𝗙𝗲𝘁𝗶𝘀𝗵 • H.S.

41 [con•jec•tu•ra]

[ato ou efeito de inferir ou deduzir que algo é provável, com base em presunções, evidências incompletas, pressentimentos; hipótese, suposição.]

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CHARLOTTE

Acredito que o melhor conselho que eu posso deixar pra humanidade antes de partir dessa para melhor é: tenha uma amiga para arrumar a sua mala por você, principalmente uma que adore organizar.

Não precisei de muito tempo para pensar sobre o convite de Harry a cerca da viagem para Malibu na semana que vem. Assim que ele me explicou como tudo havia sido organizado para a banda e como o lugar em que ficarão é incrível, me senti muito especial em estar sendo tão bondosamente adicionada a diversão.

Mesmo que nós sejamos amigos agora, ele não tinha o dever de me chamar, afinal essa semana na praia é para ele e sua banda, mas é por este exato motivo que me senti alegre pelo convite. Ele me quer lá e deixou isso claro pela forma como ansiou pelo meu sim.

Assim que nossa noite de cinema acabou e as roupas de Harry já estavam lavadas e secas, ele se despediu de mim com um abraço apertado e mais um pedido de desculpa por estar indo tão abruptamente. Fiz questão de reafirmar tranquilidade nele, embora tenha ficado mesmo abalada quando ele anunciou que teria de voltar pra Los Angeles de repente.

Agarrei meu celular no minuto em que fiquei sozinha no apartamento e liguei para Naomi com urgência, preparando meu pedido por uma liberação enquanto a ligação se completava. Minha sócia ficou levemente alarmada com meu exagerado desespero na chamada, mas gentilmente me garantiu que tudo ficaria bem se eu me ausentasse nessa semana que vem. Não haverá nenhum grande evento no Poison Ivy, nenhum feriado. Nossas funcionárias cobrem toda a nossa demanda muito bem.

Além do mais, ela mesma ficará muito mais do que uma semana ausente no período de sua lua de mel, então não teve como haver uma discussão sobre isso.

Harry viajou logo pela manhã, mas me ligou uma hora antes de entrar no avião para se despedir - de novo, algo que achei muito fofo. Ele me serviu de despertador e ficamos de bobeira até o voo dele ser anunciado. Aproveitei este momento para confirmar minha presença na viagem da praia e fiquei ainda mais contente em perceber como ele ficou igualmente satisfeito.

Nós já nos conhecíamos antes, mas não da forma que nos conhecemos agora e, devo dizer, que Harry é uma das pessoas mais altruístas que existem. Acredite, ele se ofereceu para, assim que se organizasse em LA, voar para San Francisco novamente para partirmos juntos para Malibu, já que eu serei a única que chegará lá por minha conta. A princípio, eu achei graça da oferta, mas ao perceber que falava sério senti meu coração todo quentinho no meu peito e derreti na cama.

O dissuadi da ideia, apesar de estar muito lisonjeada, pois não queria criar tal complexidade em seu percurso, por mais que ele tenha jurado que não seria incômodo. Eu costumava ir muito a Malibu com minha família e amigos da escola, então conheço aquela região muito bem para me sentir desconfortável em ir sozinha.

Pesquisei por imagens do local onde ficaremos hospedados e o único comentário que tenho a fazer é: uau! Harry não exagerou quando disse que a praia é paradisíaca. A água é azul, límpida e, pelos comentários que vi no Google, também é bem geladinha. Será o lugar perfeito para relaxar e se refrescar desse calor terrível da Califórnia.

Eu adoro o meu estado, mas sejamos honestos. Os verões aqui poderiam ser chamados de Inferno na Terra.

Com minha decisão tomada e um dia e meio para arrumar minhas coisas, recorri mais uma vez a Naomi, minha super amiga com inclinação para o perfeccionismo. Até então eu estava surtando com o que colocar na mala, ficarei em Malibu por uma semana, mas certamente não nos prenderemos apenas a pousada e a praia. Há muito o que fazer pelos arredores, como o próprio Harry havia informado. Com certeza sairemos à noite pelo menos algumas vezes e meu caos interno começou aí.