26 | "Isso é nojento"

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Anna e Ambêr passavam pelo corredor enquanto riam de um assunto aleatório, adentraram o Salão e se acomodaram na mesa de sua casa.

- Do que é que vocês estão falando? - perguntou Ambêr assim que se aproximou de Hermione, Harry revirou os olhos, já sabia o que vinha pela frente.

- Elfos domésticos! - disse Hermione em voz alta, comprovando que Harry acertara. - Nem uma vez, em mais de mil páginas, Hogwarts: uma história menciona que somos todos
coniventes na opressão de centenas de escravos!

Ambêr sacudiu a cabeça e se concentrou nos ovos mexidos. A falta de entusiasmo dela e de Thomas não conseguiu refrear a decisão de Hermione de obter justiça para os elfos domésticos. Era verdade que os três tinham pagado os dois sicles pelo distintivo do F.A.L.E., mas só o
tinham feito para fazê-la calar-se. Os sicles, no entanto, tinham sido gastos em vão; se produziram algum efeito foi o de tornar Hermione ainda mais vociferante. A garota andava
atormentando os três desde então, primeiro para usarem o distintivo, depois para persuadirem outros a fazer o mesmo, e ela também passara a caminhar pela sala comunal da Grifinória todas as noites, encostando os colegas na parede e sacudindo a latinha de coleta debaixo do nariz deles.

- Vocês têm consciência de que os seus lençóis são trocados, as lareiras, acesas, as salas de aula limpas e a comida preparada por um grupo de criaturas mágicas que não recebem salário e são escravizadas? - ela não parava de lembrar a todos com veemência.

- Hermione você tem que entender que os elfos daqui não são obrigados a nada, eles são muito bem cuidados aqui em Hogwarts, recebem até meias de Natal no fim do ano, se eles ficam aqui ou não segue a vontade deles próprios. - Ambêr debateu.

Alguns colegas, como Neville, tinham pagado só para Hermione parar de fazer cara feia para eles. Alguns pareceram ligeiramente interessados no que a garota tinha a dizer, mas
relutavam a assumir um papel mais ativo no movimento. Muitos encaravam a coisa toda como piada. Anna agora contemplou o teto, que banhava a todos com um sol de outono e Fred fingiu-se extremamente interessado no bacon que havia em seu prato (os gêmeos tinham se recusado a comprar um distintivo do F.A.L.E.). Ambêr, no entanto, chegou para mais perto de Hermione.

- Escuta aqui, Mione, você já foi à cozinha?

- Não, claro que não - respondeu a garota secamente. - Nem posso imaginar que os alunos devam.....

- Bom, nós já fomos - disse Jorge, indicando Ambêr, Fred e Anna. - várias vezes para afanar comida. E encontramos os elfos e eles estão felizes. Acham que têm o melhor emprego do mundo...

- É porque eles não têm instrução e sofrem lavagem cerebral! - começou Hermione acaloradamente, mas suas palavras seguintes foram abafadas pelo ruído de asas que vinha do alto anunciando a chegada das corujas com o correio. Harry ergueu os olhos e, na mesma hora, avistou Edwiges que voava em sua direção. Hermione parou de falar abruptamente; ela e Anna
observaram a coruja, ansiosos, enquanto a ave batia as asas rapidamente para descer e pousar no ombro de Harry, depois fechou-as e estendeu a perna, cansada. Harry desamarrou a resposta de Sirius e ofereceu a Edwiges suas aparas de bacon, que ela comeu, grata. Então, verificando que Fred e Jorge estavam absortos em novas discussões sobre o Torneio Tribruxo, Harry puxou Ambêr pelos ombros e leu a carta de Sirius, aos cochichos.

Não me convenceu, Harry.
Estou de volta ao país e bem escondido. Quero que me mantenha informado de tudo que estiver acontecendo em Hogwarts. Não use Edwiges, troque de corujas e não se preocupe comigo, cuide-se. Não se esqueça do que lhe disse sobre a cicatriz.

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