Diário de uma Weasley

11 | Torre de Astronomia

- Ele... ele me mandou isto - Disse Hermione entregando a carta.

Ambêr apanhou-a. O pergaminho estava úmido, e enormes gotas de lágrimas tinham borrado tão completamente a tinta em alguns pontos que era difícil ler a carta.

Cara Mione,
Perdemos. Tive permissão de trazer Bicuço de volta a Hogwarts.
A data da execução vai ser marcada.
Bicucinho gostou de Londres.
Não vou esquecer toda a ajuda que você nos deu.
Hagrid

- Eles não podem fazer isso - disse Ambêr com os olhos marejados. - Não podem. Bicuço não é perigoso.

- O pai de Malfoy deve ter intimidado a Comissão para ela fazer isso - disse Hermione, enxugando as lágrimas. - Vocês sabem como ele é. Os outros são um bando de velhos caducos e bobos e ficaram com medo. Mas vai haver recurso, sempre há. Só que não consigo ver nenhuma esperança... Nada vai mudar até lá.

- Vai, sim - disse Anna com ferocidade.

- Você não vai ter que fazer o trabalho todo sozinha desta vez, Mione. Eu vou ajudar. - Falou Ron.

- Ah, Ron!

Hermione atirou os braços ao pescoço de Ron e desabou completamente. Ron, com cara de terror, acariciou muito sem jeito o topo da cabeça da garota. Finalmente, ela se afastou.

- Ron, eu realmente sinto muito, muito mesmo, pelo Perebas... - soluçou ela.

- Ah... bem... ele estava velho - disse Ron, parecendo muitíssimo aliviado por Hermione o ter soltado. - E estava ficando meio inútil. Nunca se sabe, talvez mamãe e papai me comprem uma coruja agora.

Ambêr deixou a carta em cima da escrivaninha de Hermione e saiu da Comunal, não se importava com o horário de recolher, ela estava lenta só queria tempo, para por os pensamentos e sentimentos em seu lugar de qualquer forma que fosse, seus pés correram com rapidez até a Torre de Astronomia que estava incrivelmente fria e vazia. Sentou-se em um canto qualquer e abraçou as pernas, um pouco pensativa.

O barulho do vento pairando sobre a sala era a única companhia que Ambêr tinha no momento e ela agradecia por isso.

- Weasley? - A voz esganiçada que Ambêr conhecia bem surgiu ao seu lado.

A ruiva levantou a cabeça lentamente com os olhos secos e aqueeou uma das sobrancelhas, os olhos do loiro estavam incrivelmente azuis claros, e sua pele parecia mais pálida a luz da lua.

- O que ? - Perguntou Ambêr com a voz fina.

- Eu só cheguei aqui e te vi aí encolhida......tá tudo bem com você? Não que eu me importe, só curiosidade. - Sentou-se ao lado de Ambêr mantendo uma certa distância, nem ele mesmo sabia o por que não ter ido embora quando teve a chance.

- Você disse que não se importa. Por que quer saber ?

- Você nunca ouviu falar de uma palavra chamada curiosidade? Eu não sou tão ruim quanto pensa.

Ambêr arqueeou as sombrancelhas.

- Já que você não é tão ruim quanto diz, por que não mostrar para os outros, esse seu outro lado? Sempre trata os outros com indiferença. - Ela deu de ombros.

- Perdi as contas de quantas vezes segurei o mundo dos outros e deixei o meu cair. O ponto é...... não me importo mais com que os outros pensam de mim.

Ele a encarou, esperando uma resposta.

Ela suspirou.

- Recebi uma notícia extremamente ruim, sem contar que já fiz diversas besteiras em só uma semana. - Falou ela tirando os fios rebeldes que atrapalhavam sua visão.