Fantasmas

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Amo Vitiello

A primeira vez em pus os olhos em Greta, pensei que ela era a criatura mais linda que já vi. A primeira vez que conversei com ela, me fez perceber que sua aparência delicada era uma fachada para alguém forte que precisou aprender a se defender. E a primeira vez que levei um fora de Greta foi soco nas minhas bolas, mas o efeito foi reverso pois ao invés de me afastar apenas me fez querer estar por perto dela.

Eu estava virando a porra de uma menininha. Que ótimo! Mas tudo se resolveria após uma boa foda. Assim eu esperava apesar de Greta já ter deixado claro de que não seria fácil. Só tornava tudo mais estimulante.

Após ser deixado plantado no meio do corredor, controlo meu humor e dou o fora dali. Se visse mais tutus hoje, eu juro que atiraria em alguém. Ao entrar no carro, dirijo até meu compromisso. Eu tinha marcado de encontrar Daniele em nosso clube – Sphere –onde ele me aguardava com um homem que fora pego vendendo drogas sintéticas em nosso território. Mal podia esperar chegar para interrogá-lo. Hoje alguém iria falar.

Chegando ao clube, observo o espaço luxuoso. Sphere é uma boate bem frequentada em Nova York, onde todas as noites há longas filas de espera para entrar. Agora de dia, apenas alguns funcionários circulam pelo local, aguardando o movimento noturno. Com um aceno de cabeça cumprimento Flavio, um dos nossos homens.

- Onde ele está? - pergunto.

- No porão, Daniele está apenas te esperando.

Seguimos para a parte inferior do estabelecimento, essa escondida do público. Como um tubarão, quase posso sentir o sabor metálico de sangue no ar enquanto desço as escadas. As lâmpadas daqui embaixo não são tão brilhantes quanto do clube, mas posso ver perfeitamente o homem amarrado em uma cadeira já sangrando pelo nariz e por um furo em sua clavícula. Daniele está de frente ao homem com as mangas de sua camisa arregaçadas. Flávio para ao seu lado enquanto dou um sorriso torto a Daniele.

- Já começou a diversão? - pergunto e vejo meu amigo dar de ombros.

- Estava só aquecendo.

Caminho em direção ao homem que me olha como quem encara a morte. Deveria me temer mesmo. Aproximando-me de seu rosto, pergunto:

- Você então é o imbecil que achou que seria uma atitude inteligente vender essas porras no nosso território.

Seus olhos brilhavam de medo e essa foi a primeira atitude sensata dele.

- Como se chama?

- O nome dele é Brian McGowen - Daniele responde, me entregando alguns papéis. - Família do Brooklyn. Pai de dois filhos. Além de bater na esposa é um viciado de merda.

Franzo a testa ao ver fotos. McGowen abordando pessoas e vendendo sua droga. McGowen usando a porcaria. Uma mulher, provavelmente sua esposa, com manchas roxas em um braço enquanto ele agarra o outro. Devolvo os papéis para Daniele. Não precisava ver mais nada. Brian McGowen é a escória.

Estalo a língua, voltando minha atenção para ele.

- Você foi pego vendendo sua merda para nossos clientes em nossas ruas - afirmo e sua única reação é quando um tremor atinge seu corpo. - Mas aqui entre nós, essa droga sintética não é sua. Então que tal me contar quem é o seu distribuidor, para quem você trabalha e eu prometo fazer da sua morte rápida e indolor.

- Eu não sei o nome dele, um homem deixava comigo a droga toda quinta e vinha recolher o dinheiro toda terça - murmura Brian, choramingando. - Não sei de mais nada, só disso.

- Que homem? Algum nome? Qual a aparência? Tem algum sotaque, tatuagem? - Daniele pergunta buscando mais informações.

- Eu não sei. Ele tinha cabelos e olhos escuros. Sem sotaque. Não vi tatuagem.

Avalanche | Amo & GretaWhere stories live. Discover now