04 | Bicho-papão

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A sala dos professores, uma sala comprida, revestida com painéis de madeira e mobiliada com cadeiras velhas e desaparelhadas, estava vazia, exceto por um ocupante. O Prof. Snape estava sentado em uma poltrona baixa e ergueu os olhos para os alunos que entravam. Seus olhos brilhavam e ele tinha um arzinho de desdém em volta da boca. Quando o Prof. Lupin entrou e fez menção de fechar a porta, Snape falou:

- Pode deixá-la aberta, Lupin. Eu prefiro não estar presente. - E, dizendo isso, se levantou e passou pela turma, suas vestes negras se enfunando às suas costas, o professor girou nos calcanhares e disse ao colega:

- Provavelmente ninguém o alertou, Lupin, mas essa turma tem Neville Longbottom. Eu o aconselharia a não confiar a esse menino nada que apresente dificuldade. - Neville ficou escarlate.

O Prof. Lupin ergueu as sobrancelhas.

- Pois eu pretendia chamar Neville para me ajudar na primeira etapa da operação, e tenho certeza de que ele vai fazer isso admiravelmente. - A cara de Neville ficou, se isso fosse possível, ainda mais vermelha. Snape revirou os lábios num trejeito de desdém, mas se retirou, batendo de leve a porta.

- Agora, então - disse o Prof. Lupin, chamando, com um gesto, a turma para o fundo da sala, onde não havia nada exceto um velho armário em que os professores guardavam mudas limpas de vestes. Quando o professor se postou a um lado, o armário subitamente se sacudiu,batendo na parede.

"Não se preocupem", disse ele calmamente porque Ambêr grudou no braço de Harry que sorriu se canto. "Há um bicho-papão aí dentro."

A maioria dos garotos achou que isso era uma coisa com o que se preocupar. Neville lançou ao professor um olhar de absoluto terror e Simas Finnigan mirou o puxador, que agora sacudia barulhentamente, com apreensão.

- Bichos-papões gostam de lugares escuros e fechados. - Informou o mestre.- Guarda-roupas, o vão embaixo das camas, os armários sob as pias... Eu já encontrei um alojado dentro de um relógio de parede antigo. Este aí se mudou para cá ontem à tarde e perguntei ao diretor se os professores poderiam deixá-lo para eu dar uma aula prática aos meus alunos do terceiro ano.

"Então, a primeira pergunta que devemos nos fazer é, o que é um bicho-papão?"

Hermione levantou a mão, juntamente de Ambêr que fuzilou a amiga com um olhar fazendo ela abaixar a mão com uma carranca, nada boa.

- É um transformista. - Respondeu a ruiva. - É capaz de assumir a forma do que achar que pode nos assustar mais.

Draco e Harry que não estavam tão longe um do outro, escutaram as palavras da ruiva com algo bem próximo de admiração e respeito. Demonstrando o quanto sua voz era suave aos seus ouvidos.

- Eu mesmo não poderia ter dado uma definição melhor. - Disse o Prof. Lupin, e o rosto de Ambêr se iluminou de orgulho. - Então o bicho-papão que está sentado no escuro aí dentro ainda não assumiu forma alguma. Ele ainda não sabe o que pode assustar a pessoa que está do lado de fora. Ninguém sabe qual é a aparência de um bicho-papão quando está sozinho, mas quando eu o deixar sair, ele imediatamente se transformará naquilo que cada um de nós mais teme. "Isto significa", continuou o Prof. Lupin, preferindo não dar atenção à breve exclamação de
terror de Neville, "que temos uma enorme vantagem sobre o bicho-papão para começar. Você já sabe qual é, Harry?"

- Hum... porque somos muitos, ele não vai saber que forma tomar. - Murmurou o garoto quase gemendo de dor, por causa das unhas de Ambêr que estavam cravadas em sua mão..

- Precisamente. - Concordou o professor. - O feitiço que repele um bicho-papão é simples, mas exige concentração. Vejam, a coisa que realmente acaba com um bicho-papão é o riso. Então o que precisam fazer é forçá-lo a assumir uma forma que vocês achem engraçada.Vamos praticar o feitiço com as varinhas primeiro. Repitam comigo, por favor... riddikulus!"

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