50 | Punições

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Às cinco para as cinco, Ambêr despediu-se de Anna e Astoria ( que agora eram amigas intimas) e rumou para a sala da Umbridge juntamente de Harry que passará o caminho inteiro calado. Quando bateram na porta, ouviu uma voz melosa:

– Entre. – Eles entraram cautelosamente, olhando a toda volta.

Agora a sala que antes eles já conheciam, estava completamente irreconhecível. As superfícies tinham sido protegidas por capas de rendas e tecidos. Havia vários vasos de flores secas, cada um sobre um paninho,
e, em uma parede, havia uma coleção de pratos decorativos, estampados com enormes gatos em tecnicolor, cada um com um laço diferente ao pescoço.

– Boa-noite, Sr.Potter e Sra.Weasley.

– Noite, Profa.Umbridge – respondeu Harry formalmente enquanto Ambêr continuou em silêncio.

– Muito bem, sentem-se – disse ela, apontando para duas mesinhas forradas com toalhas de renda, junto a qual elas colocara duas cadeiras de espaldar reto. Havia sobre as mesas duas folhas de pergaminho em branco, aparentemente à espera dos dois.

Com um esforço concentrado, Ambêr largou a mochila ao lado da cadeira de espaldar reto e se sentou logo sendo imitada por Harry.

– Pronto – disse a professora com meiguice. – Agora os senhores vão escrever algumas linhas para mim, Sr.Potter e Sra.Weasley. Não, não com as suas penas – acrescentou. –Irão usar uma especial que tenho. – E lhe entregou uma pena longa e preta, com a ponta excepcionalmente aguda. –Quero que escreva: Não devo contar mentiras, Sr.Potter. E a Sra.Weasley escreverá: Não fazer coisas banais durante a aula.– disse a professora brandamente.

– Quantas vezes? – perguntou Ambêr, pela primeira vez depois que chegou ali.

– Ah, o tempo que for preciso para a frase penetrar – disse Umbridge com meiguice. – Podem começar.

A professora foi para sua escrivaninha, se sentou e se debruçou sobre uma pilha de pergaminhos que pareciam deveres para corrigir.

Ambêr ergueu a pena preta e afiada, e então percebeu o que estava faltando.

– A senhora não me deu tinta.

Harry pareceu desnorteado com a revelação da ruiva, ele franziu o ceio e olhou para a mulher a frente esperando uma resposta. 

– Ah, vocês não vão precisar de tinta – disse ela, com um leve tom de riso na voz.

Ambêr encostou a ponta da pena no pergaminho e escreveu: Não fazer coisas banais durante a aula. E soltou um gritinho de dor. As palavras apareceram no pergaminho em tinta brilhante e vermelha. Ao mesmo tempo, elas se replicaram nas costas de sua mão direita, gravadas na pele como se tivessem sido riscadas por um bisturi – contudo, mesmo enquanto observava o corte brilhante, a pele tornou a fechar, deixando o lugar um pouco mais vermelho que antes, mas, de outra forma.

Harry virou a cabeça para olhar a Ambêr. Ela tinha os olhos marejados, enquanto Umbridge observava cautelosamente.

– Pois não?

– Nada – disse Ambêr em voz baixa logo sentindo uma lágrima escorrer pela sua bochecha.

Ela tornou a voltar sua atenção para o pergaminho, tocou-o com a pena, escreveu: Não fazer coisas banais durante a aula, e sentiu a ardência nas costas da mão pela segunda vez; e de novo as palavras cortaram sua pele; e, de novo, sararam segundos depois. E assim a tarefa prosseguiu.

Diário de uma Weasley Onde as histórias ganham vida. Descobre agora