Regra do jogo

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Amo Vitiello

A temperatura era alta mesmo as 08h da manhã e, enquanto aguardávamos na entrada de West Rim, percebi que nem tudo em Las Vegas era sobre cassinos, luzes e paraíso. Havia o deserto também que se estendia a nossa frente.

- Estão atrasados - Romero comenta, seus olhos inspecionando o lugar.

- De propósito, claro - diz Matteo, já mal humorado.

Eu apenas espero impassível ao lado de meu pai que aprendeu a ser um pouco mais paciente ao longo dos anos. Um pouco. Após alguns minutos, um sedan preto para a alguns metros de distância de nós e de dentro do carro descem cinco homens.

Identifico Remo Falcone automaticamente pois, além das fotos que já havia visto de todos eles, sua postura é a de um Capo imponente. Em seguida, vejo uma versão mais jovem sua, sem dúvidas se tratava de seu filho Nevio. A semelhança entre eles e Greta é assombrosa e me pego pensando o quão idiota fui para não ter notado isso antes. Ambos tem os mesmo cabelos e olhos extremamente escuros, porém os de Greta eram gentis e amáveis enquanto os de seu pai e irmão não havia um pingo de humanidade. Ao lado deles está Nino Falcone, consigliere da Camorra. E Sávio e Adamo aparecem logo atrás. Ao que parece, a família Falcone veio em peso.

Troco um olhar com meu pai que os encarava atentamente também. Não viriam todos senão estivessem prontos para nos ouvirem. Eles sabem da gravidade da situação.

- Vocês ficam até mais simpáticos em meu território - Remo diz, ostentando um sorriso perigoso no rosto.

- Que pena que minha intenção não é ser simpático com você - meu pai fala, sua máscara de frieza colocada no lugar.

- Mas poderia tentar, isso torna a vida mais leve - ele responde e Matteo ri.

- Sua definição de leveza com certeza é bem diferente da nossa e envolve mais sangue também - meu tio fala e isso arranca uma risada de Sávio.

- Ah não tenha dúvidas! - o tio de Greta conclui.

- Que tal irmos direto ao assunto? - Nino fala, sem uma gota de emoção em seu semblante ou em sua voz.

Observo Remo assentir para o irmão e fazer um sinal com mão para meu pai prosseguir, posso dizer que isso o deixa irritado pelo movimento em seu maxilar. Mas ele releva.

- Sabemos dos problemas que vocês vêm enfrentando com suas cargas. Roubos, saques... Cavallaro também vem sofrendo ataques e até baixas em seus soldados - meu pai começa e vejo o sorriso aumentar no rosto sombrio de Remo.

- Isso que é uma boa noticia! A desgraça de Dante é um dos meus entretenimentos favoritos - ele diz.

- Seria realmente muito bom assistir aquele miserável se foder se não implicasse na desgraça de todos nós - diz meu pai, reconhecendo o ódio do seu inimigo por outro em comum.

- Quais informações vocês têm? - Remo pergunta, seus olhos estudando todos nós.

- Los Zetas estão por trás disso e não vão descansar enquanto não conseguirem o que querem.

- E o que seria isso? - Adamo se pronuncia, franzindo a testa.

- Nos riscar do mapa - digo e meu pai assente. - Querem nossos territórios, nossas drogas e nosso dinheiro.

Remo coloca os olhos escuros em mim, deliberando se pode acreditar na minha informação ou não, mas ele já sabe a verdade. Cosa Nostra não foge, luta. 

- Os mexicanos estando por trás desses conflitos explicaria a organização e os números para atacarem os três territórios juntos: Las Vegas, Nova York e Chicago - Nino explica enquanto Remo olha pra ele.

Avalanche | Amo & GretaWhere stories live. Discover now