69 | O meu e o FIM dele

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Draco desceu em passos rápidos pelo corredor, virou para a direita e deu de cara com a entrada da Comunal. Anna estava  encostada no quadro, com a capa da invisibilidade roubada de Harry em suas mãos.

Ele deu passos vagarosos em sua direção enquanto ela sussurrava algo para a mulher gorda.

- Seja rápido.

Advertiu ela, ele concordou com a cabeça e entrou devagar enquanto agarrava a capa de suas mãos e jogava pelo corpo. Subiu pelo corredor da direita tentando fazer o máximo de silêncio que conseguia, com sua varinha erguida em mãos, foi até a terceira porta e a destravou com um feitiço.

O quarto estava escuro e frio, havia três camas, uma estava vazia, certamente era a de Anna. Ele foi até a última cama que ficava de frente a janela do quarto, se abaixou e lentamente deixou a capa cair sobre seus pés. Ele passou a mãos pelos cabelos ruivos de sua companheira e depositou um beijo demorado em sua bochecha. Saiu de sua posição de início e puxou os lençóis para que cobrissem os braços da ruiva, colocou as almofadas ao redor de sua cabeça e ajeitou seus cabelos.
Capturou a capa da invisibilidade em suas mãos e deu uma última olhada na garota que dormia tranquilamente.

Puxou de dentro de seu bolso um envelope carimbado e assinado com sua letra e o depositou em cima da cômoda. Seu coração doeu.

Ele suspirou antes que a covardia invadisse seu corpo e ele ficasse ali mesmo com ela até a manhã seguinte, o loiro jogou a capa pelo corpo e saiu por onde entrou.

Passou por Anna e sorriu agradecido, entregou a capa e caminhou em direção a escuridão do corredor. Ele caminhava cheio de si, meio abobado como se tentasse parecer normal. Ele caminhava tão rápido que suas pernas doíam. Por um momento ele lembrou novamente de Ambêr, se quer que ele havia a esquecido, ela rondava sempre em sua memória. Ele correu pelas escadas enquanto segurava-se pelo corrimão e derrepente ele escutou... vozes, tinha mais alguém ali. Ele acelerou o passo.

- Boa noite Draco... O que o traz aqui nesta linda noite de primavera?

Draco ergueu a varinha e a apontou para o velho.

- Quem mais está aqui? Eu escutei vozes aqui com o senhor? - Ele passou os olhos pelo local.

- Eu costume falar comigo mesmo... é extremamente útil... você costuma falar consigo mesmo Draco?

Draco riu debochado, ele mais uma vez naquela noite lembrou de Ambêr, talvez ele não, mas ela sim.

- Draco... você não é um assassino

- Como sabe o que sou? Fiz coisas muito chocantes.

Dumbledore riu e cruzou os braços.

- Como enfeitiçar Kátia e esperar que ela me entregasse um colar amaldiçoado? Ou como enfeitiçar a garrafa de hidromel? Me perdoe garoto, mas suas tentativas foram falhas, creio mesmo que você não queira me matar.

Draco sentiu seus olhos lacrimejando, ele só queria acabar tudo aquilo e correr para os braços de Ambêr, mas ele não sabia se podia, nunca havia sentido tanto medo como naquele momento.

- Ele confia em mim! EM MIM! ELE ME ESCOLHEU! A MIM.

O vento intensificou seu gritos pela torre de Astronomia. Ele puxou a gola de sua blusa e desfez o feitiço de invisibilidade que a tatuagem em seu braço tinha, a caveira se mexeu em sua pele.

Dumbledore arregalou os olhos, ainda muito pacífico.

Mais vozes no subsolo.

- Você não está sozinho... Tem outros! Como?

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