22 | Convite

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O temporal já se esgotara quando o dia seguinte amanheceu, embora o teto no Salão Principal continuasse ameaçador; pesadas nuvens cinza-chumbo se espiralavam no alto quando Anna,

Ambêr e Thomas examinaram seus novos horários ao café da manhã. A poucas cadeiras de distância, Fred, Jorge e Lino Jordan discutiam métodos mágicos de se tornarem velhos e, com esse truque, participar do Torneio Tribruxo.

- Hoje não é ruim... lá fora a manhã inteira - disse Thomas, que corria o dedo pela coluna intitulada segunda-feira no seu horário -, Herbologia com a Lufa-Lufa e Trato das Criaturas Mágicas... droga, continuamos com a Sonserina...

- Dois tempos de Adivinhação hoje à tarde - gemeu Anna, baixando os olhos. Adivinhação era a matéria de que ela menos gostava.

- Você devia ter desistido como eu fiz, não é? - disse Ambêr decidida, passando manteiga na torrada. - Então poderia fazer alguma coisa sensata como Aritmancia.

Houve um repentino rumorejo acima deles e cem corujas entraram pelas janelas abertas, trazendo o correio da manhã. Instintivamente, Anna olhou para o alto, mas não viu nada branco na mancha compacta de castanhos e cinza. As corujas circularam sobre as mesas, procurando as pessoas a quem as cartas e pacotes eram endereçados. Uma corujona âmbar desceu até Neville Longbottom e depositou um embrulho em seu colo - o garoto quase sempre se esquecia de guardar na mala alguma coisa. Do outro lado do salão, a coruja de Draco Malfoy pousara no ombro dele trazendo sua habitual remessa de doces e bolos de casa.
Tentando ignorar a profunda sensação de desapontamento no meio do estômago, Anna voltou sua atenção para o mingau de aveia. Ambêr viu a cojuda de Ron pousar em seu braço com um pacote médio amarrado em sua pata, Draco Malfoy no outro lado do salão olhou seriamente para a ruiva que abriu o pacote.

- Sabia que tinha esquecido algo. - Falou Ambêr vendo seu caderno de desenhos.

✔︎

- Bubotúberas- disse a Profa Sprout brevemente. - Precisam ser espremidas. Recolhe-se o pus...

- O quê? - exclamou Simas Finnigan, expressando sua repugnância.

- Pus, Finnigan - respondeu a professora -, e é extremamente precioso, por isso não o desperdice. Recolhe-se o pus, como eu ia dizendo, nessas garrafas. Usem as luvas de couro de dragão, podem acontecer reações engraçadas na pele quando o pus das bubotúberas não está diluído. Espremer as bubotúberas era nojento, mas dava um estranho prazer. À medida que estouravam cada tumor, saía dele uma grande quantidade de líquido verde-amarelado, que
cheirava fortemente a gasolina. Os alunos o recolheram em garrafas, conforme a professora orientara e, no fim da aula, haviam obtido vários litros.

- Isto vai deixar Madame Pomfrey feliz - disse a Profa Sprout arrolhando a última garrafa.

- Um remédio excelente para as formas mais renitentes de acne, o pus de bubotúberas. Pode fazer os alunos pararem de recorrer a medidas desesperadas para se livrarem das espinhas.

- Como a coitada da Heloísa Midgen - disse Anna, aluna da Lufa-Lufa, em voz baixa.

- Ela tentou acabar com as dela lançando um feitiço.

- Que menina tola! - disse a professora, balançando a cabeça. - Mas, no fim, Madame Pomfrey fez o nariz dela voltar à forma anterior.

Uma sineta ressonante sinalizou o fim da aula e a turma se separou; os da Lufa-Lufa subiram a escada de pedra rumo à aula de Transfiguração e os da Grifinória tomaram outro rumo,
descendo o jardim em direção à pequena cabana de madeira de Hagrid, que ficava na orla da Floresta Proibida. Hagrid estava parado à frente da cabana, uma das mãos na coleira do seu enorme cão de caçar javalis, Canino. Havia vários caixotes abertos no chão a seus pés, e Canino choramingava e retesava a coleira, aparentemente tentando investigar o conteúdo dos caixotes mais de perto. Quando os trio se aproximaram, um estranho som de chocalho chegou aos seus ouvidos pontuado, aparentemente, por pequenas explosões.

Diário de uma Weasley Onde as histórias ganham vida. Descobre agora