02 [ten•são]

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[estado do que ameaça romper-se; a nível sexual, é um fenômeno que ocorre quando duas pessoas sentem desejo umas pelas outras, mas escolhem ou não podem consumar o ato.]

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CHARLOTTE

O quarto não está mais escuro como antes, o Sol invade cada canto das paredes e acerta meus olhos em cheio. Me mexo, ainda sentindo preguiça e sonolência, não querendo levantar. Mas então eu sinto algo ao meu lado.

Viro o rosto pra direita e quase tomo um susto. Tem um cara aqui deitado na cama comigo, dormindo. Oh, espera, eu transei com ele ontem a noite. Mas... Por que ele ainda está aqui?

Com muito cuidado, eu começo a me levantar, descobrindo meu corpo nu e colocando os pés descalços no chão. Não é a coisa mais difícil do mundo sair da minha cama, já que eu não tenho uma cama, só o colchão no chão. Me ergo e fico de pé, sendo rápida em ir até o banheiro para não correr o risco de fazer algum barulho no quarto.

Por que esse cara ainda está aqui?

Faço de tudo para não ser muito audível e mesmo assim manejo tomar um banho rápido e colocar algumas roupas. Meu cabelo está um emaranhado de nós, com o comprimento exagerado apenas agravando tudo. Sinceramente não vejo a hora de me livrar de metade desse cabelo todo, mas eu tenho que esperar mais um pouco.

Depois de limpa, trocada e penteada, volto para o quarto conferir o sujeito e, pasma, noto que ele ainda está lá deitado pacificamente. Ele deve ter um sono bem pesado, por isso não se levantou e deu o fora. Mas por que ele se deixou cair no sono pra início de conversa?

Pego minhas chaves e desço os dois degraus que separam a parte de cima do apartamento (sendo meu quarto, o banheiro e um outro quarto que eu uso como closet) e a parte de baixo (que é a cozinha, a sala e uma pequena área de serviço). Assim que desço de um degrau para o outro, o movimento me faz sentir um leve incômodo na região pélvica. Eu havia notado isso no banho, mas não achei estranho. Agora, eu sinto a pressão leve com mais clareza e compreendo logo o motivo da mesma.

Ele.

Tudo bem, ele pode dormir um pouco no meu colchão. Ele foi uma boa foda, merece a gentileza.

Com minhas chaves nas mãos, saio do apartamento e me apresso pra sair do prédio, decidida a comprar o café da manhã antes que o belo adormecido acorde e se encontre sozinho num lugar estranho. Vou até a padaria de esquina e compro o café da manhã mais simples de todos, porque não quero parecer interessada, mas ao mesmo tempo rude. Não é a primeira vez que eu faço isso pra um cara que acidentalmente acabou pegando no sono e acordando ainda no apartamento, e em todas as vezes funciona.

Volto rapidamente para o prédio e quando entro em casa novamente e vou até o quarto, surpresa! O cara ainda dorme. Sorrio pra mim mesma que eu tenha conseguido ser eficiente e devolvo a chave no lugar certo, deixando a pequena sacola de papel pardo e os copos descartáveis com tampa sobre a pia de mármore da cozinha.

Ando até o quarto e olho pra ele dormindo calmamente, ainda nu debaixo do meu edredom branco. Ele é muito bonito, do tipo muito bonito mesmo. Sua pele é clara, mas não sem graça. Ele tem várias tatuagens no braço esquerdo, assim como no torso e nas pernas. Seu cabelo é castanho escuro e cheio de ondas, que emolduram suas têmporas e olhar. Sua mandíbula é bem marcada e seus olhos são de um verde penetrante que pode te fazer sonhar. Além de tudo, ele é britânico, inglês pra ser mais exata, e isso foi como a gota d'água para a minha excitação.

𝗙𝗲𝘁𝗶𝘀𝗵 • H.S.Where stories live. Discover now