CAPÍTULO 40

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~ David Barnatt ~ 

David sabia que não era problema dele o que estava acontecendo. Atrás de uma lixeira, podia ver claramente alguém segurando Antônio enquanto tapava sua boca. Talvez por ele ter gritado três vezes com volume estridente. Ele se aproximou mais para ver o que estava acontecendo e percebeu a faca na mão do homem. Antônio estava com o rosto machucado. Ali viu sua oportunidade, não se importava que Antônio estava ferido, via sua oportunidade de ganhar a aposta com Louis bem a sua frente. Quando David iria se aproximar, o homem caiu no chão com as mãos entre as pernas, como consequência largou a faca. Antônio chutou a faca para longe e tentou fugir, mas o homem levantou e pulou em cima dele.

Antônio lutava para fugir e trocava socos com o homem, mas não foi suficiente. Ele agarrou os braços de Antônio e tudo que lhe estava eram as pernas, que também foram presas pelo peso. Antônio estava imobilizado no chão e o homem em cima dele apenas sussurrando coisas que David não conseguia compreender. David saiu dos devaneios pessoais e empurrou o homem com toda força possível. Ele puxou Antônio para perto de si e ficou a sua frente.

— Não toque nele. Se fizer isso de novo vai se arrepender! — Disse David de forma dura e severa. Ele não queria que tivesse saído assim, mas quanto mais real melhor.

— O herói de merda acha que é quem? — Perguntou ele retoricamente.

— Não te interessa, filho da puta! Vem, vamos sair daqui. — Disse David puxando a mão de Antônio, ele iria passar pelo homem, mas ele colocou a mão no peito de David o impedindo de passar. Antônio recuou e puxou David pelo braço.

— Baixa a bola, fracote. Está se achando de mais.

— Eu ouvi isso? Você me chamou do que? — Perguntou David irritado. Seu ego havia sido ferido.

— Fracote. Vou quebrar tua cara. Vocês só vão sair daqui agora dentro de um saco preto. — Falou o homem junto os punhos perto do rosto. Antônio odiava David, mas não queria que morresse.

— Vem então, valentão.

— David não o provoque. Vamos embora. — Disse Antônio puxando David para trás. Por alguns segundos David gostou daquela preocupação e daquele toque, mas logo votou a si.

— Ele quem começou essa merda, agora ele vai sentir o gosto do meu punho. — Respondeu David.

— Vem franguinho. Vou te ensinar qual o gosto do chão. — Aquela frase não fez sentido. David se descontrolou e socou o marginal, ele caiu no chão e cuspiu sangue, mas levantou rindo. — O que sabe fazer é isso? Um playboy de merda.

— Só tô começando. — Disse David estralando o pescoço e os punhos. Antônio entrou em sua frente, e por alguns segundos seu foco foi destinado aos seus olhos castanhos. Eles o hipnotizaram.

— Já chega, não vale a pena. Vocês vão acabar se matando. Vamos pra casa, agora! — Disse Antônio ainda na frente de David.

— Escuta o que seu namorado tá dizendo, eu vou matar você. — Falou o homem rindo com escárnio.

David colocou Antônio mais para o lado e antes que ele entrasse em sua frente novamente pulou em cima do homem. Ele começou uma sequência de chutes e socos e estava tirando sangue do rosto do assaltante e quase assassino. Ele o socou tanto que seu rosto estava banhando em sangue. Se irritou por insinuar que namorava com Antônio, não tinha cabimento uma merda daquele. Antônio tentava o puxar para que saísse, se não seria acusado de homicídio. Se bem que seria legítima defesa. Quando David cessou a sequência de soco, ele se levantou e desferiu um soco em David. Agora havia um corte em sua sobrancelha.

Ele agora estava em cima de David e não iria parar até deixá-lo irreconhecível. Antônio pegou um tijolo que viu no chão e acertou a cabeça do homem. David estava ofegante e Antônio mal via e ouvia muita coisa. A chuva ainda era intensa e a noite deixava a rua mais tenebrosa ainda. David levantou e com pressa puxou a mão de Antônio para abraçá-lo. Os dois estavam abraçados fortemente. David não queria soltá-lo, gostava daquele toque por mais que odiasse. Antônio não sentia nada, só um corpo molhado contra ele, mas retribuiu, ainda que continuasse odiando David, achou legal sua atitude de tentar protegê-lo do assaltante.

Até a Próxima!

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