oito

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— Por favor, Teri, vamos conversar

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— Por favor, Teri, vamos conversar. 

Continuo andando pelo teatro, tentando ignorar a presença de Noah, mas fica cada vez mais difícil quando ele continua no meu encalço, insistindo, insistindo e insistindo… 

— Eu já disse que não temos mais nada para conversar — digo pela enésima vez. 

— Você tem de me escutar. Por favor — ele usa o seu tom mais vitimista. 

— E para quê? Para ouvir mais uma de suas mentiras? — retruco, amargurada. 

— Sei que está chateada… 

— Chateada? — solto um riso sem humor. — Eu estou muito puta com você. 

— Eu sei, e eu mereço isso. Mas… pode, por favor, me escutar? Só um instante? 

Olho para ele, hesitante, até que a voz do meu chefe me faz engolir as palavras que estou prestes a dizer. 

— Teri, aqui não é lugar para namorico! Ou faz o seu trabalho ou é olho da rua! 

Travo o maxilar. Mas que grande filho da…!

— Olha, Noah, você precisa ir embora — peço.

— Eu não vou sair daqui sem antes conversar com você — ele permanece em pé como uma criança birrenta. 

— Teri! — O meu chefe rosna. 

— Ok, ok — cedo. — Me espera no carro. Eu saio em meia hora. 

Noah abre um sorriso presunçoso e me rouba um selinho. 

— Ótimo. Estarei te esperando. 

Olho para Arthur que está me lançando olhares de ódio antes de voltar ao trabalho o mais depressa que eu posso. Esse não é o emprego ideal que uma pessoa desejaria para si mesma, mas no momento é tudo o que eu tenho para pagar as contas. 

Merda. 

Quando termino de arrumar tudo, pego minha bolsa e saio do teatro o mais depressa que eu consigo, sem dar chance ao meu chefe para inventar mais trabalho para me torturar por muito mais tempo. Como previsto, Noah está esperando do lado de fora, acomodado confortavelmente em seu Mustang. O carro foi presente dos seus pais. Na verdade, ele tem vivido muito bem nas custas dos pais que mantém o carro, bancam o apartamento legal no centro e sustenta sua carreira de modelo. 

Abro a porta do carro e me acomodo no banco do carona. Trocamos um olhar e depois de suspirar, eu digo:

— Só… dirige. 

— Ok...

Com um ronco potente do motor, o carro dá partida pelas ruas movimentadas da cidade. Nova York nunca dorme; a qualquer momento, a qualquer hora, sempre tem alguém caminhando pelas ruas, frequentando os bares noturnos. É sempre tudo tão iluminado e agitado que sinto como se estivesse em uma festa todos os dias. 

Amor à segunda vista • COMPLETOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora