CAPÍTULO 65

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~ Antônio Zeebur ~

Antônio piscava várias vezes tentando acreditar no que ouviu, ou melhor, saber se não era fantasia da sua mente pervertida.

— Eu ouvi certo? Porquê minha mente me prega peças. — Disse Antônio com os olhos estreitos.

— Perguntei se posso beijar você. — Reforçou Arthur rindo.

Antônio estava desconfiado. Em um rápido raciocínio pediu a sua mente um plano, que logo veio.

— Só se você lembrar quantos anos eu tinha quando quebrei o braço...

— Uh, pra mim você disse que havia sido a perna esquerda... — Arthur estava confuso. Antônio confirmou que era ele, mas ainda parecia estranho.

— E eu disse, apenas estava testando para saber se não era o engraçadinho do seu irmão.

Arthur riu e puxou a mão de Antônio para mais perto de si. Ele colocou sua mão em seu peito e Antônio podia sentir seu coração bater rápido. Isso o arrepiou por completo e uma sensação boa surgiu de dentro de si.

— Sou eu. Pode ter certeza. — Arthur respondeu rindo. Logo Antônio se sentiu mais atraído por aqueles dentes perfeitos. — Porquê acharia que não sou?

— Você me pediu um beijo, logo de mim, um cara.

— Coragem.

— O que?

— Estava tomando coragem há uns dias. Sei que o beijo que demos na piscina não foi nada, porquê era uma emergên–

— Desculpa te cortar. — Disse Antônio e se rendeu as mãos de Arthur que descansavam em sua cintura. — Mas foi algo sim, você salvou minha vida. Precisa significar.

— Eu sei, digo romanticamente. — Arthur falava acanhado. Parecia com medo das reações de Antônio. Ele por sua vez, sorriu e colocou as mãos cruzadas na nuca Arthur. — Mas então, eu posso? Não quero me aproveitar da situação, e se não quiser, eu vou entender também.

Antônio sorriu largo e se pôs nas pontas dos pés para alcançar a boca de Arthur. Lentamente seus corpos dançavam a melodia que a lua lhes mandava, e assim, com cautela, seus lábios se juntaram com ternura e carinho. Antônio estava tocando os pés no céu, e Arthur sentia o mesmo. Ambos desejavam aquilo e estava sendo melhor do que achariam que aconteceria.

Arthur abraçou a cintura de Antônio e descansou sua cabeça em seu ombro. Ele sentia o coração de Barnatt bater em seu peito em ritmo calmo agora. As estrelas que despontavam no céu aquela noite afastavam todos os problemas que cercavam Antônio. Problemas... Pensou ele e logo se preocupou. Não deveria ter deixado sua irmã sozinha com seu pai, ele teria apenas sua versão da história, fora que ela faria sua cruz a ele.

Sem contar que Gabriella havia dito em voz alta havia visto o beijo de David em Antônio. Ele esperava que seu pai não visse problema algum em sua sexualidade recém descoberta, porquê existe um ditado: outras pessoas sim, de baixo do meu teto a história muda. Ele esperava friamente que isso não afetasse a boa relação que mantinha com o pai.

— Então, por que está com essa cara? Se arrependeu de me beijar? — Perguntou Arthur em tom de piada.

Ele tirou a cabeça do ombro de Antônio e puxou pelas mãos até a arquibancada. Quando Antônio iria sentar ao seu lado, ele o puxou e o fez se sentar em seu colo. Antônio estranhou esse movimento mas logo se deu por vencido e tentou se acostumar

— Nunca. — Disse Antônio colando seus lábios no de Arthur novamente. Desse pequeno gesto, logo surgiu um beijo de língua, e as coisas foram esquentando. Até que Antônio parou o beijo ao sentir Arthur se animar. Arthur soltou uma risada de quem haviam ficado sem graça e olhou pra cima. — Ella gritou para o meu pai o que havia “visto” entre seu irmão e eu. — Disse ele abrindo aspas.

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