dinheiro para extravasar desse jeito — confesso.  

Amor à segunda vista • COMPLETOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora