26 [con•fi•an•ça] (!)

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[crença de que algo não falhará, de que é bem-feito ou forte o suficiente para cumprir sua função; convicção ou segurança em relação a alguém ou alguma coisa.]

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N/A: Não sei se vocês estão realmente preparados pra isso... Aproveitem ;)



CHARLOTTE

Tudo mudou desde o dia em que Jacob resolveu faltar com decência e respeito contra Harry e expô-lo daquele jeito, afim de nos afastar.

Eu aprendi em jovem idade como meu pai poderia ser incisivo quando queria, mas não esperava que ele fosse tão longe ao tentar se mostrar correto em alguma coisa. Contratar um investigador particular para revirar a vida de alguém alheio aos nossos problemas familiares, numa tentativa de humilhar não só esse alguém, mas a mim e minhas ditas escolhas tolas, foi a gota d'água.

Achei que o tinha deixado pra trás quando descobri que ele armou, juntamente do meu ex-namorado, uma emboscada para me ter de volta em seu controle. Contudo, o evento de dias atrás é que consolidou de vez o corte de laços.

Eu disse e repito. Não tenho mais pai.

Desconheço a posição de minha mãe nessa situação, mas tenho até medo de descobrir. Não é como se ela fosse muito melhor do que ele. São meus pais, eu sei, mas não agem como tal e eu não tenho de agir como filha também.

Naquele dia, Harry e eu tivemos um momento o qual eu nunca imaginei que fosse acontecer entre nós. Sentamos e conversamos, fomos honestos um com o outro, tendo em vista que nossas dores já estavam expostas. Foi incômodo revisitar as ocorrências dos últimos anos, mas eu não me senti mal depois de esvaziar o peito com ele. Harry também me contou parte de sua história e me fez entender tudo o que eu precisava para acreditar nele, e ele fez isso sem muito esforço - o que me motivou a quebrar nossas regras.

Por um momento, naquela tarde, eu cogitei o a hipótese de romper o nosso acordo. Era pra sermos casuais e, de repente, estávamos abraçados comendo sorvete de creme e biscoitos, com calda de caramelo e cerejas por cima. Uma parte de mim dizia que essa era a melhor opção, pois não havia como prosseguirmos casuais depois de termos sido tão vulneráveis daquela maneira.

Entretanto, a outra parte de mim, uma parte que eu normalmente não ouço quando estou com ele, gritou e suplicou que eu desse a essa nossa nova dinâmica uma chance de se provar tão capaz quanto.

Eu não podia mentir pra mim mesma. Transar com ele é maravilhoso, mas dividir o mesmo lugar no sofá e trocar bobas e doces palavras também é maravilhoso. Me fez sentir tão satisfeita quanto quando ele me dá um orgasmo. Portanto, seria de todo mal prosseguir desse jeito?

Resolvi ouvir essa outra parte minha. Afinal, me dei conta de algo valioso. Eu conheço bem o corpo dele, sinto atração sexual por ele, assim como acredito em suas palavras. Mas, acima de tudo, depois daquela tarde, eu soube.

Eu confio nele.

Eu confiei nele para confessar uma parte da minha vida, assim como confiei para que pudesse me tocar na posição que quisesse.

Uma noite dessas, enquanto transávamos, ele simplesmente me virou de costas e eu nem ao menos hesitei em ceder. Percebi ali que se ele desejasse levar nosso momento à outro nível, não me importaria. Foi assombroso entender o quanto a ideia dele me foder por trás seria prontamente concedida por mim, mas ao mesmo tempo não menos empolgante.

Há essa linha tênue entre nós que divide nossas vidas dentro e fora dos lençóis, mas quando compreendi que confiava nele, vi essa linha ficando cada vez mais maleável. Me fez sentir mais livre e a sensação é boa; do tipo que eu não quero abrir mão tão cedo.

𝗙𝗲𝘁𝗶𝘀𝗵 • H.S.Όπου ζουν οι ιστορίες. Ανακάλυψε τώρα