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 • Mafê

Eu estava com uma preguiça enorme de sair então eu nem quis sair com o Rafael. Tava de boa e nesses últimos dias eu só queria ficar quietinha no meu quanto.

Continuei assistindo a série que passava na tv até alguém bater na porta. Me levantei prendendo meu cabelo e abrir vendo que era um dos meninos da boca.

Mafê: Oi. - Falei simpática olhando pra ele que sorriu.

- Fael pediu pra eu te buscar aqui. 

Mafê: Pra quê? 

- Ele na praia como os meninos, pediu pra eu te buscar aqui. Ele tá te esperando.

Mafê: Mas ele nem me avisou, nada.

- Ele desceu agora, tá com o celular descarregado. Tu vai ou não? 

Mafê: Vou só trocar de roupa aqui rapidinho e tô saindo.

Ele concordou com a cabeça e eu entrei, vesti (roupa) e peguei meu celular. Ele me guiou até o carro e eu entrei vendo que tinha mais dois homens ali.

Senti um arrepio por todo o meu corpo e na mesma hora quis sair dali. Mas quando eu ia sair o menino me puxou e colocou um pano no meu rosto, me fazendo ficar fraca aos poucos e desmaiar logo em seguida.

...

Souza: O bom filho a casa torna, não é mesmo Maria Fernanda.

Ouvi aquela voz de longe e levantei a cabeça aos poucos vendo ele sentado na minha frente, eu ainda estava um pouco tonta e com a visão embaçada. Mas conseguia ver perfeitamente ele sentado me olhando.

Mafê: Achei que tu já tinha morrido, ô filho da puta.

Souza: Não brinca Maria, não brinca. Não tem ninguém pra te defender aqui não. E se tu tem amor a sua vida e a vida da sua filha, não dá uma de debochada pro meu lado não! 

Mafê: Você é um filho da puta mesmo né Souza?! Não sabe resolver nada sem envolver outras pessoas no meio, o seu problema é comigo e com o Rafael então deixa a minha filha fora disso! - Gritei tentando ir pra cima dela, mas logo vi que eu estava amarrada em uma cadeira.

Souza: Agora que bancar a mãe heroína? Para né Maria Fernanda. Você vai sentir na pele o que eu senti quando vi a cabeça do Gabriel naquela caixa. 

Mafê: Ele mereceu e você merece muito pior, seu filho da puta! - Falei alto e ele deu um tapa no meu rosto.

Souza: Se eu fosse você ficava quietinha comigo, fiquei sabendo que a sua filha pode nascer há qualquer momento, a então se controla ou você quer que ela nasça aqui. Porque daqui mesmo a gente pode se livrar dela.

Fiquei calada olhando pro chão. Ele debochou falando um "Parabéns" e eu fiquei calada.

Eu tinha várias coisas pra falar com ele, mas pela a minha filha eu fiquei calada. Eu não sabia como seria o meu parto e se fosse normal, uma passada de raiva minha poderia fazer a Rebeca nascer aqui mesmo e não era isso que eu queria.

Esse homem é louco e eu sei do que ele é capaz!

Souza: Vá já se acostumando com a sua nova casa, aliás você não vai aproveitar aqui por muito tempo né, já já o seu namorado vem te salvar e vai morrer vocês dois juntos ou melhor... vocês três.

Mafê: Eu te odeio!

Souza: Eu te odeio mais, e você não imagina o quanto. - Bateu de leve no meu rosto e segurou meu queixo com força, me fazendo olhar pra ele. - Você tá muito nervosa hoje, eu até te daria algo pra comer ou beber, mas vai ficar de castigo até segunda ordem.

Ele saiu dali e logo o menino que me tirou do morro entrou.

Mafê: Você sabe que o Rafael não vai deixar você passar batido né? Você traiu a confiança dele.

- A vida é assim gatinha, um traindo o outro pra subir no topo. - Debochou e desamarrou as minhas mãos.

Tinha uma corrente enorme ali presa na parede, ele prendeu meu pé direito nela e saiu dali fechando a porta e me deixando no quarto escuro onde a única iluminação era pela pequena fresta da janela que estava toda pregada com madeira. Acorrente era grande e dava pra eu poder andar pela quarto e ter acesso ao pequeno banheiro que tinha ali dentro. 

O banheiro era o único lugar que tinha luz e quando eu acendi vi o quão sujo estava, o cheiro era pior ainda. Tinha um espelho não grande, metade estava quebrado e o pedaço que sobrava na parede estava todo manchado, mas dava pra me ver perfeitamente.

Deixei a luz acessa para iluminar o quarto e me sentei na cama que era horrível, mas dava para dormir. 

Pôr do SolWhere stories live. Discover now