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Fernando de Noronha, Brasil

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Fernando de Noronha, Brasil.

A senhora Rizzi adorava observar sua vizinhança e o quanto aquele lugar parecia ser tranquilo o suficiente para cuidar de sua família. O bairro de classe média poderia parecer simples aos olhos dos outros, mas para ela não existia lugar melhor.

A casa foi adquirida com a venda de sua parte da herança que lhe pertencia após a morte de seu pai e as economias que antes não pretendia usar tão cedo. Acreditou ser melhor assim do que aceitar a casa que seu futuro ex-marido estava lhe oferecendo para morar.

Já beiravam onze e meia da manhã e estava impaciente com a demora da vã escolar para trazer seus filhos da escola. Esperava junto de mais duas mães que conversavam amenidades, estando Victória alheia ao assunto, só se dando conta do mesmo quando foi anunciado que o ônibus estava estacionando.

Observou Matteo descer do descer do ônibus amarelo com escritas pretas com certa pressa, junto de Savannah, puxando-a pelas mãos pequenas e correr em sua direção, atravessando a rua sem olhar para os lados.

A mochila rosa da menina balançava em suas costas à medida que o irmão a puxava em direção a mãe, com certa pressa nos passos e uma ansiedade evidente no olhar por ser o dia em que passaria o último episódio de seu desenho favorito na televisão.

Victória sabia bem o quanto os filhos eram viciados em desenhos animados, perdendo horas do período da tarde enfiados na frente da televisão comendo todo o tipo de doces, frutas e tudo o que encontrarem nos armários da pequena casa em que viviam.

A opção por uma vida mais simples foi a decisão que tomara antes do divórcio com August sair.

A mudança tinha sido cruel, de fato. Afinal, eles estavam acostumados a viver cercados de empregados, seguranças e todo o tipo de pessoa disposta a fazer tudo a eles.

Mas viajar pelo mundo não era algo simples, principalmente com o trabalho dele na diplomacia e as diversas amantes que colecionava em cada canto do país que ia a trabalho. Não foi fácil se desvencilhar do casamento que completara dezessete anos, mas finalmente conseguiu perceber que uma vida sozinha e livre de perseguições e traições do marido foi o melhor caminho que pôde tomar.

Sentia-se orgulhosa de si mesma. Orgulhosa de suas pequenas conquistas e, principalmente, orgulhosa de sua coragem de enfrentar a vida como dois filhos pequenos para criar.

Agora ela não tinha medo disso.

Agora ela sentia que poderia dar uma vida melhor aos filhos, mesmo que isso significasse horas de trabalho árduo na cafeteria de um clube.

Não era o tipo de mulher que reclamava pelo que não tinha. Afinal, antes do casamento com August sua vida era simples e estava disposta a enfrentá-la novamente, sem medo de encarar as consequências, sendo elas boas ou ruins.

Apesar da rica pensão paga por ele aos filhos e ter ele decidido como condição para a concessão da guarda em favor dela, a responsabilidade pela educação das crianças o dinheiro era depositado em uma conta-poupança distinta, que ambos iriam usufruir quando tivessem idade para tal.

LIAN YU  | Oliver QueenWhere stories live. Discover now