vinte e oito

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NOVEMBRO

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NOVEMBRO

— Não acredito que estamos mesmo indo para Londres! — desando a falar. — Parece ser uma cidade incrível! Eu fico fascinada quando vejo as fotos na televisão ou na internet. Tem tantos lugares que eu gostaria de visitar… Podemos ir à London Eye? E ao Museu Britânico? E eu com certeza vou querer tirar uma foto no Big Ben e da Tower Bridge!

Tyler me encara. 

— Você está nervosa. — Não é uma pergunta. 

Franzo o cenho. 

— Como é? 

— Você costuma ser bem tagarela, mas fala duas vezes mais quando está nervosa. 

Abro a boca para protestar, mas acabo engolindo as palavras, pois sei que ele tem razão. Eu só não sei como Tyler conseguiu chegar a essa conclusão sobre mim. Mas ele sempre me pareceu bastante observador. 

— É que… — começo. — Eu tenho medo de altura. E nunca viajei de avião — acrescento. — Então acho que estou meio apavorada. 

— Já vamos decolar — diz ele. — Você vai sentir um tremor no início enquanto o avião pega impulso na pista de decolagem, mas depois não sentirá mais nada. Apenas tente não pensar muito nisso e foque apenas na sua respiração. Pense em coisas boas, coisas que te acalmam. 

Respiro fundo e me recosto na poltrona. Sinto minhas mãos suarem. Um nervosismo quase insuportável se instala no meu estômago, daqueles que te faz querer ficar presa no banheiro por horas. Fecho os olhos, tento pensar em algo bonito e tranquilo, mas nada vem à minha cabeça; só há escuridão. 

— Não consigo — murmuro, abrindo os olhos novamente. 

— Me dê a sua mão. 

Olho para Tyler. Ele tem uma expressão calma e suave, como se não estivesse prestes a ficar milhares de metros de distância do chão. Como ele consegue ficar tão tranquilo? 

— Vamos lá, me dê a sua mão — insiste. 

Coloco a minha mão sobre a dele. É grande e macia, mas é quente e acolhedora. O avião começa a balançar, e dou um sobressalto pelo susto. Tyler aperta um pouco mais a minha mão e eu afundo na poltrona, amedrontada. 

— Olhe para mim.

Obedeço. Seus olhos cinzas estão focados, como se quisessem me prender em algum tipo de hipnose. São tão bonitos… Já vi algumas pessoas de olhos cinzas no Pinterest, mas as íris costumam ser mais escuras. As de Tyler são claras e incríveis. 

Ele ergue a mão e afaga o meu rosto tão suavemente que me causa arrepios. Olho para os seus lábios carnudos e eles me parecem extremamente convidativos, de modo que eu passaria uma vida inteira os beijando. Tyler esfrega o polegar na minha bochecha, espalhando um leve calor por ali. Parece que a minha mente está flutuando por aí, sem conseguir pensar em uma reação racional. Aproximo-me um pouco, mas então ele se afasta, sorrindo.

Amor à segunda vista • COMPLETOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora