CAPÍTULO 11

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~ Antônio Zeebur ~

Ele entrou na mansão pelos portões do fundo, mas não adiantou muito, um moreno alto viu quando ele entrou e apontou, o que deu indício de que ele disse algo para o grupo de amigos. Naquele momento Antônio estava desligado, apenas fazendo as coisas no automático. Na cozinha depois de organizar as compras e verificar se não esqueceu nada, ele bebeu um pouco d'água e guardou o cartão de crédito no lugar em que seu pai mandou, segundo ordens de Tânia. Quando Antônio estava indo embora pelos fundos direto para casa, acabou esbarrando com David, mas dessa vez ele não caiu, conseguiu se manter de pé.

— Puta que pariu, de novo? Cara, por um a caso ficou cego?

— Acho que sim, com certeza, é a única razão para ele usar esses óculos horríveis. — Comentou uma garota loira. O loiro dela estava tão natural quanto as fotos das blogueiras no Instagram sem filtro. Ela sorria sarcasticamente, parecia uma vilã, mas um vilã arrumada e com uma Gucci em mãos.

— Eu tenho miopia, e caso não tenham estudado, o que eu duvido que vocês tenham feito porquê estavam ocupados fazendo coisas fúteis, como pisar nos outros, humilhar pra se achar foda, cuspir em outras pessoas para se sentirem superiores, miopia é quando uma pessoa com problema de visão não consegue enxergar coisas de perto. Seria ótimo estar sem meus óculos agora para não olhar agora para essas caras de cruz-credo de vocês.

— Olha aqui seu arrogante–

— Sim, por isso os óculos, para ver, enxergar, olhar. É exatamente por isso que eu tenho que usar esses óculos horrorosos, e me desculpe se eu não tive dinheiro para ir até Paris comprar um que estivesse suficientemente belo para o seu gosto, aliás, nem tempo... Ao contrário de você. Tem tanto tempo de sobra mas não faz nada para aproveitar ele, apenas usa para se sentir superior, mas a verdade é que você é fazia por dentro e solitária por fora, você não tem amigos de verdade e como você é, se continuar sendo assim, nem esses baba-ovo irão querer estar ao seu lado.

— Quem você pensa que é pra falar assim comigo, hein? — Vociferou a garota. — O meu pai é amigo do prefeito!

— Seu pai pode ser amigo de satanás, isso não vai te fazer melhor ao meu ver.

— Quem esse garoto? — Louis perguntou com a mão na boca tentando não rir.

— Sabe que é a terceira pessoa que me pergunta isso essa semana? — Perguntou ele ironicamente. — Ah, perdoe-me vossa majestade, esqueci de me apresentar, por favor, não corte minha cabeça. Me chamo Antônio, Antônio Zeebur De La Garza. — O veneno da ironia escorria pelos cantos da boca de Antônio. Aquilo estava sendo um belo espetáculo.

— Engraçadinho. Vai deixar ele falar comigo assim David?

— O tanto que eu sou engraçado é o seu nível de forçada, hoje me sinto um comediante. Acredita? — Debochou Antônio. Ele não conhecia a palavra ‘limite’, por isso ninguém podia impôr isso a ele.

— Já chega! Olha aqui eu moleque estúpido. Você sabia que eu posso te expulsar da minha mansão? — Questionou David de forma zangada. O show estava apenas se iniciando.

— Bom, primeiro, a mansão é da sua mãe. Segundo, você não pode, não foi você quem contratou meu pai e sim sua mãe. Aliás, estou indo pra casa, não sou empregado aqui e não sou obrigado ouvir você. — Ele não aguentava mais aquele garoto insuportável. Era terrível ter que conviver com David.

— Volta aqui seu bosta eu ainda não terminei!

— Não venha com picuinhas para o meu lado, David. —  Antônio saiu porta a fora e foi para casa. Estava farto de tudo.

~ David Barnatt ~

Fedelho abusado, insuportável, era o que definia Antônio na cabeça de David. Ele estava com raiva, de tantas pessoas no mundo, sua mãe precisava contratar o que tinha o filho mais merda possível. O pior de tudo é que ele não queria que eles morassem ali, era o cúmulo de tudo. Eles não precisavam dele, poderia fazer uma quadra de basquete no lugar daquelas flores horríveis que tinha no jardim.

— O garoto jantou vocês no horário do almoço. — Ramiro disse caçoando dos amigos. Se ele tivesse mais o que fazer seria ótimo, pois David estava com vontade de voar no pescoço dele.

— Ele é um pirralho petulante, mas deixa, ele vai me pagar. — Respondeu David de forma enojada.

— Porque sua mãe não demite o pai dele? Isso resolveria o problema na hora. — Sugeriu Taylor sorrindo diabolicamente.

— Minha mãe nunca faria isso, o coração dela é mole e grande demais. Infelizmente.

— Ah, vamos parar com essa merda? A Lux acabou de abrir, são 13hrs40min e eu estou afim de virar a noite com tequila e muito whisky gelado. — Interviu Louis tão cansado quanto Taylor daquele assunto. — Melhor irmos agora antes da fila ficar grande, sabem o quanto é disputado. Já basta perdemos o rolê de ontem por causa desse garoto.

— Vamos, só vamos. — Incentivou David.

— E o Arthur? — Perguntou Ramiro sentido falta do amigo.

— Acho que ele não vai mais. — David respondeu com certo desânimo. Era muito bom sair com seu irmão a esses lugares, ele era um bom parceiro de balada.

— Ainda bem... — Murmurou Taylor, mas mesmo assim David ainda ouviu, assim como todos.

— O quê você disse?

— Nada, quer dizer, ainda bem que já estamos indo.

— Sabemos. — Respondeu Louis com ironia.

— Acho que a Taylor e o Arthur são o David e o Antônio, só que brigando menos. — Comentou Ramiro rindo.

— Cala boca, Ramiro! — Disse Taylor e David ao mesmo tempo.

Até a próxima!

Um Último MinutoWhere stories live. Discover now