Capítulo 28 - Cativeiro

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  Vamos avançar um pouco mais nessa história, caros leitores.

Acho que uma luz surge no fim do tunel. Se o Taiga for esperto... ele fará bom uso. Ou não!!

HUUHAAHAUAHUAUAUAH

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  Daiki abriu os olhos e voltou a fechá-los, esmagado por todas as sensações que o atingiram em simultâneo. Respirou fundo e concentrou-se, buscando forças na Pantera para acalmar-se um pouco. Estava deitado no chão frio de um lugar que, claramente, era uma cela, sem janelas e com uma única porta de acesso. O ombro doía muito, ainda envolvido na tira rasgada da blusa de Kagami. Sentia-se meio tonto e enjoado, sem forças para levantar do chão e logo entendeu o porquê. Ramos de wolfsbane e mistletoe foram pendurados nos quatro cantos do teto lajeado. Venenos para shifters, tão prejudiciais quanto prata.

Por isso estava tão fraco e afetado.

Tinha três das maiores fraquezas de sua espécie em contato direto. Moveu-se lento e rasgou um pedaço da blusa, com dificuldade, já que cada gesto causava dor aguda no ombro, por sorte a bala não estava no ferimento ou a dor seria infinitamente pior. Mas o rastro de prata deixado fazia sua parte em evitar a cicatrização.

Depois de longos minutos, com a testa permeada de suor, conseguiu completar a tarefa. Levou o pano ao rosto e cobriu o nariz. Uma proteção ínfima, mas que aliviou um pouco as sensações ruins.

Agora talvez se concentrasse o bastante para...

"DAIKI!!!", a voz de Taiga soou alta e direto na mente de Aomine, dando a impressão de que ele estava muito próximo. A ameaça de uma dor de cabeça o rodeou, impiedosa. Ao mesmo tempo, alivio imensurável afastou a tensão que judiava de seus músculos. Não captou nenhum resquício de dor no contato com o companheiro.

"Kagami...", quase gemeu, mentalmente.

"Até que enfim, Daiki! Você tá bem? Faz horas que eu tô tentando falar com você! Tem alguma ideia de onde está? De onde estamos?".

"Uma de cada vez...", apesar disso, sorriu de leve. Só a certeza de que o Ômega estava bem devolvia um pouco de suas forças.

"F-foi mal. Sei que você não tá bem. Posso sentir. Como não me respondeu eu... meio que entrei em pânico.".

Aquela frase fez Aomine girar os olhos. O cara tinha berrado em sua cabeça tão logo recuperara os sentidos. Era uma demonstração de pânico muito clara. Mas não podia culpá-lo. A situação de ambos não era nada agradável.

"Daiki...?".

"Tô aqui, Taiga. Só...", tentar concentrar-se e manter a ligação estava sendo mais complicado do que pensara a princípio. "Me atualize. O que eu perdi?".

Obedecendo ao pedido, Kagami contou tudo o que acontecera desde que acordara preso naquele quarto, sem janelas ou outro meio de acesso senão a porta. Falou do Beta que o vigiava e a quem podia sentir o cheiro. Detalhou o monologo de Hanamiya e repetiu todas as explicações que ouvira e montaram grande parte do quebra-cabeças, explicou que seu irmão estava ali, embora não soubesse em que condições. Também revelou sobre o Alpha e todos os planos da Kirisaki Daichi até o desfecho que envolvia tentar encobrir a Marca de Aomine, fazendo um nova na próxima noite de lua cheia.

Daiki ouviu tudo em silêncio. A última parte arrancando uma reação primitiva da Pantera, algo tão feroz que o fez vencer a fraqueza e a dor e sentar-se, apoiando-se com as costas contra a parede. Em hipótese alguma permitira que outro Alpha tentasse marcar seu companheiro. Daria um jeito de escapar dali, abrindo caminho a força e destruindo qualquer um que tentasse impedi-lo.

R&B

Os Betas da Geração Milagrosa estavam reunidos na sala do apartamento de Kagami, naquele final de terça-feira, esperando que Akashi desse inicio a reunião. Usavam meios escusos para chegar ali e insinuar-se pela recepção.

Marcado (AoKaga)Where stories live. Discover now