Um Último Minuto

CAPÍTULO 47

~ Antônio Zeebur ~

Os olhos curiosos de Antônio varria aquele lugar completamente. Garotas e garotos dançando junto e se esfregando como se amanhã fosse seu último dia de via. A maioria das garotas vestiam um cropped com calça jeans, ou qualquer tipo de roupa curta. Antônio sentia inveja da autoestima delas de vestir uma roupa e sair na rua sem se alto julgar estar ruim, ou nos piores casos, se sentir, um lixo. Antônio estava com uma camisa polo branca, um calça jeans rasgada em um ton claro.

Em seus pés, estava sua bota marrom, ele não via necessidade de usar um tênis sendo que logo seus pés se cansariam de estar desconfortáveis. A bota era confortável, por isso a usava. Percebeu isso nas vezes que David o puxou para pista para que dançaram. Segundo David: ele não estava se soltando. Antônio se sentia intimidado no meio de tanta gente que estavam no mesmo ambiente.

Ele sentia deslocado no meio de tantas pessoas. Por alguns míseros segundos se sentiu tonto. Porém, David não pareceu perceber, estava muito concetrado em garotas que dançavam ao longe com seus parceiros o olhando. Ele chamava antenção de todas as garotas da balada. Seu sorriso era de cafajeste, mas provavelmente elas confundiam um sorriso cafajeste com um sorriso: Hey! Vem aqui, vamos pra cama essa noite e amanhã já estaremos namorando, o que acha? E isso irritava Antônio. Como podia garotas lindas e inteligentes caírem em um papo idiota como o que possivelmente David usava? Ele queria deixar aquele lugar, mas David não deixaria e ficaria enchendo sua paciência.

Eles estavam ali há mais de cinco horas, e Antônio não sabia nem que horas eram porquê seu celular ficou sem bateria. David deixou seu copo sobre o balcão e se aproximou do ouvido de Antônio, o som alto da música não o deixava falar baixo, se não ele não seria ouvido por Antônio.

- O que está achando? - Perguntou ele. Antônio se arrepiou até o último fio de cabelo.

- Quer mesmo saber a verdade? - Rebateu Antônio. Ele estava começando a cansar. David olhou para o DJ quando uma música especial para ele começou a cantar. Antônio tinha certeza que já tinha visto aquele DJ em algum lugar.

- Vamos pra pista de novo? - Perguntou David pegando na mão de Antônio. Esses gestos de muito toque estava começando o incomodar.

- Não, eu não quero. Eu tô cansado.

- Ah, por favor, Antonnie?

- Antônio. E eu não gosto de dançar, fui das outras vezes com você porquê a maioria das pessoas estavam lá e não de fora olhando que estava lá.

- Você dança bem, mostrou isso na audição lá no colégio ontem.

- Você estava lá? - Perguntou Antônio arqueando a sobrancelha. Não havia visto David em lugar algum.

- Sim, coisa rápida. Peguei alguns equipamentos antes de ir para o vestiário e acabei ouvindo você, vi sua apresentação e depois sai. Talvez por isso saiu. - Explicou David. Antônio estava convicto de sua resposta. - Você mandou bem.

- Olha em volta David, há poucas pessoas lá. E se formos lá vamos começar a ser alvo dos olhares das pessoas, como aquelas pessoas que estão lá.

- Achei que não se importasse com o que falavam de você. - Retrucou David mais perto do ouvido de Antônio. Ele se mexeu e ficou de frente para David.

- Eu não me importo.

- Então dança comigo? - Perguntou David puxando sua mão direção. Ele a acariciou por alguns segundos e Antônio suspirou levemente. - Última música, prometo.

- Eu te odeio. Okay.

- Isso aí! - Comemorou David e arrastou Antônio para o meio da pista.

Eles dançavam ao som daquela música e ainda era a mesma de alguns segundos atrás de quando David o convidou. Antônio conhecia aquela música muito bem.

- 'Cause my heart it's too drunk to drive, tonight... - Antônio cantou o verso mais baixinho para si mesmo. David acabou ouvindo e parou alguns segundos.

- Conhece essa música? - David perguntou surpreso.

- Ah sim, eu gosto das músicas da Lea. - Respondeu Antônio.

Ele realmente estava exausto de tanto se mexer. Aquela versão tocando não era um remix, e sim a original, as pessoas pareciam gostar, porquê no decorrer que estava tocando, todos retornaram para a pista. Eles apenas dançavam assim como todos. Ao fim da música todos esperavam ansiosamente pela próxima. David saiu da pista e levou Antônio. Juntos, eles se sentaram e David pediu duas garrafas d'água.

- Mudou sua visão sobre baladas? - Perguntou ele dando uma garrafa para Antônio. Ele a abriu e tomou um gole.

- Um pouco.

- Sabia que iria mudar de idéia. Que tal virmos mais vezes?

- Não força.

- Tudo bem, não está mais aqui quem chamou. - Disse David levantando os braços em rendição. Os dois riram e beberam suas águas.

Até a Próxima!