06 | Black, Sirius Black

4.7K 486 28
                                    

O salão imediatamente começou a zumbir com as vozes excitadas dos alunos; os da Grifinória contavam ao resto da escola o que acabara de acontecer.

- Todos dentro dos sacos de dormir! - Gritou Percy. - Andem logo e chega de conversa! As luzes vão ser apagadas dentro de dez minutos!

- Vamos, gente. - Disse Ron a Harry e Hermione; e eles apanharam três sacos de dormir e os arrastaram para um canto.

- Vocês acham que Black ainda está no castelo? - Cochichou Hermione, ansiosa.

- Da pra calar a boca eu quero dormir. - Resmungou Ambêr apertando o travesseiro sobre o ouvido, abafando os gritos dos demais alunos.

- É óbvio que Dumbledore acha que ele ainda pode estar. - Respondeu Ron ignorando a irmã.

- É uma sorte ele ter escolhido esta noite, sabem. Comentou Hermione. - A única noite em que não estávamos na Torre...

- Calculo que ele tenha perdido a noção do tempo, já que está fugindo. - Disse Ambêr perdendo o sono. - Não percebeu que era Dia das Bruxas. Do contrário teria invadido o salão.

Hermione estremeceu.

A toda volta, os colegas se faziam a mesma pergunta: Como foi que ele entrou?

- Vai ver ele sabe "aparatar" - Sugeriu uma aluna da Corvinal, próxima. - Aparece de repente, sabe, sem ninguém ver de onde.

- Provavelmente se disfarçou - Disse um quintanista da Lufa-Lufa.

- Vai ver ele criou asas e voou - Sugeriu Draco debochado, o loiro colocou seu saco de dormir ao lado de Ambêr, sorrindo traveso, com a expressão de raiva que derrepente Harry fez.

- Boa noite Draco. - Falou Parkison deitando-se ao lado do loiro, ele virou-se de costas para a morena e ficou de frente para Ambêr que tinha os cabelos cobrindo o rosto, já dormindo.

Depois de uma hora, quando todos estavam dormindo, Ambêr acordou assustada, ela abriu os olhos e viu Malfoy com diversas bolas de papel flutuante sobre o seu corpo seguindo o fecho de luz da sua varinha, as arremessando sobre o rosto da ruiva. Ela por sua vez decidiu ignorar a atual situação e virou-se para o outro lado do saco.

Thomas que estava ao lado com um saco mais amplo, por causa do seu tamanho, cutucou a amiga com rapidez, ordenando que a mesma baixasse a cabeça.

O Prof.Dumbledore entrou no salão. Ambêr observou-o procurar por Percy, que estivera fazendo a ronda entre os sacos de dormir, ralhando com as pessoas que continuavam a conversar, inclusive com própria Ambêr.

- Algum sinal dele, professor?- Perguntou Percy num cochicho.

- Não. Está tudo bem aqui?

- Tudo sob controle, diretor.

- Mentira. - Ambêr mecheu os lábios, sem fazer som, apenas para si mesma.

- Ótimo. Não tem sentido transferir os alunos agora. Arranjei um guardião temporário para o buraco do retrato na Grifinória. Você poderá levá-los de volta amanhã.

- E a Mulher Gorda, diretor?

- Escondida em um mapa de Argyllshire no segundo andar. Aparentemente se recusou a deixar Black entrar sem a senha, então o bandido a atacou. Ela ainda está muito perturbada, mas assim que se acalmar, vou mandar Filch restaurá-la.

Ambêr ouviu a porta do salão se abrir mais uma vez, rangendo, e novos passos.

- Diretor?- Era Snape.

- Todo o terceiro andar foi revistado. Ele não está lá. E Filch verificou as masmorras; não há ninguém, tampouco.

- E a torre da Astronomia? A sala da Prof a Trelawney? O corujal?

- Tudo revistado...

- Muito bem, Severo. Eu não esperava realmente que Black se demorasse.

- O senhor tem alguma teoria sobre o modo com que ele entrou, professor? - perguntou Snape.

Ambêr viu Thomas levantar a cabeça um pouquinho para destampar a outra orelha. Ela repetiu o ato.

- Muitas, Severo, cada uma mais improvável do que a outra.

Thomas e Ambêr trocaram olhares cúmplices, espiaram para o lado onde os três se encontravam;

Dumbledore estava de costas para ele, mas dava para ver o rosto de Percy inteiramente absorto e o perfil de Snape, que parecia zangado.

- O senhor se lembra da conversa que tivemos, diretor, antes... ah... do começo do ano?

- Lembro, Severo. - Disse Dumbledore, e sua voz tinha um tom de aviso.

- Parece... quase impossível... que Black possa ter entrado na escola sem ajuda de alguém aqui dentro. Expressei minhas preocupações quando o senhor nomeou...

- Não acredito que uma única pessoa no castelo tenha ajudado Black a entrar - Disse Dumbledore, e seu tom deixou tão claro que o assunto estava encerrado que Snape se calou. - Preciso descer para falar com os dementadores - Disse Dumbledore. - Prometi que avisaria quando a nossa busca estivesse terminada.

- Eles não quiseram ajudar, diretor? - Perguntou Percy.

- Ah, claro. - Disse Dumbledore com frieza. - Mas receio que nenhum dementador irá cruzar a soleira deste castelo enquanto eu for diretor.

Percy pareceu ligeiramente desconcertado. Dumbledore saiu do salão rápida e silenciosamente. Snape continuou parado um instante observando o diretor com uma expressã de profundo rancor no rosto; em seguida também saiu.

Ambêr parecia desnorteada com as diversas informações que descobriu, deixou sua cabeça cair para o lado.

✔︎

Nos dias que se seguiram não se falou de mais nada na escola senão de Sirius Black. As teorias sobre o modo com que Black entrara no castelo se tornaram mais e mais delirantes; Ana Abbott, da Lufa-Lufa, passou a maior parte da aula conjunta de Herbologia, contando para quem quisesse ouvir que Black era capaz de se transformar em um arbusto florido. A tela rasgada da Mulher Gorda fora retirada da parede e substituída pela pintura de Sir.Cadogan e seu gordo pônei cinzento. Ninguém ficou muito feliz com a troca. O cavaleiro passava metade do tempo desafiando os garotos a duelar e no tempo restante inventava senhas ridiculamente complicadas, que ele trocava no mínimo duas vezes por dia. Ambêr havia parado na diretoria cinco vezes na semana, por ter desrespeitado quadro, o que não alegrou nada, a Sra. Weasley.

- Ainda não acredito que Dumbledore não conseguiu encontrar o Black. - Anna limpou a boca e continuou. - Ele é literalmente o maior bruxo se todos.

- Talvez ele tenha tido ajuda interna. Talvez tenha algum aliado. - Thomas rabiscou algo com sua pena.

- Não sabemos, e também não podemos levantar falso. - A ruiva estalou a língua a dúvida.

- Acho que todos deveriam passar sobre interrogatório.

Anna bebeu um gole de seu suco.

- Acho que Hogwarts não tem estoque de Veritaserum o suficiente para todos os alunos. E se tivesse.......

- Seria crime. - Completou Ambêr.

- Afinal, todos sabem quem a ingestão de Veritaserum por menores de idade e sem a autorização do Ministério é crime. - Thomas disse. - E até conseguirem a autorização do Ministro, Black e seu possível comparsa já teriam dado um jeito de escapar.

Anna caiu sobre os pensamentos.

- Anna Abbott não para de falar de Black, chega a ser insuportável. - Anna murmurou assim que ouviu a lufana começar a falar novamente.

- Estou pensando em virar amiga de Black, assim serei famosa também. - A ruiva riu em deboche.

Diário de uma Weasley Onde as histórias ganham vida. Descobre agora