68 | Não estamos bem

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Ambêr espremeu os olhos com dificuldade, alongou os músculos e consequentemente demorou a se acostumar com o pouco de luz solar que vinhas das janelas aquáticas do dormitório único de seu companheiro. Ela passou os olhos pelo quarto vagarosamente, as roupas jogadas no chão ainda estavam no mesmo lugar, o corpo quente ao seu lado ainda apertava o seu como se ela fosse correr a qualquer momento.

Ela mecheu o corpo ajeitando-se no colchão, puxou o lençol e apoiou sua cabeça em cima, ainda muito sonolenta. Sentiu a mão de Draco se remexer também, invadindo sua blusa e apertando seu peito enquanto colocava a cabeça da fenda de seu pescoço.

- Temos que levantar Draco. - Murmurou ela risonha. - Iremos nos atrasar.

- Não temos não, podemos cabular as primeiras aulas... ou todas. - Sua voz saiu abafada.

Ela riu enquanto vislumbrava as lembranças da noite passada.

Ela saiu do aperto do loiro e caminhou até o banheiro escutando seu resmungo enquanto ele rolava pelos lençóis. Ela ligou o chuveiro e deixou com que a água encaixasse seus fios ruivos. Ambêr sentiu o frio dos azulejos em sua costas e puxou o shampoo de embalagem azul que provavelmente era de Draco, colocando grande quantidade em suas mãos.

- Estou sentindo o cheiro do meu shampoo, AMBÊRRR.

Draco gritou de dentro do quarto enquanto a ruiva brincava com a espuma que caia de seus cabelos.

Talvez não fosse tão ruim ter um companheiro como ele, talvez ela estivesse se acostumando com a rebeldia do loiro. Mas as coisas estavam complicadas, com a guerra que se iniciava e seus problemas pessoais ela achava difícil ter um pouco de paz, por mais que ela quisesse.

Quando ambos desceram da Comunal da Sonserina e se despediram no Salão Principal, cada um foi para suas mesas. O dia estava agitado, frio e chuvoso. Ambêr apertou o casaco contra o corpo e se sentou ao meio do trio.

- Bom dia meninas, olá Thomas.

- Bom dia Ambêr - elas falaram ao mesmo tempo.

- Oi docinho - sibilou o garoto sugando o suco de seu copo.

Astória que já estava ao lado de Anna puxou alguns biscoitos de baunilha e serviu a ruiva. Ambêr rapidamente se serviu de suco de abóbora. Seu estômago deu voltas.

- Malfoy já está melhor? Já deu algum sinal de que vai morrer? - Questionou Anna virando-se para a mesa das cobras.

Ambêr suspirou e encarou o prato.

- Você está bem Ambêr? - Astória segurou a mão da ruiva.

Ambêr acenou positivamente com a cabeça.

- Mas é claro que ela não está bem, o namorado, ficante ou sei lá acabou de levar facadas por todo o corpo, ela tem que está ruim com isso. - Thomas mordeu secamente as torradas.

- Mas não é como se ele fosse morrer. Não é?! - Astória arqueou uma de suas sobrancelhas.

Ambêr deu uma golada em seu suco enquanto passava os olhos pela mesa da Sonserina.

- O que Thomas quis dizer é que Ambêr está muito envolvida para não se doer por ele. Qual é a de vocês? Eles são companheiros, passaram por poucas e boas juntos, é lógico que ela está em um mau momento. - Anna encarou Thomas e Astória.

Ambêr concordou mais uma vez positivamente. Ela a conhecia demais, bem demais e isso a amedrontava. Anna por um longo tempo foi tudo que ela sempre teve, a sua única amizade. Anna calou-se.

- Não quero que se preocupem comigo ou com Dray, vamos ficar bem, eu sou quero esquecer tudo o que aconteceu ontem por alguns minutos até ter que voltar a realidade novamente. - Ambêr sibilou baixinho remexendo os ovos fritos de seu prato.

- A senhorita tem conhecimento de que Lord Voldemort irá voltar ao poder novamente, não é ? - Ele caminhou em círculos pela sala.

- Ele vai ? - Perguntou ela com receio e com um certo medo.

- Sim ele vai. - Ele falou sorrindo. Ela o achou maluco. - O ponto que eu quero chegar é que em um certo ponto ele irá querer eliminar um pilar importante no mundo bruxo.

Ambêr baixou a cabeça como se estivesse refletindo cada palavra que saia de sua boca.

- O senhor....

Ela levantou a cabeça quando finalmente entendeu, ele concordou cordialmente.

- Mas, isso não irá acontecer né? - Ela perguntou com uma pitada de preocupação.

Ele discordou.

- Eu terei que morrer Sra.Weasley. - Ele sibilou juntando as mãos na frente frente corpo. - O que irei lhe falar aqui peço que mantenha guardado a sete chaves. - Ele pediu vendo ela concordar, o velho se sentou e respirou fundo.

Ele se levantou de sua cadeira e passou a andar em círculos enquanto segurava suas vestes.

- Sempre achei que a morte fosse algo natural, que iria chegar a mim rapidamente assim como para todos. É claro que ela vai chegar de um jeito ou de outro, mas como você deve estar ciente não irá da forma que a natureza quer. Lord Voldemort... ou melhor Tom não me quer como um inimigo, seus desentendimentos tem que serem resolvidos apenas com Harry, não comigo. Mas antes que , tenho que cumprir minha missão de o deixar protegido...

Ele parou repentinamente.

- ... e a senhorita entende bem deste quesito, não é?! - ele sorriu. - Temo que a senhorita seja pega pelo Ministério como cúmplice de um assassinato, que Del'Rei não foi muito cuidadosa em queimar os restos mortais do corpo do Sr.Dongkes. - Ambêr sentiu seu sangue parar, ela derrepente perdeu a fala. - As investigações estão perto dos rastros que vocês três deixaram, então faremos um acordo. - Ele sentou-se novamente.

Ambêr permaneceu calada, ela nem se quer sabia que as investigações estavam em ativa. Anna havia comentado que haviam arquivado o caso por falta de provas, mas pelo visto ela estava enganada.

- Um acordo. - Sua língua tremeu.

Ele concordou com a cabeça.

- Eu entro em contato com o Chefe do departamento de Investigações Especiais e queimo acidentalmente todos os documentos que provam que Douglas Dongkes foi assassinado e quanto a senhorita... irá permanecer em silêncio por enquanto sem informar a ninguém sobre esta conversa que tivemos...

Ambêr tremeu mais uma vez.

- E quando chegar a hora, você terá que me devolver o favor. - Ele girou lentamente uma em seus dedos.

Ela estava certamente muito encrencada, e o pior ninguém poderia a ajudar.

- Eu aceito...

Ele sorriu

- Mas eu quero um voto perpétuo.

O sorriso de Dumbledore morreu rapidamente e agora Ambêr sorria.

Ela estava muito encrencada.

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