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Jesus

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Jesus. 

Que. Diabos. Ela. Está. Usando?

Essa foi a primeira coisa que eu pensei quando vi Teri Grace, ou melhor: a razão dos meus problemas. 

Quem vive em Nova York, sabe que morar nessa cidade louca não é tudo isso que vendem no pacote de viagens. É um lugar incrível, é verdade, mas achar um apartamento espaçoso e aconchegante por um preço bom não é nada fácil. Na verdade, é uma tarefa quase impossível. Então, ter encontrado um lugar no meio de Manhattan por um valor INCRÍVEL — literalmente — parecia ter sido o início de um sonho que virou um completo pesadelo. Eu finalmente iria sair da vida de aluguel, mas no contrato não constava a presença de um parasita com um péssimo senso de moda. E olha que estou sendo gentil. 

— Tyler? Tyler! 

Ergo o olhar para o homem à minha frente, completamente disperso. 

— Ahn? 

— Estou falando com você já faz uns dez minutos e você aí no mundo da lua! — reclama Denzel.  

— Desculpa, cara — suspiro. — O que você estava dizendo? 

Ele me avalia com uma careta. 

— Você parece impaciente — ressalta e depois acrescenta: — Mais impaciente que o normal. 

— É. Pois é — eu murmuro, jogando a pasta de documentos sobre a mesa. 

— Está pensando na sua querida hóspede? — provoca com um sorriso, e lanço um olhar irritado para ele.

— Mas que porra, cara! Por que essas merdas só acontecem comigo? 

Ainda rindo, ele diz: 

— Ela não deve ser tão ruim assim. 

— Aquela mulher parece uma supernova. — A imagem dela ainda está gravada na minha memória perfeitamente. — Quando ela chega, tudo se ilumina. 

Com um misto de diversão e confusão, Denzel pergunta:

— Isso não é bom? Isso quer dizer que ela é uma boa pessoa, não? 

— Não é dessa maneira que eu estou falando — bufo de frustração. — Ela estava usando um blazer com tanto brilho que eu tenho certeza que era possível enxergá-la no oeste do país. E aquele vestido que ela estava usando não era moda nem nos anos 50. 

Denzel explode em uma gargalha, mas eu continuo emburrado. 

— Isso não tem graça — eu esbravejo. 

— Ok, ok — ergue as mãos, sem conter o riso totalmente, e enxuga o resquício de lágrimas no canto dos olhos. — Você poderia dar umas dicas para ela. 

— Nem fodendo. 

— Então me diz, cara, o que você vai fazer? 

— Eu não sei — confesso. — De uma coisa eu tenho certeza: ela vai ter que sair da minha — eu elevo o tom de voz para enfatizar — casa. 

Amor à segunda vista • COMPLETOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora