65 | Rachaduras de dor

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Passado um dia e meio, as coisas se complicaram ainda mais na movimentada escola de bruxaria, na noite seguinte ao acontecimento estranho com a jovem corvina Kátia, ocorreu a pequena festa do Clube Slugue ( muito famosa entres os alunos ).

A jovem garota corvina parecia bem, horas depois, mas como Madame Pomfrey era seriamente rígida e teimosa, decidiu deixar a garota por mais horas na enfermaria.

- Minha cabeça está girando, não consigo nem se quer pegar a colher direito. - Reclamou Astoria com a mão um pouco flácida.

- Pelo menos eu não fui a única que exagerou no whisky de fogo.

Ambêr sibilou com os dedos na região da cabeça.

- Preferia não lembrar da noite de ontem, como vocês. - Anna confessou amargurada abrindo sua bolsa de couro preta que parecia muito pesada.

- Não acho que Córmaco seja tão ruim assim. - Sibilou Ambêr vagarosamente..

- Lógico que não acha, está bêbada. - Anna atirou.

Ambêr apenas sorriu gentilmente.

A ruiva se concentrou no fim do salão onde apresentava um alvoroço, um pouco fora do controle.

- O que está acontecendo ali ?

- Katia da Corvinal, saiu da enfermaria. - Anna comentou sem importância.

- Pensei que Madame Pomfrey, a iria segurar por mais algumas horas. - Comentou Astoria mordendo suas torradas secas.

Ambêr girou seu pescoço com curiosidade até o monte de alunos que se amontoavam em volta da garota.

Harry, por sua vez se levantou de maneira rápida e atrapalhada, ele caminhou até a garota e a questionou algo, que Ambêr e as duas garotas não puderam escutar.

- O que ele acha que está fazendo? - Questionou Thomas de modo baixo.

O garoto ergueu o pescoço

- Não sei exatamente. - Sussurou a ruiva ainda mais baixo.

A jovem corvina pareceu não se incomodar em responder as perguntas que o rapaz a atingiu. Ela sorriu de maneira tímida. Os dois passados alguns minutos encaram a porta do salão com olhares totalmente opostos.

Astoria e Ambêr acompanharam o olhar do jovem Harry com cautela, já que haviam várias pessoas naquele salão.

Draco

Os olhares das duas garotas pararam em Draco Malfoy, que parecia bastante incomodado com aquela situação.

Ambêr sabia que algo estava estranho, seu corpo entrou em combustão, uma sensação que fez seu coração acelerar, sem motivo algum.

Draco Malfoy afrouxou a gravata verde que apertava sua garganta com suavidade e sentiu os seus rosto ser invadido pelo suor frio. Resolveu sair dali, de vez.

Seus pulsos entraram em combustão.

Assim que o pulso onde estava marcado o nome de seu companheiro queimou intensamente, a ruiva soube que algo estava errado, soube que deveria agir de qualquer maneira. E algo dentro de si dizia que seu corpo deveria seguir Harry Potter.

- Vai! Eu distraio Anna. - Astória ordenou ardilosamente.

Ele estava se sentindo culpado

Ela sentindo pavor do que nem sabia que iria acontecer.

O loiro parecia assustado, ela não poderia afirmar com convicção, porém algo dentro de si a dizia que algo está a errado.

Todavia, eles estavam em uma perseguição que resultou no banheiro dos monitores no sétimo andar. Ambêr passou a correr ligeiramente quando viu um grupo de alunos eufóricos que cobriram sua passagem.

Draco passou pela porta de entrada do banheiro já puxando a gravata que lhe dava agonia. Ele se apoiou sobre a pia de mármore preta e retirou uma parte do uniforme da Sonserina, o jogando no chão.

- O que aconteceu? Me conte eu posso ajudar. - Murmurou Murta que Geme saindo de um dos boxes.

- Não...ninguém pode me ajudar. - Sibilou ele choroso..

- Já ajudei Ambêr com vários problemas, por que não posso o ajudar também? - A fantasma colocou a mão na cintura de forma descontraída.

- Eu não posso! Eu fui descuidado, fiz besteira. Por minha culpa eles vão morrer.

Ele jogou seu peso sobre a pia encardida e deixou as lágrimas frias caírem sobre seu rosto pálido e gélido.

- Eu sei o que você fez, Malfoy.

A voz sombria de Harry invade o banheiro assustando os dois que ali estavam, Draco captou a varinha no bolso e logo a empunhou.

Assim uma guerra se instalou no banheiro antes vazio, ora feitiço pra lá, ora feitiço pra lá, atingindo quem quer que fosse ou estivesse de passagem por ali.

- NÃO, NÃO, PAREM COM ISSO, NÃO. - Guinchou Murta com os ouvidos apertando com a palma das mãos.

Harry se levanta com cuidado e procura rapidamente o loiro, já com uma ideia em mente.. O olhar raivoso de ambos se encontram e logo o feitiço é jogado.

- Cruci......

- SECTUMSEMPRA!

Tão rápido como foi lançado, ele foi recebido, acertando em cheio o peito molhado do loiro que se espatifou no chão.

Silêncio

Até que passos barulhentos são escutados na porta de entrada do banheiro. As três jovens não precisaram entendem para saber o que estava acontecendo.

Ambêr arregalou os olhos antes de associar o que havia acontecido ali. Correu em passos que parecem demorar anos para serem completos. Se desabou ao lado lado loiro que chorava baixinho.

- Draco, meu bem olha para mim. - Ela sugeriu buscando a varinha e puxando sua cabeça loira para o seu colo.

Ambêr chorou, ela não suportou ver ele daquela maneira.

Ele tremia intensamente, descontrolado, com medo ou até mesmo arrependido, fechou as pálpebras para que pudesse expulsar as lágrimas que ali ficaram alojadas. Olhar para os olhos azuis nebuloso de sua companheira com certeza melhorou aquela situação, suas testas coladas umas com as outras fizeram o tempo parar, embora ele corresse rápido.

Anna correu em direção do loiro que já acumulava sangue em suas vestes e se ajoelhou ao lado dos dois, a morena embora estivesse atrapalhada retirou um livro grosso e velho da bolsa que carregava no ombro quando encontrou Ambêr correndo pelos corredores.

Ela passou por diversas páginas com os dedos trêmulos, seus olhos vazavam água a todo momento.

- Vulnera Sanentur

Assim que lançado o fluxo de sangue correu de volta para as feridas que se fecharam externamente, logo removendo os piores efeitos do feitiço lançado.

- Ele vai ficar bem? - Perguntou Astória se ajoelhando ao lado do grupo com os punhos machados de sangue, que provavelmente não era seu.

- Sim, vai. - Anna suspirou pesadamente.

Ela estava contente, pensou por um momento que não iria conseguir achar o feitiço, ou que algo de errado poderia acontecer. Estava feliz por ter devolvido o favor a Malfoy, feliz por o ver, embora ela ainda o odiase.

O loiro ainda chorava com os olhos fechados, apenas os soluços eram ouvidos no banheiro, de todos ali, até de Murta que estava em uma das cabines se lamentando. Malfoy chorava igual uma criança, com os braços envolvidos na cintura da companheira que soluçava assim como as outras.

- Temos que levá-lo para a enfermaria, ele tem que ser tratado com ditamno o mais rápido possível. - Sugeriu Anna guardando o livro em sua bolsa de couro, que por sinal fora muito útil.

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