No fim das contas Kise não aguentou a curiosidade. Os relatos sucintos de Kuroko não eram suficientes para saciar a vontade de saber. Palavras vagas para tentar descrever o que só pode ser sentido.
Por isso reuniu sua coragem e foi até Seirin espiar o que acontecia ali em Tokyo e estava fadado a mudar o destino de muitas pessoas. Já tinham um amistoso marcado, mas não aguentou e foi ao colégio rival antes. Chegou causando e chamando atenção, como sempre acontecia quando o belo loiro passava por um lugar.
Mal pôs o pé na quadra e captou a mudança. Sutil, leve, muito suave, uma minima ondulação no ar que passaria despercebida por um expectador mais desatento. Não era o caso de Ryota Kise, que mantinha todos os sentidos em alerta.
Foi cercado pelo time de basquete de Seirin e desafiado, como esperava. E venceu sem dificuldade, ainda que não fosse seu desejo apenas exibir sua força de um dos membros da geração milagrosa, era impossível não se empolgar quando a energia tão ancestral correra por suas veias.
Agora compreendia Kuroko. E concordava com o rapaz, quando ele dizia que precisavam dar o primeiro passo o quanto antes, clamando aquele poder para o grupo. Estavam diante de uma raridade. Logo a corrida começaria e poderiam perder o esperado prêmio!
— Pode ter certeza que na próxima eu vou vencer! — Kagami exclamou exaltado, empolgado pela demonstração de habilidades dada por Kise. Aquele fora quase um "um-contra-um". Um aperitivo do que estaria por vir quando Seirin e Kaijo se enfrentassem no amistoso.
Kise olhou para o garoto sentado no chão. Um sorriso inabalado suavizava as feições angelicais do jovem loiro. Estava ansioso pelo confronto, claro. Mas sabia que o resultado não seria diferente. Seirin nunca venceria.
Ao invés de responder a Kagami, voltou-se para o antigo colega e colocou uma mão atrás da cabeça, parecendo sem jeito.
— Ne, Kurokocchi... podemos conversar um pouco?
— Claro, Kise kun.
— Oe!— Taiga tentou protestar, mas Hyuuga o impediu.
— Espere, Kagami. Eles são ex-companheiros de escola. Devem ter muito o que falar.
E diante do olhar espantado do resto do time, os dois saíram da quadra. Caminharam lado a lado até achar um lugar isolado, onde poderiam falar com mais calma. Kise sentou-se no banco, Kuroko ficou em pé ao seu lado.
— Aqui é seguro?
— Hn. Seirin é um colégio novo. Encontrei apenas humanos.
Confiante nas palavras do rapaz, Kise deixou a emoção vir à tona. Kuroko pode captar ondas de empolgação chegando a si.
— Isso foi demais, Kurokocchi! — abriu e fechou as mãos — Ainda me sinto um pouco estranho, como se tivesse recarregado cem por cento da bateria!
— É mais ou menos essa a sensação.
— Mas... tem umas coisas inesperadas. Você percebeu?
O rapaz acenou com um gesto de cabeça. Claro que percebera naqueles dias de convivência. Já dissera tudo para Aomine, em duas ou três reuniões extra-oficiais que fizeram no telhado do colégio. Ainda assim, ele se negava a dar o primeiro passo! Incompreensível.
— Começa com aquele anel que Kagami tem no pescoço — Kise levou uma mão ao queixo — É feito de prata.
— Hn. Isso comprova a lenda de que Omegas não são suscetíveis à prata.
— E todo o cordão também é feito de prata pura envelhecida. É um trabalho de mestre, muito bem elaborado...
Kuroko concordou com um aceno de cabeça.
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Marcado (AoKaga)
FanfictionA Geração dos Milagres foi um time especial que fez história e criou sua própria lenda. Todos conhecem a fama dos seis prodígios do basquete, mas ninguém sabe da verdade por trás de tanto talento. Um novo gênio chega a Tokyo e a roda da fortuna come...