24 | Moody

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- Eu adoraria ter visto Malfoy em forma de doninha voadora. - Ambêr tampou a boca para abafar os risos.

- Foi hilário. - Respondeu Anna amarrando os cabelos.

- Podem guardar isso - rosnou Moody, apoiando-se na escrivaninha para se sentar -, esses livros. Não vão precisar deles.

Os alunos tornaram a guardar os livros nas mochilas, Anna tinha um ar excitado. Moody apanhou a folha de chamada, sacudiu sua longa juba de cabelos grisalhos para afastá-los do rosto contorcido e marcado, e começou a chamar os nomes, seu olho normal
percorrendo a lista e o olho mágico girando, fixando-se em cada aluno quando ele respondia.

- Certo, então - concluiu ele, quando a última pessoa confirmara presença. - Tenho uma carta do Prof. Lupin sobre esta turma. Parece que vocês receberam um bom embasamento para enfrentar criaturas das trevas, estudaram bichos-papões, barretes vermelhos, hinky punks, grindylows, kappas e lobisomens, correto?
Houve um murmúrio geral de concordância.

- Mas estão atrasados, muito atrasados, em maldições - disse Moody. - Então, estou aqui para pôr vocês em dia com o que os bruxos podem fazer uns aos outros. Tenho um ano para
lhes ensinar a lidar com as forças das...

- Quê, o senhor não vai ficar? - deixou escapar Ambêr.

O olho mágico de Moody girou para se fixar em Ambêr; a garota ficou extremamente apreensiva, mas, passado um instante, o professor sorriu - a primeira vez que Ambêr o via fazer isso. O efeito foi entortar mais que nunca o seu rosto muito marcado, mas de qualquer forma foi um alívio saber que ele era capaz de um gesto amigável como sorrir. Thomas pareceu profundamente aliviado.

- Você deve ser filha do Arthur Weasley? - disse Moody. - Seu pai me tirou de uma enrascada há alguns dias... é, vou ficar apenas este ano. Um favor especial a Dumbledore... um
ano e depois volto ao sossego da minha aposentadoria.

Ele deu uma risada áspera e então juntou as palmas das mãos nodosas.

- Então... vamos direto ao assunto. Maldições. Elas têm variados graus de força e forma. Agora, segundo o Ministério da Magia, eu devo ensinar a vocês as contramaldições e parar
por aí. Não devo lhes mostrar que cara têm as maldições ilegais até vocês chegarem ao sexto ano. Até lá, o Ministério acha que vocês não têm idade para lidar com elas. Mas o Prof.
Dumbledore tem uma opinião mais favorável dos seus nervos e acha que vocês podem aprendê-las, e eu digo que quanto mais cedo souberem o que vão precisar enfrentar, melhor. Como vão se defender de uma coisa que nunca viram? Um bruxo que pretenda lançar uma maldição ilegal sobre vocês não vai avisar o que pretende. Não vai lançá-la de forma suave e educada bem na sua cara. Vocês precisam estar preparados. Precisam estar alertas e vigilantes. A senhorita deve guardar isso, Srta.Brown, enquanto eu estiver falando.

Lilá levou um susto e corou. Estivera mostrando a Parvati o horóscopo que aprontara por baixo da carteira. Aparentemente o olho mágico de Moody podia ver através da madeira, tão bem quanto pela nuca.

- Então...... algum de vocês sabe que maldições são mais severamente punidas pelas leis da magia?

Vários braços se ergueram hesitantes, inclusive os de Anna e Ambêr. Moody apontou para Ambêr, embora seu olho mágico continuasse mirando Lilá.

- Hum - disse Ambêr sem muita certeza -, meu pai me falou de uma... chama Maldição Imperius.

- Ah, sim - disse Moody satisfeito. - Seu pai conheceria essa. Certa vez, deu ao Ministério muito trabalho, essa Maldição Imperius.

Moody se apoiou pesadamente nos pés desiguais, abriu a gaveta da escrivaninha e tirou um frasco de vidro. Três enormes aranhas pretas corriam dentro dele. Ambêr sentiu Ron se encolher ligeiramente ao seu lado - Ron detestava aranhas. Moody meteu a mão dentro do frasco, apanhou uma aranha e segurou-a na palma da mão, de modo que todos pudessem vê-la.
Apontou, então, a varinha para o inseto e murmurou "Imperio!".

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