62 | "Fique longe da Ambêr..."

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A cabeça de Ambêr girava e girava cada vez mais, não sabia se era a falta de descanso a afetando ou a presença insignificante da sogra — que não fora embora na manhã seguinte, pelo contrário, passou duas longas semanas mimando o frustrado filho. A ruiva estranhou. Narcisa passou exatos 14 dias e duas horas na Mansão Trouxa, sendo que como desculpas alegou de início, que seria apenas uma visita banal a uma de suas casas, que antes seria com o marido.


Onde Lucius estava esse tempo todo que não notou a falta da esposa e do filho ?

Essa pergunta rondava a cabeça da ruiva, a fazendo doer.

- No que tanto pensa? - Sentiu Draco cutucar seu braço pela milésima vez. - Já lhe chamei três vezes, parece que está no mundo da lua. – Ele sinalizou o número nos dedos.

- Nada muito importante. Apenas besteiras. - Ela afogou o ombro do loiro. - Está ansioso para retornar a Hogwarts? Esse ano irá ser pesado. Acho que terá que me dar aulas de Transfiguração. – Brincou ela.

Ambêr sentou de uma vez em cima do malão que amassou as roupas e blusas que foram roubadas do loiro. Ela fechou o zíper da bolsa e suspirou cansada.

- Hogwarts...não sei como chamam aquilo de escola, eu me jogaria da Torre de Astronomia se tivesse que continuar por mais dois anos. - Sibilou Draco com desprezo, enquanto elevava o corpo no colchão.

- Tá falando do que? - Ambêr questionou dobrando uma nova blusa roubada. Sua testa de espremeu.

- Nada que deva se incomodar, honey. - Ele depositou um beijo demorado na bochecha da ruiva.

- Sempre soube que não gostava de Hogwarts, mas não sabia que pretendia deixar de cursar os últimos anos. - Ela comentou desconfiada. – Hm ? – Insistiu ela.

- E não pretendo. - Ele disse puxando o malão da ruiva e o colocando no chão. - Esqueça o que eu disse.

Ambêr apenas concordou positivamente tentando não começar uma discussão com o companheiro. A ruiva sabia que tinha algo de errado, seu ótimo instinto a dizia isso, e ele raramente errava. Ela pretendia ficar ainda mais atenta.

Faltava apenas dez minutos para as onze quando os dois aparataram junto de um dos elfos da Mansão. A estação King's Cross estava lotada como em todos os anos, sem falta. Os olhares distantes e curiosos se direcionaram aos dois jovens, que não estavam muito distante da entrada do trem.

Concerteza, seria um longo ano.

________

Harry Potter abriu a porta de sua cabine com certa força e a fechou rapidamente atrás de si. Sua cabeça trabalhava rapidamente, como se fosse uma máquina movida a óleo. Não acreditava que finalmente havia descoberto algo que pudesse mecher o jogo de xadrez que sua vida virou.

O moreno sabia exatamente o que fazer, onde e em que momento. Perfeitamente planejado. Ele suspirou fundo e foi sorrateiramente até a entrada da cabine da Slytherin. Encostou seu fino corpo em uma fresta escondida da entrada da cabine e se cobriu com a grossa capa da invisibilidade. Quando se preparou para causar a sua distração, viu uma bela figura ruiva sair de dentro da cabine alheia.

Com toda certeza, Harry ainda sentia sentimentos pela Weasley, porém já havia aceitado a ideia de não ser uma opção de escolha da ruiva. Viu ela sorrir histérica ao ver tortinhas de abóboras recheadas de chocolates.

Ele enfiou a mão em um dos bolsos da capa e retirou um pequeno objeto, porém destruidor que havia ganhado de Fred e Jorge a poucas semanas, o garoto sorrateiramente atirou sobre a cabine, causando-lhe uma distração. Ele entrou rapidamente na cabine e se escondeu.

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