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Marcos: Bom dia e tchau! - Passou por mim na sala.

Mafê: Bom dia, não vai nem tomar café?

Marcos: Não dá tempo eu tô atrasado. Vai sair hoje.

Mafê: Não que eu saiba, tô paradona esses dias.

Marcos:Caso você for sair deixa a chave lá na portaria, eu perdi a minha.

Mafê: Tá ok, beijos. - Falei enquanto acompanhava ele até a porta.

Marcos: Beijos, amo você.

Respondi ele é fechei a porta indo me deitar no meu quarto. Hoje era feriado e a escola tinha emendado desde segunda, não via as meninas as três dias e tava morrendo de saudades. 

Meu único role era a escola pô.

Sou paradona e quase nem saio de casa.

Olhei pro relógio que marcava nove da manhã e voltei a dormir, feriadão desse e eu vou ficar acordada fazendo o que?

Acordei era umas três e pouca da tarde. Foi à mesma rotina chata de sempre fiz almoço, limpei casa, tomei banho e fiquei á toa. Tava deitada no sofá quando o vi o meu celular vibrando, peguei vendo que era o Ls e atendi.

Ligação on
Ls: Colfoi foi maluca, tô precisando de um favor teu pô.

- Fala aí cara, se tiver no meu alcance.

Ls: Tô a duas quadras da tua casa tem como tu brotar aqui?

- Tem sim, marca dez.
Ligação off

Fui pro meu quarto troquei de shorts, calcei minha melissa, peguei chave e fone e fui descendo. Não fazia menor ideia do que ele queria e se ia demorar então deixe a chave na portaria e fui andando até chegar nele que estava de moto com mais uns cinco meninos que também estavam de moto.

Mafê: Fala tu? - Fiz toque com ele e cumprimentei os meninos por auto.

Ls: Teve invasão lá no morro, fraga? - Concordei que sim com a cabeça. - Fael tá ferido e como tu falou pra ele que faz curso de enfermagem ele pediu pra eu buscar você aqui.

Mafê: Lucas eu não tenho a menor experiência com essas coisas eu só faço curso o Rafael pensa o que? Que eu sou médica profissional?

Ls: Aí eu já não sei pô, mas da uma moral pro cara lá tio. Ele tá sangrando pra caralho. - Olhei pra ele. - Da a tua resposta logo tem um monte de gente encarando nós aqui.

Olhei pra lado vendo algumas pessoas olharem pra gente, provavelmente por perceberem que os meninos era do morro. Subi na moto e me agarrei na cintura dele. Cheguei na casa dele e ele tava sentado numa cadeira sangrando. Olhei pra quilo tudo e tive vontade de sair correndo!

Fael: Colfoi Maria? Vai ficar aí olhando?

Mafê: Menos gatinho, bem menos eu tô aqui te fazendo um favor, não vem mandar em mim não! Deixa eu olhar isso aí. - Cheguei perto dele.

Pelo que eu tinha visto ele tinha tomado dois tiros, um na perna e outro no braço. O bicho tava com mó pose fingindo que não tava doendo se fosse eu já tava gritando por aí.

Ls: Tu sabe mermo o que tu tá fazendo Maria? - Olhou eu limpa os ferimentos da perna do Fael.

Mafê: Não! Que dizer mais o menos eu sei fazer só que eu nunca fiz na prática, entendeu? - Ele concordou. - Por que você não foi pra um hospital em?

Fael: Se tu não sabe eu sou traficante e sou for pra lá eu só saiu de lá ir pro complexo penitenciário.

Mafê: E o postinho? - Olhei pro Ls.

Ls: Não tem estrutura o suficiente pra cuidar dele

Mafê: Vergonha pra você né Fael dono daqui e não investe no postinho cara, o seu mal e achar que só morador precisa de lá. Agora tá aí sagrando e não tem um lugar descente pra cuidar disso aí! 

Ls: Até que enfim alguém jogou umas verdades na cara dele.

Fael: Vai toma no cu Lucas. - Mandou dedo pra ele. - Ai. - Murmurou de dor. - tá doendo caraí.

Mafê: Não posso fazer nada.

Ls: E ela tá mentindo Fael, tu não investe no postinho da tua comunidade mané. Agora tá aí com uma maluca que não sabe nem o que tá fazendo, cuidando de tu. 

Ele ficou calado com a cara fechada enquanto o Ls ficou mexendo no celular. Já vi que ele não gosta de ouvir verdade. Fazer o que né.

Foi até mais fácil do que eu pensei, coloquei tudo que eu aprendi no curso em prática e cuidei dele, pelo o que eu vi ele não tinha nenhuma projétil de arma de fogo no corpo dele então foi só limpar e cuidar mesmo.

Pôr do SolWhere stories live. Discover now