Capítulo 36 - Vitória

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  Olá, tudo bem com vocês?

Nem acredito que a sexta-feira chegou tão rápido! Dá uma tristeza... snif, mas é a vida. Então, sem mais delongas: boa leitura!

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  A Pantera se afastou do rapaz caído no chão e que já não oferecia mais perigo. Era o último em seu caminho até o Ômega. Lançou um olhar em direção à porta fechada. Sentia o medo fluindo dali em ondas. Um dos Betas rivais permanecia fechado naquela sala. Não se importou com ele. O único desejo agora era o de chegar ao companheiro.

Encerrou a última parte do corredor com passadas rápidas e saltou o curto lance de escada, sem sequer tocar nos degraus. O cheiro dali era praticamente insuportável para o felino negro, dor e aflição flutuavam pelo ar tornando-o denso, quase irrespirável. Medo. Raiva. Todos os principais elementos básicos para um vínculo negativo.

Seguiu o rastro pesado até o quartinho cuja porta permanecia entreaberta. Grunhiu baixo ao reconhecer seu companheiro deitado de lado sobre um colchão velho. A visão do Ômega tão judiado reviveu algo primitivo e selvagem na Pantera, mas o instinto de proteção falou muito mais alto.

Aproximou-se devagar. Tocou-lhe de leve o braço com o focinho, deixando uma pequena mancha de sangue inimigo. Repetiu o gesto, dessa vez encostando nos fios ruivos. Por fim, passou a língua áspera e quente pela Marca. Apesar das injurias físicas, pelo visto, obedecera o último comando do Alpha e recolheu-se para a Zona. O Tigre o manteria a salvo até ter a garantia de ser seguro.

Com essa certeza, a Pantera deitou-se no chão ao lado do colchão, atenta e vigilante. Sua prioridade era proteger o Ômega. Do resto seus Betas cuidariam.

R&B

Momoi estacionou a Sprinter ao mesmo tempo em que a Raposa de pêlo prateado diminuía o passo até parar ao lado do veiculo. O animal fizera o percurso todo a velocidade controlada, como modo de não deixar a garota sozinha. Eram um Pack, no fim das contas.

Acabaram de chegar a casa de campo, e tudo indicava que o fim se aproximava. O Lince e o Leopardo pareciam um tanto longe dali, perseguindo poucos garotos que ainda tentavam escapar. A presença do Alpha estava próxima à do Ômega, fato que aliviava a todos. O Leão também entrara na casa. Do lado de fora, aprumada no beiral do telhado, a Águia vigiava tudo com os olhos sagazes.

Momoi desceu do automóvel, trazendo consigo algumas peças de roupa. Colocou a calça de Kuroko ao lado da Raposa e a de Akashi no chão mais a frente. As camisas, nada mais que trapos inúteis, ficaram para trás. Não sentia medo de nenhum dos animais. Ela sabia que era parte do Pack, portanto reconhecida e tratada como tal. Ainda que se mantivesse na forma humana. Os vínculos profundos não se limitavam a partes, mas unia os shifters como criaturas completas, qualquer que fosse sua aparência.

Apesar do cuidado que Satsuki teve, os Betas só aceitaram voltar a forma humana quando restava um único Beta da Kirisaki Daichi ainda vivo. O rapaz permanecia dentro da casa, um tanto perto do Alpha. Não oferecia perigo, pelo jeito.

Nesse ponto, a fêmea avançou alguns passos e virou de costas para dar privacidade aos amigos. Pôde ouvir pelos sons guturais que voltar a forma humana era igualmente doloroso a trazer o animal da Zona.

— Obrigado, Momoi kun — a voz de Kuroko soou rouca. Ela se permitiu encará-los.

— Oh! Tudo bem, Tetsu?! — poucas vezes tinha visto Kuroko com uma expressão tão satisfeita antes, ainda que não sorrisse, o brilho nos olhos claros era notório. O próprio Akashi, geralmente mais comedido em suas reações, tinha um ar sonhador e olhava para as mãos como se as estranhasse.

Ambos passaram por uma experiência indescritível, inigualável. Mas a de Seijuro suplantava qualquer expectativa: a sensação de voar, planar, cortar o ar como uma flecha... Tudo isso era muito vivido na memória de Seijuro. Mal podia acreditar na proeza de que foram capazes! E graças a um Ômega!

Marcado (AoKaga)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora