quatro

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Duas semanas

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Duas semanas. Eu consegui sobreviver a malditos 14 dias ao furacão categoria cinco Teri Grace. Depois de aguentar essa tempestade que parece estar só começando, sinto que minhas forças para lutar contra isso estão se esvaindo. Eu sempre me considerei um cara muito tranquilo, discreto, que não faz nenhum alarde, mas com a minha colega de apartamento eu não tenho paz. Sei que, na maioria das vezes, ela está apenas tentando me irritar porque, assim como eu, está tentando me sabotar para desistir do apartamento, mas não dá para negar sua personalidade espontânea e barulhenta. Sem mencionar a desorganização. 

Uma semana se passou e Teri continua usando o meu banheiro. Segundo a mesma, sua renda mensal anda um tanto apertada — o que não é problema meu —, e por isso ela não pôde pagar o conserto da maldita torneira quebrada. Isso resulta em uma série de incidentes, como encontrar seus objetos pessoais pendurados na haste do meu banheiro, o que foi o caso do seu sutiã. Agora ela se acha no direito de invadir o meu espaço pessoal sem nenhum freio. Essa mulher está me tirando do sério, e temo que eu não vá conseguir suportar por muito mais tempo antes de arremessá-la pela janela. 

— Está tudo bem? Você parece que não dorme há dias.

Quem está falando é Denzel. Olho para sua cara de preocupação e depois suspiro. 

— Deixa eu adivinhar… — emenda ele, agora com um tom meio divertido. — A sua supernova ataca novamente? 

— Primeiramente, ela não é minha — murmuro. — Segundo… sim, a razão dos meus problemas é, de fato, a “supernova”.

Ele ri.

— O que ela fez desta vez? — pergunta. — Ainda o lance da música de manhã cedo e do banheiro? 

— É. — Digo. — Sem contar que ela consegue ser desastrada em um nível absurdamente preocupante. 

— Vocês não podem viver em pé de guerra para sempre, cara — aconselha ele. 

— Para você é fácil falar — retruco. — Se você estivesse na minha situação, saberia exatamente como estou me sentindo. 

— Vamos lá, Tyler. Força, irmão. Você não vai se deixar abalar por uma mulher maluca, vai? 

Sentindo-me repentinamente sufocado, deslizo o paletó pelos braços, ficando apenas com a camisa social branca. 

— Não. Claro que não. — Asseguro. 

— Nova moda, Tyler? 

Olho para Isaac, nosso principal estilista, que se aproxima com um sorrisinho. 

— O quê? — questiono, sem saber do que ele está falando. Estou usando um terno azul marinho cortado sob medida, simples. 

— Estou falando desse furo enorme na sua camisa. 

Franzo o cenho. 

— Como é que é? Você está brincando, né? 

Denzel se inclina para trás, tentando ver o possível furo. 

Amor à segunda vista • COMPLETOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora