CAPÍTULO 26

176 41 0
                                    

~ Antônio Zeebur ~

Passava da meia-noite e David ainda não havia conseguido conversar decentemente com Antônio. Ele estava mais fechado que nunca. Antônio queria distância de problemas, bom... Esse problema tinha RG, e se chamava David Barnatt. Era a pior sensação estar ao seu lado sem ninguém por perto. Não se sentia seguro, a qualquer segundo ele poderia fazer bullying com qualquer coisa. Depois de verificar a qualidade do resultado, Antônio levantou e arrumou sua mochila, ele colocou nas costas e virou para David.

— Acabei. — Disse Antônio lhe estendendo uma cópia feita a mão do seu resultado da pesquisa pronta.

— Como assim?

— Eu já revisei, precisa apenas digitalizar esse texto. O que você fez no MacBook e esse serão imprimidos, então, segunda-feira vai estar pronto para nossa turma de espanhol.

— Eu posso imprimir isso também.

— Ótimo, mas não vai esquecer e muito menos faltar, se não for para o colégio apenas me avise.

— Pode deixar.

— Tchau. — Antônio estava saindo quando David puxou seu braço o impedindo de ir. Lentamente Antônio tirou a mão dele de seu braço e o encarou. — Sim?

— Você não tá a fim de dar um rolê comigo amanhã de manhã na praça?

— Não posso, preciso fazer algumas anotações importantes para a prova da semana que vem, para as seleções do Declato estudantil desse péssimo ano.

— 2018 não está sendo tão ruim. — Respondeu David. Antônio revirou os olhos. — Então podemos remarcar?

— Desista, não vou a lugar nenhum com você. — Disse Antônio curtamente.

— Não me leve a mal, só estou tentando concertar as coisas. — Disse David docemente. O doce azedou na viagem, pensou Antônio.

— Não estou, apenas te odeio e não confio em você. Está perdendo tempo, agora tchau.

Por fim Antônio saiu do quarto e desceu as escadas, na sala esbarrou com alguém e quase caiu. Ao ver que era Arthur se aliviou. Não podia ser David, não teria trocado de roupa tão rápido. Logo Arthur que antes parecia irritado relaxou as expressões e sorriu para ele. Esse foi um sorriso genuíno que ele retribuiu.

— Oi, Toni!

— Oi, Thur!

— Ei, eu estou planejando amanhã a tarde ir na sorveteria, mas não quero ir sozinho, é deprimente. Você quer ir comigo? Sei lá, espairecer.

— Não vai dá, eu estou sem dinheiro. Foi mal, fica pra próxima. -— Respondeu ele de forma simpática.

— Quem está convidando sou eu, não se preocupe. Eu pago. — Insistiu Arthur e Antônio estava em um abismo entre recusar mais uma vez o convite de seu amigo.

— Mas é que eu–

— Por favor? — Pediu Arthur o olhando meio de lado, como quem não queria nada.

— Tudo bem, aceito. Te vejo amanhã. — Respondeu ele e Arthur lhe deu dois tapinhas nas costas.

Antônio não percebeu, mas David os observava do topo da escada. Ficou incrédulo que ele havia aceitado o convite do irmão, mas recusado o seu. Seus planos estavam se embolando, e precisava simplificar as coisas.

Até a próxima!

Um Último MinutoWhere stories live. Discover now