Capítulo 48

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Quando Darah chegou à Vila Desost, havia uma grande onda como ela jamais vira na vida

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Quando Darah chegou à Vila Desost, havia uma grande onda como ela jamais vira na vida. Parte da vila que era junto ao Deserto Amacata já estava coberta pela água.

Com a Aura de Ar, Darah sobrevoava a vila mais rápido do que seria possível sem o uso da técnica que aprimorava seus recursos físicos. Abaixo dela, os cidadãos daquela pobre vila tentavam se locomover na direção contrária da onda, mas seus corpos fragilizados com a desnutrição e outras doenças negligenciadas os impediam de se locomover com rapidez. Muitos tropeçavam e caiam. Eles mal tinham forças para sequer andar e gritar.

Enquanto se deslocava com rapidez em direção ao tsunami que já tomava quase um quarto da vila, a princesa deu uma rápida olhada em um grupo de sem-tetos que estavam a um passo da morte, tão magros que dava para ver seus esqueletos. Um pesar recaiu sobre o coração da princesa, mas dessa vez, ao invés de pará-la, foi o que a impulsionou cada vez mais para frente.

De longe, ela viu a onda engolir violentamente os destroços da única escola de magia que aquela vila algum dia tivera. Mesmo estando a pelo menos cinco quilômetros de distância, Darah soube que era a escola porque esta era o único prédio em um amplo espaço de terra seca e vazia.

A respiração da garota acelerou e seu coração temeu. Ana, a criancinha, ficava no último barraco ao final daquela larga rua de solo seco próximo aos destroços da escola.

Darah novamente pegou impulso no ar, ainda faltavam mais três quilômetros para chegar àquele local e as águas já cobriam três dos seis barracos destruídos daquela rua.

— Merda! Merda! — exclamou dando outro impulso no ar para voar mais rápido. Ela não conseguiria chegar a tempo para tirar a criança e seus familiares dali. As águas já engoliam o quarto barraco.

Ainda voando na direção da onda, a princesa se conectou ao ar. Não havia tempo para levar Ana para longe e depois parar aquele tsunami, ela teria que parar a onda gigantesca ali mesmo.

O quinto barraco foi engolido pela onda. Darah ouviu o som do impacto abrupto das águas batendo contra as pedras, tábuas e palhas, engolindo os destroços do barraco como se fossem meros grãos de açúcar, tal barulho junto aos gritos, choros e lamentos alcançaram seus ouvidos no momento em que puxou todo o vento daquela vila.

Seu coração bateu forte quando um grito seguido de um choro ecoou a 500 metros de distância. A princesa parou no ar. Seu peito subia e descia constantemente com a respiração rápida e ruidosa, seus dedos se contraíram com tensão e ela sentiu o ar se contrair. Ela conseguia sentir o ar em cada canto daquela vila, conseguia ver através dele, sentia como se o próprio ar corresse por suas veias.

A onda estava prestes a engolir o sexto barraco ao final daquela larga rua, prestes a engolir as sete fadas adultas e a fada criança que ali estavam. E quando as águas avançaram como uma avalanche para finalmente engolir aquele grupo de fadas, Darah lançou uma ventania, não apenas naquela rua, mas por toda a extensão por onde as águas corriam.

Feentina: A nova guardiã realWhere stories live. Discover now