CAPÍTULO 74

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~ Arthur Barnatt ~

Amor, uma palavra que jamais achou que iria descobrir o que significava tão cedo, mas felizmente, estava errado. Arthur sorria durante todo o seu banho lembrando de sua noite com Antônio. Sinceramente não achou que Antônio soubesse algo sobre sexo, ou como fazer um homem gemer seu nome loucamente enquanto mantia um ritmo ativo, porém, mais uma vez estava enganado. Sua noite havia sido a melhor de todas, nunca havia feito nada semelhante. Ali, enquanto a água escorria por todo seu corpo, Arthur teve a certeza que amava Antônio, não que já não soubesse há um tempo, é claro.

Arthur se secou e saiu do banheiro com o roupão nos braços, seu quarto era na porta da frente, não viu necessidade de vestí-lo para andar 3 metros. Além disso, não teria o azar de alguém o ver justo naquele momento. Essas pequenas coisas faziam com que Arthur voltasse a infância, justo na fazenda que seu avô morava, enquanto ele deixava a decisão de vestir roupas para Arthur, – vale ressaltar que ele tinha poucas mais de seus 13 anos – sua mãe lutava para que ele não desse corda ao seu avô e permanecesse vestido. Ele era muito naturalista.

David nunca gostou da fazenda, e gostava de deixar isso bem claro, ia muita das vezes porquê era obrigado... E também não fazia idéia de como se cozinhava um ovo de galinha. Tânia sempre ameaçava dispensar os cozinheiros e desativar o roteador, mas nunca adiantou muito, David podia pedir comida por aplicativo ou sair para casa de um de seus amigos. O tempo máximo que eles conseguiram passar na fazenda Barnatt com os mais velhos foi uma semana, como dito, David odiava esse específico programa familiar – assim como os outros – e sempre arrumava um jeito de fazer com que voltassem mais cedo.

Arthur tentava ao possível para manter o irmão longe de confusão, mas não conseguia, sempre falhava porquê David não dava importância para nada. Havia se encrencado algumas–, muitas, vezes para livrar a pele do irmão. Arthur se sentia estúpido ao pensar nisso. Tudo que fez pelo irmão, sempre foi em vão, a mesma desculpa que estava totalmente arrependido agora lhe parecia um tanto quanto repetitiva. David era egoísta, ambicioso, frio e sem caráter. Arthur deveria ter lhe deixado ser queimado vivo pelas chamas do carma, mas não o fez, porquê acima de tudo amava o rapaz.

Quando conheceu Antônio, não imaginou que em menos de um mês estariam namorando, e que se apaixoraria tão rápido. Se perguntava se isso foi o que as pessoas denominavam amor a primeira vista. Talvez no fundo ele já soubesse o que sentia, desde que salvou Antônio na piscina, aquela precisão de estar perto e cuidado com ele era um sinal, mas ele apenas ignorava e preferia fingir que foi apenas uma preocupação à níveis fraternais, nada muito além do normal. Por falar em amor, Arthur foi acordado de seus pensamentos com uma blusa aterrizada em seu rosto e chamados assíduos e contínuos.

— Oi?

— Tem dez minutos que você está parado aí com a porta aberta. — Disse Antônio rindo. Arthur se virou apressado e fechou a porta com o pé antes que alguém passasse e visse seu corpo nu. — Quer o que? Que a casa toda veja a sua bunda branca?

— Muito engraçado. — Disse Arthur de forma sarcástica. Até então não tinha percebido que estava sendo observado. — Então quer dizer que ao invés de me avisar, preferiu ficar olhando para o meu corpo?

— Claro, avisar você e perder essa visão maravilhosa? Não mesmo! — Disse ele sorrindo.

— Bom, você vai ter que esperar até outro momento pra admirar meu corpo de novo, agora eu vou me vestir pra gente tomar café.

— Quer que eu saia?

— Nunca, por quê?

— Não sei, vergonha de eu olhando pra você?

Um Último MinutoWhere stories live. Discover now