Capítulo 31 - Tortura

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  Olá, queridos e queridas Betas do meu Pack :3 Tudo jóinha com vocês?

Por favor não me odeiem depois desse capítulo! Obrigada, de nada!

Boa leitura!

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Kagami estava sentado no colchão, em contato direto com o chão. Haviam tirado a cama de madeira do quartinho, de modo que não pudesse mais arrancar nada para usar como arma. O garoto permanecia encolhido e amuado. Sentia-se péssimo por tudo o que passara algumas horas atrás.

O medo, raiva e humilhação ainda eram fortes. A ponto de não permitir o menor contato de Daiki, mesmo o Alpha insistindo muito. A lembrança dos toques de Kentaro era como um fantasma assombrando seus pensamentos. O jeito nojento que o tocara com a língua quente e úmida o fazia sentir-se sujo. Volta e meia passava a mão pelo pescoço, querendo dissipar a sensação, inutilmente. O nariz já se curara, assim como o corte na testa. Da violência anterior restara apenas o sangue seco em sua roupa.

A esse ponto não podia mais ignorar a fome e, pior, a sede. Ainda que sua situação fosse complicada, chegara no limite. Ele, acima de todos, que tinha o lema "comer bem, jogar bem". Queria desviar o foco para os problemas imediatos, mas o estomago fundo e a garganta áspera eram um duro lembrete de que tinha um lado humano e frágil. Precisava suprir as necessidades básicas.

Fazê-lo enfraquecer de fome era parte do plano daqueles raptores?

Aparentemente não. Em algum momento do dia, sentiu um segundo Beta aproximando-se do que o vigiava. Pôs-se em alerta, pronto para defender-se do jeito que fosse possível. Quando a porta se abriu, quem surgiu foi o rapaz de longa franja. Hara Kazuya.

Ele trazia uma garrafinha de água que arremessou para o outro, sem dizer nada. Foi embora, trancando a porta.

Kagami pegou aquilo meio ressabiado. Verificou que o lacre estava inviolado. Abriu e farejou o líquido em busca de algum odor suspeito. Temeu que colocassem drogas na água. Não conseguiu identificar nada que corroborasse seus temores. E a imagem era tentadora. Tinha tanta sede!

Vencendo o medo, acabou levando aos lábios e sorvendo um longo gole. Estava quente, mas foi como experimentar a melhor coisa do mundo. Desceu refrescante por sua garganta seca. Acabou com a água na segunda golada. E beberia mais se pudesse. Além disso, ajudou a enganar um pouco o estomago e disfarçar a fome.

Quanto mais a situação degradante duraria? Quanto mais se tornaria pior?

R&B

A resposta à segunda questão veio um par de horas depois. Taiga pressentiu o Alpha e seu principal Beta aproximando-se. Traços de satisfação e más intenções eram notórios. O significado assustou o ruivo além da conta: aquele era o rascunho de um vínculo que se formava entre ele e o inimigo.

Ficou em pé, tenso.

A porta se abriu e Kentaro entrou. Sua presença inundou o quarto, sufocando Kagami. Aquele cara era dono de uma postura impressionante. A diferença de idade era de apenas dois anos, mas pareciam séculos.

Tentando não permitir que a intimidação falasse mais alto, o prisioneiro moveu-se em direção a Seto, pronto para acertá-lo com o punho fechado.

Divertindo-se com a rebeldia, o Alpha desviou fácil, segurando-o pelo braço e torcendo sem piedade para trás. Repetiu o gesto com o outro braço, prendendo ambos às costas de Taiga, que praguejou alto.

— Tem gente que não aprende — Hanamiya gracejou, assistindo a cena apoiado no batente.

— Assim é melhor, não? — Seto juntou-se a brincadeira. Preferia muito mais uma vítima que lutasse com unhas e dentes até o último segundo a alguém que se rendesse fácil. Cantarolou em seguida, meio desafinado: — Vamos passear na floresta, enquanto o lobo não vem.

Marcado (AoKaga)Where stories live. Discover now