♧Livro 1 da Série Feentina♧
Com uma possível guerra se aproximando, Darah, a atual princesa do Reino Feentina, se vê decidida a entrar para a guarda real mesmo contra a vontade do pai para ajudar a proteger o reino a qual crescera e tanto ama. Para...
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Os dias se passaram rapidamente e Roger não mais discutiu sobre a decisão de Darah. Ela se sentiu grata por isso, se sentiu grata por saber que alguma parte do pai respeitara sua decisão, embora ela tivesse a impressão de que ele provavelmente daria algum jeito de mantê-la em uma proteção extra à qual os alunos normalmente não recebiam.
O dia 01 do segundo mês finalmente chegou. A cada dia de espera, a ansiedade de Darah aumentava ao passo de que já havia arrumado as malas há dias. Apesar de a academia ser dentro dos terrenos do palácio, ela adentrara na instituição apenas algumas vezes durante os períodos de férias.
Darah despediu-se de Roger com um beijo na bochecha e seguiu para dentro da carruagem puxada por um pégaso. A lua visível pela metade iluminava o caminho escuro. Ela olhou para a própria roupa – usava um vestido longo de tecido simples todo preto e uma capa igualmente longa de cor azul-marinho com um botão do brasão real na altura da clavícula segurando as duas pontas da capa.
Captando o barulho cada vez mais alto de vozes, a princesa ergueu a cabeça e observou as várias outras carruagens que também se aproximavam da instituição, cada carruagem era puxada por dois cavalos alados e carregava dez fadas em seus interiores.
À frente erguia-se a enorme academia. Sua estrutura externa lembrava a do palácio, contudo, tinha um tamanho bem menor, menos torres e era mais próxima do Morro Araxá e da Lagoa Azul. Assim como no palácio, a academia tinha o enorme brasão real acima da grande porta de entrada.
O brasão era composto por ramos azuis que rodeavam o escudo da mesma cor. A imagem cinzenta de uma harpia se destacava no centro do escudo, e logo acima do animal e da arma de defesa, uma tiara azul preenchia o espaço que sobrara dos ramos.
A carruagem parou, Darah desceu, agradeceu o guardião e se juntou à multidão de jovens ansiosos, nervosos e excitados. Uma fada baixa de meia-idade aguardava na porta de entrada. Darah reconheceu a diretora.
— Ótimo. Estão todos aqui.
Darah olhou para os lados ao ouvir o que a diretora falara. Era certo que haviam mais de 200 fadas, mas não tinha a menor ideia de como a diretora chegara tão rápido à conclusão de que estavam exatamente todos os 250 selecionados.
A princesa percebeu que alguns jovens a olhavam de esgueira enquanto adentravam na instituição e seguiam pelos corredores até entrarem em um grande salão coberto de paredes e teto de cor dourada. Os alunos se amontoaram ao longo do grande tapete azul que cobria quase todo o chão e a diretora parou de frente para eles.
— Eu sou a diretora Gaia Berty. Quero desejar boas-vindas a todos vocês. Como todos sabem, a Academia de Treinamento de Guardiões Reais de Feentina foi fundada há cinquenta anos...
As poucas fadas que cochichavam se calaram a partir do momento que a diretora começou a falar. Ninguém ousava atrapalhar o discurso, não sabiam se haveria punição por isso. Porém, disfarçadamente, várias fadas contemplavam o salão e os seis quadros das seis famílias reais que o Reino Feentina tivera ao longo da história.
